Quem está com saudade de assistir esportes já pode comemorar: a cerimônia de abertura dos Jogos Paralímpicos de Paris será realizada nesta quarta-feira (28), a partir das 15h, horário de Brasília, marcando o início da competição. No domingo (1º), acontece o primeiro jogo de futebol para cegos. A estreia brasileira será contra a Turquia, às 9h30 (horário de Brasília), no belo cenário da Arena Torre Eiffel.
Para saber mais sobre o esporte e as Paraolimpíadas, o Jornal CBN, com Marcella Lourenzetto e Mílton Jung, entrevista o tetracampeão Ricardinho (@ricardinho_fut5).
Ouça na íntegra e confira os destaques abaixo:
O futebol para cegos – também conhecido como futebol de cinco – é o futebol praticado por atletas com deficiência visual, com uma bola que emite um som ao rolar. O esporte começou a ser praticado nos Jogos Paralímpicos de Atenas 2004. Ricardinho, tetracampeão paralímpico, já foi eleito três vezes o melhor jogador do mundo e participará de sua quinta edição. Ele relembra seus primeiros passos no esporte.
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‘Colocamos um saco plástico na bola’
CBN: Recebemos uma mensagem de alguém que jogou bola com você no Instituto Santa Luzia, em Porto Alegre, e disse que naquela época adaptaram uma bola, colocando um saco plástico, para você brincar com todo mundo. Você se lembra dessa história?
Ricardo: “É verdade, cara, isso foi quando eu era criança. Ainda tínhamos alguma dificuldade de acesso ao chocalho. Para quem não sabe, usamos uma bola que tem chocalho interno, faz barulho quando mexe então a gente consegue ouvir. E na falta de chocalho, eu, com meus colegas que enxergavam normalmente, colocava um saco plástico na bola, essa do supermercado, e amarrava e aí o barulho do plástico serviria de um chocalho, rasguei a bolsa e tive que conseguir cada vez mais, mas foi a maneira que pude brincar com meus colegas. Foi um momento muito bom, que me impactou muito na minha infância e me ajudou a desenvolver minhas habilidades de atleta. futebol, ainda mais porque eu estava numa situação difícil, porque jogava entre garotos videntes, né?”
“Sabemos que a competição é muito acirrada, mas temos a chance de voltar para casa com a medalha de ouro”.
‘Apesar de trazer muitas medalhas, ainda não estamos no nível que merecemos’
CBN: Qual estrutura de treinamento e patrocínio vocês possuem atualmente como atletas paraolímpicos?
Ricardo: “Durante as Paraolimpíadas acaba esquentando. Temos mais visibilidade, porque é um evento muito grande, então isso é natural. Mas em outros anos temos outros campeonatos com as seleções, tem a Copa do Mundo, a Copa América, e tudo mais. os atletas são vinculados a um clube. Eu jogo no Clube de Canoas do Rio Grande do Sul, na região metropolitana de Porto Alegre. É um time forte, atual campeão brasileiro, tem outros companheiros aqui que também fazem parte do nosso time de. o Sul É a partir desses campeonatos, o brasileiro, regional e tal, que o técnico da seleção observa os atletas, vê quem está bem e os chama para a seleção brasileira.
“Mas também é importante dizer que ainda não estamos no nível que merecemos, dada a quantidade de medalhas que sempre levamos na mala e levamos para casa. Vocês verão que o Brasil com certeza voltará a ter um ótimo desempenho agora, nas medalhas. mesa. Mas é um processo, é um processo de evolução, e já vejo isso há muito tempo, desde o início da minha carreira.”
Hoje temos uma rotina de treinamentos com uma equipe de profissionais que realmente elevam o padrão. Temos um centro de treinamento em São Paulo, no CT Paralímpico Brasileiro, que é maravilhoso, administrado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro. Então a gente tem a estrutura, temos hoje a Loterias Caixa como patrocinadora máster, que acaba investindo recursos importantes para que o esporte paralímpico seja promovido.
