Em cada eleição presidencial americana, a atenção dos candidatos volta-se para um punhado de estados considerados decisivos. Arizona, Carolina do Norte, Geórgia, Michigan, Nevada, Pensilvânia e Wisconsin devem decidir as eleições nos EUA em 2024 BBC/Reprodução Em cada eleição presidencial americana, a atenção dos candidatos se volta para um punhado de estados considerados decisivos. Esta lista muda a cada ciclo eleitoral e é baseada em diversos fatores, como resultados de eleições anteriores, pesquisas de intenção de voto, novas tendências políticas, mudanças demográficas e características específicas dos candidatos, entre outros. Este ano, estrategistas políticos e analistas identificam sete estados como aqueles que deveriam decidir as eleições: Arizona, Carolina do Norte, Geórgia, Michigan, Nevada, Pensilvânia e Wisconsin. Mais de 240 milhões de americanos poderão votar em 5 de novembro. Mas no sistema eleitoral do país, obter a maioria do voto popular a nível nacional não é garantia de vitória. Para chegar à Casa Branca, um candidato precisa de pelo menos 270 dos 538 votos do chamado Colégio Eleitoral, formado por delegados enviados pelos Estados. O número de delegados de cada Estado varia e é proporcional ao tamanho da população. Na maioria dos casos, o vencedor obtém todos os votos do Colégio Eleitoral daquele estado, mesmo que a vitória tenha sido por uma pequena margem. Assim, é possível que um candidato ganhe no voto popular nacionalmente e ainda perca na contagem dos votos do Colégio Eleitoral. Foi o que aconteceu com a democrata Hillary Clinton em 2016, que foi derrotada por Donald Trump. Na complicada matemática para chegar aos 270 votos, os chamados estados indecisos são cruciais, pois num ano podem pender para os Democratas e, nas eleições seguintes, para os Republicanos. Na maior parte dos 50 estados americanos, a disputa costuma não ser competitiva, e um dos dois partidos historicamente tem mais força, deixando poucas chances de vitória ao seu adversário. Exemplos dessa dinâmica são a Califórnia, considerada um estado democrata, ou o Texas, que tem um histórico de votação republicana. Mas, nos sete estados identificados como decisivos este ano, tanto a vice-presidente Kamala Harris, que deverá ser aclamada candidata democrata, como o ex-presidente Donald Trump, que deverá concorrer pelo Partido Republicano, poderão vencer a corrida. Outra característica para um Estado ser considerado decisivo é ter pesquisas de intenção de voto com pequena diferença entre os dois candidatos. “Consistentemente dentro da margem de erro”, diz o cientista político Todd Belt, professor da Universidade George Washington, em Washington, à BBC News Brasil. O que dizem as pesquisas Segundo o agregador de dados de pesquisas do site RealClearPolitics (RCP), em 19 de agosto, Trump tinha 47,5% das intenções de voto nesses sete estados, quase empatado com os 47,4% de Harris. O PCR mostra a ligeira vantagem de Trump no Arizona, Carolina do Norte, Geórgia, Nevada e Pensilvânia, enquanto Harris lidera em Michigan e Wisconsin. O Silver Bulletin, publicado pelo estatístico Nate Silver, dá a Harris uma pequena margem no Arizona, Carolina do Norte, Michigan, Pensilvânia e Wisconsin, ao mesmo tempo que mostra Trump com uma vantagem na Geórgia e no Nevada. Outro agregador, FiveThirtyEight, indica uma vantagem para Trump na Carolina do Norte, Geórgia e Nevada, com Harris ligeiramente à frente nos restantes quatro estados. A entrada de Harris na disputa em julho, depois que o presidente Joe Biden anunciou sua desistência de concorrer à reeleição, teve impacto em vários estados decisivos. Em alguns, Trump estava à frente de Biden, mas foi ultrapassado por Harris. Em outros, a diferença entre os dois foi bastante reduzida. “Há certamente uma tendência em todos [esses Estados] nessa direção”, destaca Belt. Trump também ganhava espaço em partes do eleitorado que tradicionalmente votam nos democratas, como negros, latinos e jovens. A maioria desses eleitores ainda dizia preferir Biden, mas o percentual que apoiava Trump estava aumentando. A chegada de Harris parece ter energizado esses eleitores “Vimos o apoio desses grupos a Harris dobrar em relação a Biden”, observa Belt. “Biden estava perdendo. [apoio nesses grupos]e sem eles eu não seria capaz de vencer [a eleição].” Outra mudança refere-se aos eleitores abertos a um terceiro candidato. Robert F. Kennedy Jr., que concorre como independente, poderia roubar votos do democrata ou do republicano, favorecendo seu oponente. Mas a parcela de eleitores dispostos a votar em um O terceiro candidato tem diminuído desde que Harris entrou na corrida “Isso indica que eles não estavam satisfeitos nem com Biden nem com Trump”, diz Belt “Mas agora que Harris é o candidato, eles estão voltando para o Partido Democrata”. Harris na corrida teve impacto em vários estados indecisos Getty Images/via BBC As últimas semanas também trouxeram o anúncio do governador de Minnesota, Tim Walz, como vice-presidente de Harris e do senador JD Vance, de Ohio, como companheiro de chapa de Trump. O impacto ainda não é claro. Outros factores a ter em conta são as corridas ao Senado ou as consultas populares sobre questões importantes em estados decisivos, que geralmente motivam mais eleitores a irem