A Polícia Federal afirma ter encontrado áudio no computador do deputado federal, Alexandre Ramagem, no qual ele debate com o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro do GSI, general Augusto Heleno, formas de blindar um dos filhos do ex-presidente, o senador Flávio Bolsonaro, das investigações de que foi alvo.
Segundo a Polícia Federal, esse áudio de uma hora e oito minutos foi possivelmente gravado pelo próprio Alexandre Ramagem, no qual ele então debateu com Jair Bolsonaro, o ex-ministro Augusto Heleno e um dos advogados do senador, supostas irregularidades cometidas pelos auditores da Receita Federal Receita Federal investiga caso de fissuras.
O áudio, segundo a Polícia Federal, indica que Alexandre Ramagem tem a ideia de um plano que exigiria a instalação de um procedimento administrativo contra os auditores da Receita Federal com o objetivo de anular esta investigação, bem como afastar alguns auditores de seus respectivas posições. Para a Polícia Federal, isso é uma prova do uso ilegal da Abin, estrutura do Estado para defender os interesses pessoais do então presidente da República, Jair Bolsonaro, e de sua família.
Ainda sobre esta investigação, o Supremo Tribunal Federal divulgou a lista de pessoas investigadas por esta estrutura paralela de espionagem. Há políticos na lista, como o atual presidente da Câmara, Arthur Lira.
Um dos pontos que chama a atenção é que houve algumas pesquisas desses funcionários paralelos da Abin tentando estabelecer uma associação entre Adélio Bispo, responsável pelo esfaqueamento de Jair Bolsonaro, com adversários do então governo.
Nomes investigados por Abin Paralela
A Polícia Federal também divulgou todos os nomes investigados pela Abin Paralela sob o comando de Alexandre Ramagem e os alvos presos nesta quinta.
Do Poder Judiciário estavam os ministros do STF Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Luis Roberto Barroso e Luiz Fux. Do Poder Legislativo estão o atual presidente da Câmara, Arthur Lira, o deputado Kim Kataguiri e os ex-deputados Rodrigo Maia, que foi presidente da Câmara, e Joice Hasselmann; além dos senadores Alessandro Vieira, Omar Aziz, Renan Calheiros e Randolfe Rodrigues, que integraram a CPI da Covid no Senado.
Os alvos do Poder Executivo foram João Doria, ex-governador de São Paulo e funcionários do Ibama Hugo Ferreira Netto Loss e Roberto Cabral Borges, auditores da Receita Federal do Brasil Christiano José Paes Leme Botelho, Cleber Homen da Silva e José Pereira de Barros Neto .
Por fim, estiveram presentes os jornalistas Monica Bergamo, Vera Magalhães, Luiza Alves Bandeira e Pedro Cesar Batista
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