Há seis anos, pesquisadores do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) realizam um estudo em 17 propriedades para testar a produtividade e a qualidade do fruto do café. Incaper realiza pesquisas com 10 novas variedades de café arábica Pesquisa realizada pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) está testando dez novas variedades de café arábica para aumentar a produtividade e reduzir perdas causadas por ataques de pragas. A ideia é fazer o experimento com produtores das regiões Norte, Noroeste e Sul do Espírito Santo para saber quais cultivares se adaptam melhor em cada região. Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Telegram As etapas da pesquisa acontecem durante todo o ano. O município de Venda Nova do Imigrante foi um dos primeiros a participar da experiência. Dos 700 produtores de café da cidade, pelo menos 150 já adotaram novas espécies de café arábica e seguem as orientações do instituto. Muitos agricultores já conseguem notar melhorias nos frutos que colhem. Além disso, perceberam durante o cultivo que as espécies são mais resistentes a pragas. Clique aqui para acompanhar o canal g1 ES no WhatsApp Produtores investem em novos tipos de café arábica para aumentar a produtividade das plantações no Espírito Santo Reprodução/TV Gazeta Fabiano Avancini faz parte da quarta geração da família de produtores de café da cidade. Ele decidiu participar da pesquisa justamente para investir em inovação em sua lavoura. “Usávamos apenas uma variedade. A semente foi plantada na cova pelo meu avô. Era muito artesanal. Ainda é, com trabalho manual, agricultura familiar. Para continuarmos na atividade tivemos que evoluir. E nisso evoluir, sempre fui um entusiasta do café, tanto que continuo participando dos cursos. O Incaper fez uma oferta caso eu tivesse interesse em plantar essas novas variedades e participar da pesquisa aceitei logo o desafio”, comentou Fabiano. . Há seis anos, pesquisadores do Incaper desenvolvem o projeto na propriedade de Fabiano e em outras 16 no estado. Os resultados finais devem ser divulgados em outubro deste ano. Mas os produtores já dizem ter sentido diferenças no manejo e na colheita. Estudo do Incpaer para testar novas variedades de café é realizado em 17 propriedades do Espírito Santo Reprodução/TV Gazeta A pesquisa consiste no plantio de dez variedades de café arábica em diferentes condições para analisar o desempenho e a produtividade de cada uma. “Decidimos que colocaríamos as sementes em três diferentes regiões onde o café arábica é plantado no estado. Então, essas unidades foram colocadas em altitudes que variam de 600 metros a 1.400 metros. , com métodos científicos para poder recomendar essas cultivares de acordo com a altitude da região de plantio”, explicou o coordenador do projeto, Maurício Fornazier. Segundo ele, os produtores reclamaram, por exemplo, da necessidade de termos cultivares que tenham ciclos de manutenção diferentes, da mesma forma que o conilon é hoje. “Não temos a melhor cultivar, temos cultivares que vão se adaptar ao sistema do produtor, adequado à sua altitude, à sua mão de obra e à sua estrutura de propriedade”, acrescentou. Segundo o Incaper, uma das maiores dificuldades dos produtores com esse novo empreendimento seria a mão de obra na colheita. Portanto, o projeto permite que o produtor escolha a maturidade do fruto, o que significa que ele pode plantar até três variedades: tardia, precoce e média. “Neste projeto ele pode escolher e plantar três variedades diferentes na propriedade. Ele pode começar a colheita em abril e finalizar essa colheita em outubro. Assim, ele tem longevidade onde otimiza mão de obra na agricultura familiar e também equipamentos pós-colheita”, relatou o extensionista do Incaper, Evaldo de Paula. Produtividade dobrada Novas variedades de café foram enviadas para ver como o fruto se adaptaria nas regiões Norte, Sul e Noroeste do Espírito Santo Reprodução/TV Gazeta O principal objetivo dos pesquisadores é trabalhar com a renovação da lavoura cafeeira no estado. “O cafezal do nosso estado é muito antigo, tem mais de 25, 30 anos… Tem lavouras de até 50 anos. Então, o objetivo foi colocar todas as unidades em uma área de renovação para verificar e avaliar o comportamento dessas dez materiais genéticos em relação às áreas de renovação com a finalidade de plantar com boa muda, boa adubação de cova e matéria orgânica”, disse o pesquisador do Incaper, Cesar Krohling. MAIS Segundo pesquisadores, a maior área plantada de café no estado ainda está em Catuaí. Mas a variedade é muito suscetível a doenças como a ferrugem. Por isso, muitos produtores já estão trocando e plantando outras variedades. “A produtividade é muito maior, fruto grande, e não tem a principal doença do cafeeiro, que é a ferrugem. E aí a produtividade de 40 sacas por hectare chega a 80 sacas por hectare, o dobro. O segredo para fazer isso é apenas usar o manejo de pragas e doenças”, disse Cesar. Produtores capixabas conseguiram perceber que novas variedades de café aumentam produtividade nas lavouras Reprodução/TV Gazeta Por enquanto, o resultado ao analisar a produtividade das cultivares plantadas em Venda Nova do Imigrante em quatro safras mostrou média de 55 sacas por hectare, o que corresponde para o dobro da média do estado. “Os novos materiais vêm com esse grande objetivo, aumentar a produtividade da lavoura cafeeira. É dobrar a produtividade de todo o estado, fazendo coisas simples, básicas. O produtor tem condições de fazer isso renovando sua lavoura”, afirmou o pesquisador. O produtor Fabiano já iniciou esse trabalho na propriedade e ainda compartilha seu conhecimento com outros colegas. “Percebi um aumento na produção, na qualidade, porque tem outras variedades, o tempo de colheita aumenta, automaticamente conseguimos fazer um café de maior qualidade. Hoje posso dizer que tenho umas quatro variedades que não consigo tirar de e que vamos manter na hora da reforma Como já temos esse experimento na propriedade e acompanhamos a produção, as pessoas me perguntam qual variedade posso aconselhar, doo sementes para pequenos produtores que queiram testar outras. variedades”, disse o produtor. O resultado final da pesquisa de novas variedades de café arábica deverá ser divulgado em outubro de 2024. Reprodução/TV Gazeta Help também vem em grupos. Na propriedade de Fabiano acontece o “Dia de Campo”, evento que faz parte do projeto e é utilizado para os pesquisadores apresentarem o desempenho de cada variedade. Além disso, as técnicas são repassadas e os produtores recebem apoio e atenção. “Além do resultado da medição da produtividade e da qualidade do café, o produtor visita, conhece e ele seleciona o que quer plantar. E vimos que a seleção que ele fez correspondeu à nossa seleção de produtividade. é extremamente importante. Então, se temos ganhos reais de produtividade é porque eles não são utópicos. É feito pelo produtor, com o conhecimento do produtor, aplicando as técnicas que recomendamos”, acrescentou Cesar. VÍDEOS: tudo sobre o Espírito Santo Veja as últimas notícias do g1 Espírito Santo
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