Em dezembro de 1983, tudo mudou na vida do diretor americano John Landis. O cineasta teve sucessos como ‘Irmãos Cara-de-Pau’ (1980) e ‘Um Lobisomem Americano em Londres’ (1981), clássicos do cinema norte-americano daquela década. Por isso, foi convidado para dois projetos: dirigir o videoclipe de ‘Thriller’, de Michael Jackson; e fazer parte do filme antológico ‘No Limite da Realidade’, dirigido por Steven Spielberg, que traria de volta a série de ficção científica ‘The Twilight Zone’, da década de 1960.
Naquele dezembro, a vida de Landis terminaria de forma diferente. Ao lançar um dos vídeos de maior sucesso da história da música, foi o primeiro diretor a ser processado pelo set de filmagem, no qual foi acusado da morte de três pessoas, incluindo duas crianças, em uma cena.
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A história começou um pouco antes, em 1982. O cineasta acabara de ser convidado para fazer um dos segmentos do filme, que também foi dirigido pelo próprio Spielberg, Joe Dante (que faria ‘Gremlins’ alguns anos depois) e George Miller (diretor dos cinco filmes ‘Mad Max’).
A trama era sobre um homem preconceituoso – interpretado pelo ator Vic Morrow, que ficou famoso nas décadas de 1960 e 1970 pelas séries, mas estava em declínio – que voltou no tempo e foi perseguido por nazistas na Alemanha na década de 1940 e por guerrilheiros vietnamitas na década de 1940. Guerra do Vietnã. O objetivo era que ele, a partir dessa experiência, se tornasse um homem melhor.
Vic Morrow durante uma cena de ‘On the Edge of Reality’. — Foto: Reprodução
A sequência final do Vietnã partiu da cabeça do diretor, que era considerado autoritário nos sets, segundo relatos da época. O protagonista faria prisioneiras duas crianças vietnamitas que escapavam de um helicóptero que jogava bombas. John Landis queria que Vic participasse da sequência, que foi descrita diversas vezes ao cineasta por pessoas da equipe de produção como ‘perigosa’. Mas ele decidiu arriscar.
Na época, as crianças também não podiam gravar cenas noturnas. Mas Landis fez um acordo com os pais dos dois atores, que receberiam um dinheiro extra por isso.
Além disso, o helicóptero não era artificial, mas sim real, comandado por um ex-piloto da Força Aérea dos Estados Unidos, que achou muito difícil registrar a cena – teria que ficar próximo ao fogo e voar sempre baixo. No entanto, ele aceitou porque acreditava que isso poderia ajudar em sua carreira em Hollywood.
Se tudo já parecia que haveria um problema, aconteceu. A sequência foi feita algumas vezes, aparentemente sem maiores problemas. Porém, em um deles, o piloto da aeronave perdeu a direção e caiu em cima de Vic Morrow e Renee Chen (6 anos) e My-ca Dinh Le (7 anos), matando os três instantaneamente. Vic e Renee foram decapitados e a menina foi esmagada pelo helicóptero.
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Helicóptero destruído após acidente no set de ‘No Limite da Realidade’. — Foto: Reprodução
As gravações pararam imediatamente e demoraram para retornar. A cena foi descartada, mas o filme saiu com todo o segmento normal de Landis.
Atenção, imagens fortes:
Acusação e pedido de prisão
‘No Limite da Realidade’ foi lançado em 1983, mas, apesar de não ter arrecadado tanto dinheiro de bilheteria quanto o esperado (cerca de US$ 29 milhões em receita), pelo menos se pagou. Porém, o filme seria marcado pela tragédia.
Em dezembro daquele ano, a família das duas crianças processou John Landis e algumas outras pessoas da produção pelas mortes, dizendo que eram os culpados. Ele foi o primeiro diretor americano a ir a tribunal por causa de um caso em um set de filmagem.
O caso ainda alterou algumas condutas dentro das gravações, visando maior segurança aos atores – inclusive autorizações para gravações consideradas perigosas. Além disso, Steven Spielberg cortou a amizade com Landis, dizendo que “nenhum filme deveria valer mais que a vida humana”. Miller se afastou completamente do projeto – ele já havia gravado sua parte.
Nesse mesmo 1983, o cineasta lançou o clássico videoclipe de ‘Thriller’, de Michael Jackson, que ganharia no ano seguinte o MTV Video Music Award de Melhor Performance em Vídeo, Melhor Coreografia e Escolha do Público.
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John Landis e Michael Jackson nos bastidores do vídeo ‘Thriller’. — Foto: Reprodução
Em outubro, John Landis compareceu ao tribunal de Los Angeles, onde foi considerado inocente pelo júri, assim como as outras pessoas na produção. O caso foi parar no Supremo Tribunal Federal, que continuou com a mesma sentença de inocência em 1987.
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John Landis e outros produtores durante o julgamento. — Foto: Reprodução
No ano seguinte à decisão, John Landis dirigiu ‘Um Príncipe em Nova York’, seu último filme de grande sucesso – que também foi marcado por cenas conturbadas entre o diretor e o protagonista Eddie Murphy.
Nos cinemas, sua carreira foi marcada por poucas produções e nenhuma de grande bilheteria ou repercussão. Apesar disso, ele continuou com alguns trabalhos com Michael Jackson, incluindo o videoclipe de ‘Black or White’, mas sem conseguir nada de impacto depois disso.
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