Segundo o documento, funcionários da companhia aérea identificaram fumaça possivelmente causada por vazamento de óleo. Relatório interno da Voepass obtido pelo GLOBO relata incidente envolvendo avião ATR 72, matrícula PP-PTM. No dia 29 de janeiro, o comandante da aeronave identificou sinais de incêndio e vazamento de óleo próximo à hélice da turbina. Segundo o especialista em segurança de vôo Bruno Pugliesi Goi, foi um caso de “arranque a quente”. — Em qualquer aeronave com turbina, com ou sem hélice, pode ocorrer incêndio durante a ativação. Chamamos isso de partida quente. Por algum motivo a turbina não gira na velocidade que precisa ou o vento não passa muito bem e parte da turbina pega fogo — explica Bruno Goi. Segundo a reportagem, funcionários da companhia aérea identificaram fumaça e um pequeno sinal de incêndio possivelmente causado por vazamento de óleo. O comandante relatou ter sido avisado sobre as chamas por um comissário, que afirmou ter sentido um “cheiro estranho”. Ele começou a desligar o motor. Reclamação de tripulante do Voepass O Globo Segundo Bruno Goi, em geral, as chances de incêndio se limitam ao momento do acionamento e não depois dele. — É um procedimento diário padrão. A turbina não pegará fogo depois de acionada, apenas se colidir com um pássaro — afirma, citando o caso do voo da US Airways que precisou pousar no rio Hudson, em Nova York, após pássaros atingirem suas turbinas. Ainda segundo o especialista, os pilotos da aeronave não precisaram acionar o “punho de fogo”, garrafas extintoras que estouram dentro da turbina ao serem acionadas em caso de incêndio. Corpos identificados O Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo informou na manhã desta quarta-feira que conseguiu identificar 52 corpos retirados dos destroços do avião da Voepass Linhas Aéreas, que caiu em Vinhedo, no interior do estado. Até o momento, 27 restos mortais foram entregues a familiares. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) acrescentou, em nota, que a partir das 8h30 começa o processo de comunicação aos familiares para as devidas liberações. No total, mais de 40 médicos, equipes de odontologia legal, antropologia e radiologia trabalham na identificação das vítimas. A maior parte das vítimas veio do Paraná. A aeronave partiu de Cascavel (PR) com destino a Guarulhos (SP) na sexta-feira. Entre as vítimas estavam três venezuelanos e uma mulher com cidadania portuguesa.
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