A agenda da reunião incluirá as eleições municipais de outubro, a agenda legislativa, o calendário de votações no Congresso e os cortes orçamentários. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reúne todos os 39 ministros em reunião nesta quinta-feira (8) para analisar a situação política, social e econômica do país. A reunião servirá para iniciar a organização do segundo semestre do semestre. O encontro está marcado para começar às 9h30, no Palácio do Planalto e deverá abordar, entre outros temas: as eleições municipais em outubro; a agenda legislativa; o calendário de votação no Congresso; e cortes orçamentários. Os ministros foram orientados pela presidência a não agendar outros compromissos para esta quinta-feira. “Não é aconselhável faltar antes do final”, diz trecho do edital da reunião enviado aos ministros. A expectativa é que cada ministro fale durante cinco minutos, mas não faça apresentação ou revisão das ações de cada ministério. Em março, o presidente Lula recebeu ministros em reunião em meio à queda de popularidade do governo. Ricardo Stuckert/PR Eleições municipais Lula deve pedir aos ministros e governantes federais que tenham cuidado na campanha para não violar a legislação eleitoral. A Advocacia-Geral da União (AGU) preparou uma cartilha sobre o que pode e o que não pode ser feito. A legislação proíbe, por exemplo, fazer campanha durante o horário comercial. Lula e o candidato a prefeito de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), foram multados por publicidade antecipada. A ação foi movida pelo Partido Novo, um dos partidos que ajuizou ação judicial contra o discurso de Lula durante o ato do 1º de maio, no estádio do Corinthians, na Zona Leste da capital paulista. O presidente Lula e o pré-candidato a prefeito de SP Guilherme Boulos (PSOL) durante evento de 1º de maio no estádio do Corinthians, em Itaquera Reprodução/Instagram O desembargador Paulo Eduardo de Almeida Sorci, do Tribunal Regional Eleitoral de SP, determinou o pagamento de R$ 20 mil para Lula e R$ 15 mil para o deputado federal Guilherme Boulos. O único ministro que tirará férias para fazer campanha é Luiz Marinho, do Trabalhismo, que se engajará na campanha de Luiz Fernando Teixeira, candidato do PT em São Bernardo do Campo e irmão do ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (PT). Outra preocupação de Lula é que as eleições desorganizem a coligação que apoia o governo, já que em diversas capitais há mais de um candidato da base. Lula deve reforçar o pedido para que os ministros sejam cautelosos no assunto. Alguns ministros deveriam evitar participar da disputa. Ministros do MDB, por exemplo, já se recusaram a gravar vídeos de apoio a alguns candidatos apoiados pelo PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. Inteligência Artificial Membros do governo dizem que Lula tem muito interesse no tema Inteligência Artificial. Isto inclui as possibilidades de utilização da IA em serviços públicos, bem como as utilizações prejudiciais destas ferramentas, como a criação de notícias falsas. Na semana passada, após o lançamento do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial, o próprio Lula disse que abordaria o assunto em reunião com ministros. Inteligência artificial: regulação em ritmo lento O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), que coordenou a elaboração do plano, queria que o tema fosse tratado em decreto, mas a Casa Civil entendeu que era algo grande a ser oficializado por decreto sem saber de onde virá o dinheiro. O encontro servirá para tratar do tema. Paralelamente, a Secretaria de Relações Institucionais e a Secretaria de Comunicação da Presidência da República realizarão apresentação sobre regulamentação de IA. Relacionamento com o Congresso Na agenda legislativa, uma das prioridades do governo do Planalto no Congresso Nacional antes da campanha eleitoral para as eleições municipais é aprovar regulamentos tributários. A primeira parte do regulamento foi aprovada na Câmara dos Deputados e tramita agora no Senado Federal. A segunda parte do regulamento ainda deverá ser votada pelos deputados e depois enviada aos senadores para apreciação. Apesar da atenção dada ao tema pelo Executivo, nesta terça-feira (6), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que a análise do tema no Senado deverá esperar até depois das eleições municipais. Além disso, o Planalto quer aprovar o Crédito, que cria linhas de crédito para diversos públicos: desde usuários do CadÚnico, que terão acesso ao microcrédito direcionado, até pequenos negócios. Ministro Márcio França fala ao g1 sobre o programa Acreditar. O governo e o Congresso Nacional também precisam encontrar uma fonte de recursos para compensar a desoneração da folha de pagamento. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) também deverá fazer uma apresentação sobre a agenda econômica e falar sobre cortes orçamentários.
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