Seis meses após diagnosticar inconsistências, a PM do Rio continua utilizando um banco de dados falho para o sistema de câmeras de reconhecimento facial. No início de janeiro, a Polícia Militar anunciou que continuaria a utilizar a tecnologia após uma operação bem-sucedida na véspera de Ano Novo. A ação foi sendo ampliada gradativamente na cidade, primeiro na orla marítima.
Mas nos primeiros dias de operação, das quatro pessoas que foram presas por reconhecimento facial, duas tiveram que ser liberadas porque foram levadas à delegacia por engano. Informações da época mostram que o mandado de prisão estava desatualizado ou sem validade. Foi o que aconteceu, por exemplo, com um argentino, que foi preso na praia de Copacabana, passou dois dias preso injustamente e só foi libertado na audiência de custódia.
O problema apontado pela Polícia Militar na época foi que havia uma diferença nos dados utilizados pelo reconhecimento facial e nos dados oficiais, mais atualizados da justiça brasileira. A tecnologia de identificação da PM é baseada em informações da Polícia Civil. O Judiciário utiliza como principal instrumento o BNMP, Banco Nacional de Mandados de Prisão, mantido pelo Conselho Nacional de Justiça.
- PM do Rio quer acesso a banco de imagens de menores infratores para uso no sistema de reconhecimento facial
Questionado por CBN No dia 5 de janeiro, a Polícia Militar enviou nota dizendo que já estava “em negociações para utilização da base de dados indicada pelo Tribunal de Justiça”. No entanto, a conversa parece ter parado. E, pelo que apuramos, o CNJ apresenta resistência à tecnologia de reconhecimento facial. Ao mesmo tempo, o Conselho respondeu à CBN dizendo que “tem até estudos e notas recentes recomendando cautela e restrições à metodologia de reconhecimento facial, que é suscetível a um alto grau de falibilidade”.
O CNJ destacou ainda que a escolha e utilização desses equipamentos, bem como o tratamento dos dados, são de responsabilidade exclusiva da Polícia local.
O governador Cláudio Castro vem tratando o reconhecimento facial como principal solução de segurança pública. Castro adotou este sistema para a segurança do Ano Novo. Depois, na proteção do Sambódromo, durante o carnaval. Quando a onda de sequestros de ônibus atingiu a rodoviária, a ideia do governo era instalar ali 43 câmeras de reconhecimento facial.
Até o final de junho, mais de 200 fugitivos haviam sido presos pelo sistema de reconhecimento facial no Rio de Janeiro.
Mas, em alguns casos, o sistema de reconhecimento facial não parece dar a resposta adequada e comete erros não só na atualização dos mandados, mas também na própria identificação. Foi o que aconteceu com a psicóloga Daiane Mello, abordada em abril em um evento de igualdade racial. Em vídeo nas redes sociais, Daiane disse que foi vítima de ‘racismo algorítmico’.
“Dentro deste evento, na qualidade de delegado eleito, vestido com as roupas do evento e com crachá do evento contendo meu nome, fui abordado por três agentes públicos da Segurança Presente dentro daquele espaço, alegando que o reconhecimento facial das câmeras que estavam no rua do evento reconheceram minha imagem e que precisavam descobrir se eu não era suspeito, e ao conferir as imagens a pessoa nem se parecia comigo. Nós que somos negros sabemos que esses casos não são isolados. , são recorrentes, e que somos negros a tecnologia, a inteligência artificial, tem sido cada vez mais utilizada para reforçar práticas violentas e não para garantir nossos direitos”, afirmou.
Após o caso, a Defensoria Pública do Rio de Janeiro enviou ofício à Polícia Militar pedindo esclarecimentos e fazendo, no total, doze perguntas sobre reconhecimento facial. Entre eles, os parâmetros legais, protocolos de abordagem, o banco de dados utilizado e quem eram os policiais que conduziram a psicóloga Daiane. Nas respostas já enviadas, enviadas na semana passada, a PM respondeu que continua utilizando o banco de dados da Polícia Civil.
simulador de emprestimo itau consignado
quando vai ser liberado o empréstimo consignado 2023
emprestimo consignado banco pan
bancos que compram dívidas
empréstimo consignado não foi descontado em folha
banco pan empréstimo telefone
empréstimo para servidor público municipal