Vocês verão que com certeza o Brasil voltará a ter um ótimo desempenho agora, no quadro de medalhas. Mas é um processo, é um processo de evolução, e já vejo isso há muito tempo, desde o início da minha carreira.”
CBN: Hoje, os atletas que estão começando ainda vão precisar jogar com bola envolta em plástico, ou já existe uma estrutura um pouco melhor para a base, baseado no que você já conquistou?
Ricardo: “Certamente essas pessoas que estão chegando agora já têm muito mais informações. De encontrar um local onde possam praticar o esporte paralímpico, não só o futebol, mas outros esportes. Hoje o acesso a uma bola de chocalho é muito mais fácil. Essa pessoa pode até comprar online, pode procurar lojas, clubes que trabalham com frete de muito futebol.
Então, as pessoas de hoje já estão comendo bife. Rolamos muitos ossos para que hoje eles tenham acesso a coisas muito evoluídas. Até o CPB, que é o Comitê Paralímpico Brasileiro, faz um trabalho de divulgação muito especial em todo o Brasil, centro de referência na formação de novos atletas.
E vou até deixar uma mensagem. Aquela família que tem um filho que nasceu ou adquiriu deficiência e se interessa pelo esporte, não só para ser atleta profissional, mas pelo menos praticar esporte pela qualidade de vida, absorver todos os valores que a prática do esporte nos traz, A mensagem que dou é: pesquise na internet, procure informações. Tem muita gente promovendo as Paraolimpíadas hoje no Brasil. É uma ferramenta que transforma vidas. Foi assim comigo.”
Como os torcedores devem se comportar durante o futebol para cegos?
CBN: Qual é a sua recomendação para os fãs que assistem a uma partida de futebol de cinco?
Ricardo: “No futebol de cinco, os torcedores são orientados a se comportar como em uma partida de tênis, onde só vão se manifestar quando a bola parar, algo assim. Para nós, principalmente, essa recomendação é para que os atletas possam ouvindo a bola e as instruções que vêm do nosso treinador, do goleiro e assim por diante.
Agora, de facto, estamos muito curiosos, porque a estimativa na nossa Arena de Futebol de Cinco em Paris, o espaço é para 12 mil pessoas e a informação que temos é que os bilhetes já estão esgotados. Então, sempre teremos arena lotada, e quero ver se as pessoas vão se controlar. Acho que sim, as pessoas vão entrar no espírito da coisa, porque a torcida, nesse momento, vai participar muito do processo para que a competição avance com tranquilidade. Então, eles têm que colaborar nesse sentido.
E, acima de tudo, o torcedor brasileiro terá que se controlar muito, afinal estará acompanhando uma competição em que os jogadores têm hegemonia, sempre venceram.”
‘O objetivo é manter esta hegemonia’
CBN: O primeiro jogo será no dia 1º de setembro, às 13h30 no horário de Brasília, contra a Turquia. O objetivo é manter essa hegemonia?
Ricardo: “Claro que sim. O Brasil disputou cinco edições das Paraolimpíadas e conquistou quatro medalhas de ouro. Ele nunca perdeu uma única partida naquela competição. Então, são números muito favoráveis para a nossa equipe. Porém, acabamos sempre deixando isso de fora das quatro linhas, pois caso contrário pode gerar um favoritismo que atrapalha.
Sabemos que o jogo é jogado dentro de casa. Também somos muito exigentes. As pessoas se aproximam da gente: ‘Ah, vocês já são campeões, vão vencer de novo’. Mas não é assim que as pessoas pensam. Porque cada ano é um ano, cada momento é um momento.
Será um torneio curto, onde o time mais focado, mais bem treinado, sairá com a medalha de ouro. Então, precisamos saber muito lidar com isso. Contamos com o apoio da torcida e dos brasileiros que estarão aqui, que ficarão calados quando a bola rolar e quando o Brasil fizer gol, se Deus quiser, então queremos muito barulho deles.”
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