Só em um dia, 22 pessoas foram queimadas em Salvador. A chegada desses animais tem sido monitorada por pesquisadores brasileiros, que apontam o aumento da temperatura dos oceanos como o principal motivo. Presença de caravelas portuguesas assusta banhistas em diversas praias da Bahia Reprodução/TV Globo O aumento da temperatura dos oceanos tornou as praias de Salvador menos acolhedoras. A professora Cecília Alves sofreu queimaduras durante uma competição de surf. “Fiquei assustado porque eram várias, mais de três caravelas ao mesmo tempo. Dói muito, como ficar em choque”, diz ela. As caravelas portuguesas são pequenos animais de cor azulada que causam dores, irritações e queimaduras na pele. Em diversas praias da Bahia, a presença desses animais tem assustado banhistas. “Fiquei impressionado com a quantidade. Isso até me impediu de tomar banho, porque fiquei preocupado em levar atropelamento e ficar em uma situação desconfortável”, conta Marcello Picorelli, turista carioca. Presença de caravelas portuguesas assusta banhistas em diversas praias da Bahia Reprodução/TV Globo Um dos principais sinais para os banhistas está na areia. Numa praia de Salvador, há um grande número de caravelas à beira-mar, levadas pelo vento e pelas correntes. Só num dia, 22 pessoas foram queimadas ali. São tantos os casos nesta altura do ano que a SalvaMar decidiu adotar uma estratégia especial: sinalizar com bandeira roxa as praias onde há grande número de caravelas. “A ideia é evitar nadar no mar no momento em que você entende que ali existe uma bandeira roxa sinalizando perigo com animais marinhos. A embarcação de guerra portuguesa não sabe nadar. Depois, são carregados por ventos, frentes frias, correntes marítimas e ondas”, explica Kailane Dantas, coordenadora do SalvaMar. A chegada desses animais tem sido monitorada por pesquisadores brasileiros, que apontam o aumento da temperatura dos oceanos como o principal motivo. “Com a temperatura mais elevada da água, há uma mudança na fisiologia reprodutiva, o que resulta em mais animais se reproduzindo e, consequentemente, mais animais chegando às nossas praias”, explica Francisco Kelmo, diretor do Instituto de Biologia da UFBA. A recomendação do Ministério da Saúde para quem tiver queimadura pelo contato com esses animais é lavar o local com água salgada e nunca doce, além de usar vinagre branco, que ajuda a neutralizar o efeito do veneno. “Levo sempre vinagre no bolso para diminuir a ação da toxina nos tentáculos da caravela”, diz o surfista amador Eduardo Catharino. Presença de caravelas portuguesas assusta banhistas em diversas praias da Bahia Reprodução/TV Globo LEIA TAMBÉM Caravelas portuguesas com tentáculos de até 30 metros assustam banhistas no litoral de SP Caravelas e dragões azuis aparecem no litoral do RS; saiba como evitar queimaduras Linda e letal: Entenda como as cores da caravela portuguesa se tornam uma ‘armadilha’ para predadores e humanos
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