Australian fundou o grupo em 2006 e ficou conhecido mundialmente pela divulgação de arquivos militares confidenciais dos EUA. Nos últimos anos, ele travou batalhas legais e foi preso no Reino Unido. Fundador do WikiLeaks, Julian Assange faz acordo com EUA e sai da prisão no Reino Unido Um acordo libertou o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, da prisão nesta segunda-feira (24). Ele é acusado de vazar milhares de documentos confidenciais dos Estados Unidos e está preso no Reino Unido desde 2019. Clique aqui para acompanhar o canal internacional de notícias g1 no WhatsApp Julian Assange ficou conhecido mundialmente por fundar um grupo de ativistas chamado WikiLeaks em 2006. Nos anos seguintes, a organização vazou cerca de 700 mil documentos confidenciais dos Estados Unidos, o que irritou as autoridades norte-americanas. Como resultado, Assange enfrentou diversas acusações e passou sete anos asilado na Embaixada do Equador em Londres, antes de ser preso. Ele será libertado oficialmente após anos de batalhas legais e um acordo com os Estados Unidos. Nesta reportagem você vai entender Quem é Julian Assange O que é o WikiLeaks Quando Assange foi preso Luta e acordo com os EUA Clique no menu acima para navegar pelos tópicos ou role a página para ler a reportagem completa. Quem é Julian Assange Assange tem 52 anos e nasceu na Austrália. Durante sua adolescência, ele se tornou conhecido por suas habilidades em programação de computadores. Em 1995, ele enfrentou seu primeiro problema jurídico: foi acusado por um tribunal australiano de cometer crimes cibernéticos. Na época, o jovem Assange só não foi preso porque prometeu que não cometeria novas infrações. Segundo as acusações, ele e um amigo eram hackers e cometeram uma série de infrações. Assange acabou sendo multado e libertado. Ainda no final da década de 1990, foi coautor do livro “Underground: Tales of Hacking, Madness and Obsession on the Electronic Frontier”, lançado com a pesquisadora e jornalista Suelette Dreyfus. Ele também foi para a Universidade de Melbourne, onde estudou matemática e física. De volta ao início. Audiência em ilha de 50 mil habitantes, libertado da prisão, indo para a Austrália: entenda os detalhes do acordo que libertará Assange O que é o WikiLeaks O “WikiLeaks” surgiu em 2006 como uma ferramenta digital por onde documentos secretos poderiam ser vazados. A técnica utilizada é conhecida como “dead letter box”, que é um método de espionagem. O grupo era formado por ativistas, que recebiam materiais confidenciais. Apesar de ter surgido em 2006, o WikiLeaks só ficou famoso em 2010, quando publicou um vídeo confidencial mostrando um ataque de helicóptero dos EUA no Iraque. O ataque em questão ocorreu em 2007 e deixou 12 mortos. Ainda em 2010, a rede divulgou cerca de 490 mil documentos militares dos Estados Unidos durante as guerras no Iraque e no Afeganistão. Os arquivos foram considerados confidenciais, ou mesmo secretos. Entre os vazamentos estavam vídeos mostrando assassinatos de civis e jornalistas, bem como abusos cometidos por autoridades dos EUA e de outros países. Com o sucesso do grupo, Assange deixou de ter endereço fixo e passou a gerenciar a plataforma em diversos locais. “Para manter as nossas fontes seguras, tivemos que espalhar recursos, encriptar tudo e mover telecomunicações e pessoas por todo o mundo para activar leis de protecção em diferentes jurisdições nacionais”, disse Assange à BBC em 2011. A divulgação de documentos confidenciais tornou-se, na altura , a maior violação da segurança militar dos EUA já registada e irritou políticos e autoridades dos EUA. As autoridades afirmaram mesmo que as fugas colocaram vidas em risco, pois revelaram as identidades de pessoas que cooperaram com os militares dos EUA no Médio Oriente. Em 2016, o WikiLeaks voltou a ganhar destaque ao vazar milhares de e-mails do responsável pela campanha presidencial de Hillary Clinton para a Casa Branca. Um relatório do Senado dos EUA descobriu posteriormente que a Rússia usou o grupo para ajudar a eleger Donald Trump. A Rússia nega a acusação, enquanto Trump chama o relatório de “farsa”. De volta ao início. Imagem do site WikiLeaks Karen Bleier/AFP Prisão e ajuda do Equador O fundador do WikiLeaks acabou sendo preso pela primeira vez em 2010, no Reino Unido, após ser acusado de abuso sexual contra dois voluntários suecos do WikiLeaks. Assange negou as acusações e disse que o caso era um pretexto para ser extraditado para os Estados Unidos, onde seria responsabilizado pelo vazamento de documentos secretos. Em 2012, o tribunal do Reino Unido ordenou que ele fosse enviado para a Suécia, onde seria interrogado. Após ter um recurso negado pela Suprema Corte, Assange ingressou na embaixada do Equador em Londres, onde ficou asilado por 7 anos. Durante sua passagem pela embaixada, Assange teve dois filhos com a advogada e defensora dos direitos humanos Stella Moris. Também recebeu visitas de celebridades, como a cantora Lady Gaga e a atriz Pamela Anderson. Em 2019, com a mudança de governo no Equador, Assange foi forçado a deixar a embaixada em Londres. Ele acabou sendo preso dentro do prédio pela polícia britânica. Assange foi condenado a 50 semanas de prisão por violar as condições estabelecidas pelo tribunal ao conceder-lhe fiança para responder a acusações de abuso sexual. As acusações acabaram sendo retiradas. De volta ao início. Julian Assange na Embaixada do Equador em Londres, em 2012 Kirsty Wigglesworth/AP Luta com os EUA e acordo Ainda em 2019, o Reino Unido recebeu um pedido dos Estados Unidos para que Assange fosse extraditado. O objetivo seria que ele respondesse em solo norte-americano a 18 acusações de conspiração, crimes cibernéticos e violação de leis de espionagem. Após o fim da pena de prisão de 50 semanas imposta para o caso na Suécia, o fundador do WikiLeaks permaneceu detido na prisão de segurança máxima de Belmarsh, onde aguardava audiências de extradição. Em 2021, um juiz britânico decidiu que Assange não deveria ser extraditado. A alegação do tribunal era que Assange sofria de problemas de saúde mental, com risco de suicídio. As autoridades dos EUA venceram um recurso em dezembro de 2021, depois de se oferecerem para permitir que Assange cumprisse qualquer pena na Austrália, caso fosse condenado. A extradição de Assange foi aprovada em 2022. Em fevereiro deste ano, a defesa do australiano apresentou um último recurso, argumentando que o caso era um ataque à liberdade de expressão e ao jornalismo. Além disso, a defesa disse que ele poderia enfrentar a pena de morte se fosse condenado. O Supremo Tribunal do Reino Unido ordenou aos Estados Unidos que fornecessem garantias de que Assange não seria condenado à morte. Em última análise, os Estados Unidos chegaram a um acordo com Assange. O fundador do WikiLeaks se declarará culpado em um tribunal dos EUA nas Ilhas Marianas do Norte de uma única acusação criminal. Na audiência, o fundador do WikiLeaks deverá ser condenado a 62 meses de prisão, tempo que já cumpriu no Reino Unido. Depois de se declarar culpado e passar pela audiência, Assange será oficialmente libertado. A expectativa é que ele retorne à Austrália. De volta ao início. Ativistas fazem protesto pedindo liberdade de Julian Assange em abril de 2024 David Cliff/AP VÍDEOS: mais assistidos no g1
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