É molho campo ou vinagrete? A questão é tema de reflexão da mais alta filosofia dos botecos de todo o país e marca a identidade da cultura carioca, muitas vezes rivalizada pela de seus vizinhos paulistas. Afinal, o tradicional molho de campanha é diferente do vinagrete, consumido em outras regiões do país?
Uma campanha, que já repercute em bares e nas redes sociais, defende que sim. Essa e outras divergências gastronômicas ganharam destaque graças a um projeto liderado por Marcos Bonder, do perfil “Bond Buteco”, como é conhecido no Instagram.
Marcos começou a colar adesivos em bares do Rio de Janeiro para divulgar a ideia. São adesivos amarelos com uma frase escrita em preto. Algumas delas são: “Molho de acampamento não é vinagrete”, “Sanduíche não é lanche” e “Roleta é bife”, rivalizando com o jeito paulista de falar e nomear alguns termos.
Qual é a diferença entre molho de campo e vinagrete?
O ato de passear, no Rio, é “rolé”, com “e” aberto, enquanto em São Paulo dizemos “rolê”, com “e” fechado.
Marcos Bonder defende que vinagrete e molho de campanha são coisas diferentes. O carioca, especialista em bares, conta que a ideia dos adesivos surgiu em meio a preocupações de colegas de São Paulo e de Minas Gerais.
“Molho de campanha é uma coisa, vinagrete é uma coisa. Comecei a fazer o adesivo porque o pessoal de BH e o pessoal de São Paulo estavam muito envolvidos. Quando fiz o adesivo e comecei a colar, as pessoas pediram para eu colocar no balcão, vou colocar aqui na cozinha, vou colocar não sei onde, e foi uma piada interessante. Na verdade, já tomou uma proporção maior do que eu esperava”, relata.
Vinagrete é na verdade ‘vinagrete’ e tem origem francesa
A reportagem da CBN apurou que a origem da palavra vinagrete é francesa, vindo do francês vinagrete. O vinagrete é uma emulsão de vinagre e azeite, aromatizada com ervas frescas e especiarias, que costuma ser usada como molho para salada. Em outras palavras, não tem nada a ver com tomate, cebola ou pimentão.
O molho caipira é conhecido em alguns países como “molho brasileiro”, geralmente é feito com tomate picado, cebola e pimentão e vinagre, água, possivelmente azeite ou azeite, e é tradicionalmente servido com carne e churrasco.
No dicionário Houaiss, o termo vinagrete é descrito como: “molho preparado com vinagre, azeite, pimenta preta e sal, ao qual se pode adicionar cebola, salsa; cebolinha, alho, mostarda e outros condimentos, usado para acompanhar saladas, legumes , carne e peixe”.
Rusty Marcellini é pesquisador gastronômico e comentarista gastronômico da CBN e explica suas origens francesas.
“A palavra vinagrete vem do francês, que é basicamente um molho muito usado para temperar saladas para temperar as coisas lá na França, parecido com a maionese. Ele consiste basicamente em um pouco de mostarda Dijon, tem alguns vinagretes que levam gema de ovo, e aí você Coloca lá e faz uma emulsão que é basicamente combinar um ácido, que pode ser o vinagre, até tem gente que usa limão, com óleo”, explica.
Molho de ‘campanha’ pode ter origem na dieta de tropeiros e soldados
A reportagem da CBN não encontrou uma teoria sólida sobre a origem do termo ‘molho de campanha’, mas há versões que fazem sentido e são coerentes com a história do Brasil.
Há quem defenda que o molho de campanha, por ser um alimento que dura bastante e não precisa ser guardado na geladeira, era muito consumido pelos tropeiros nos arraiais. Durante o trabalho militar, também eram comuns as famosas “cozinhas de campo”, que alimentam as tropas, e pode ser daí que o nome tenha origem.
Outras versões dizem que alguns desses tropeiros eram da região da Campanha Gaúcha, que fica na fronteira com Argentina e Uruguai.
Respeitar as diferenças e valorizar o regionalismo
Ainda não está claro como vinagrete e molho de campanha se misturaram e viraram sinônimos, mas isso mostra a riqueza da culinária brasileira. Na Bahia, por exemplo, existe o molho de lambão, que é bem parecido. Rusty Marcellini defende que os regionalismos são importantes e precisam ser valorizados.
“Dependendo de onde você estiver, até o nosso, que aqui em Minas Gerais a gente conhece como vinagrete, se você for para a Bahia, lá vão chamar de molho de lambão, que é um molho que eles temperam lá para comer com pastelzinho. é isso, até dentro do Brasil tem alguns regionalismos diferentes eu saio de Belo Horizonte, vou para o Rio de Janeiro, vou para São Paulo, é só o meu sotaque que me acusa de ser mineiro, então eu acho que as pessoas têm que ser. Orgulho também desses regionalismos, que é o que diversifica um pouco a nossa cultura”, argumenta o especialista.
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