às urnas num país onde o voto não é obrigatório. será visto se a excitação sobre Harris durará até a convenção do partido neste mês, o debate em setembro e a votação em novembro “Temos mais de dois meses e meio (até a eleição). Muita coisa pode mudar”, diz ela. Arizona – 11 votos O Arizona costumava ser um reduto republicano, mas em 2020, o democrata Joe Biden venceu no estado. Antes disso, a última vitória de um candidato democrata à presidência no estado havia sido em 1996 Este ano, a disputa é acirrada, num estado altamente polarizado. O Silver Bulletin indica 45,8% de intenções de voto para Harris, e 43,7% para Trump, enquanto o RCP mostra Trump com 47,3% e Harris com 47,1%. das principais questões que devem mobilizar os eleitores no Arizona, estado que faz fronteira com quase 600 quilômetros com o México, Trump promete “realizar a maior operação de deportação da história americana” e ataca os democratas pelo grande fluxo de imigrantes ilegais, que atingiu números recordes. antes de cair nos últimos meses, o acesso ao aborto deverá ser outra questão importante no Estado, onde o procedimento é proibido após 15 semanas de gravidez. A eleição de novembro incluirá uma consulta popular sobre a proposta de garantia do direito ao aborto no estado. Constituição, impedindo que o Estado restrinja o procedimento antes do ponto de viabilidade fetal (por volta das 24 semanas de gestação). Segundo estrategistas, a consulta sobre o aborto poderia mobilizar mais eleitores preocupados com a questão a deixarem suas casas para votar, o que poderia beneficiar Harris. Carolina do Norte – 16 votos A Carolina do Norte tem um histórico de votação em candidatos presidenciais republicanos. Barack Obama foi o último candidato presidencial democrata a vencer o estado, em 2008. Antes de Obama, a Carolina do Norte votava nos republicanos nas eleições presidenciais desde 1980. Este ano, segundo o RCP, as pesquisas mostram 47,6% de intenções de voto em Trump e 46,4% para Harris no estado. Segundo os cálculos do Silver Bulletin, porém, depois de semanas em que a margem entre os dois foi diminuindo, o democrata ultrapassou agora Trump. Os democratas têm investido pesado na campanha no estado, e apostam na parcela do eleitorado que se diz não fiel a nenhum partido. Geórgia – 16 votos Há algumas semanas, algumas pesquisas na Geórgia indicavam uma vantagem de até 10 pontos para Trump. Mas essa margem tem diminuído desde a entrada oficial de Harris na corrida. Segundo as médias do RCP e do Silver Bulletin, Harris e Trump estão agora praticamente empatados no estado, com ligeira vantagem para o republicano. Em 2020, Joe Biden foi o primeiro candidato presidencial democrata a vencer a Geórgia em quase 30 anos. O último foi Bill Clinton, em 1992. Depois de perder para Biden na Geórgia por pequena margem em 2020, Trump foi acusado de interferir nas eleições estaduais, com supostos esforços para anular o resultado. Estas acusações, negadas por Trump, estão num dos processos criminais que o republicano enfrenta. Mais de 30% da população da Geórgia é negra, e esta parcela do eleitorado desempenhou um papel importante na vitória de Biden em 2020. Este ano, a campanha de Harris espera mobilizar os eleitores negros e as mulheres para vencer no estado. Michigan – 15 votos Até 2016, Michigan era considerado leal aos democratas nas eleições presidenciais. Naquele ano, porém, Trump foi o primeiro candidato presidencial republicano a vencer o estado desde a vitória de George HW Bush em 1988. Nas eleições seguintes, em 2020, Biden conseguiu entregar novamente o estado aos democratas. Este ano, a média de nove pesquisas agregadas pelo RCP indica que Harris tem 48,6% das intenções de voto no estado, e Trump tem 46,6%. O Boletim de Prata também mostra vantagem para o democrata. Michigan tem a maior proporção de árabes americanos no país. Há expectativas sobre se o apoio do governo americano a Israel na guerra em Gaza poderá prejudicar o desempenho dos democratas no Estado. Nevada – 6 votos A última vez que um candidato presidencial republicano venceu em Nevada foi em 2004, mas muitas pesquisas indicam a liderança de Trump neste ano. No entanto, esta vantagem tem vindo a diminuir nas últimas semanas. Pela média do RCP, o republicano tem 47,3%, à frente dos 46% de Harris. O Silver Bulletin também mostra Trump ligeiramente à frente, mas o agregador de pesquisas Fivethirtyeight dá a Harris uma pequena margem. O agregador de pesquisas Fivethirtyeight mostra os dois candidatos empatados, com 44,4% cada. Nevada é caracterizado por uma grande parcela de eleitores de origem latina e uma forte presença de sindicatos. A economia é um dos temas importantes para os eleitores do estado, que tem uma das maiores taxas de desemprego do país. Pensilvânia – 19 votos Durante mais de 20 anos, desde 1992, os candidatos presidenciais do Partido Democrata venceram na Pensilvânia. Isso mudou em 2016, com a vitória de Trump no estado. Em 2020, Biden reconquistou o estado para os democratas. Estima-se que este ano as campanhas presidenciais de ambos os partidos investirão mais de US$ 100 milhões (cerca de R$ 547 milhões) cada uma em publicidade na Pensilvânia até novembro, bem acima do valor gasto em outros estados. A média do RCP indica uma vantagem de apenas 0,1 pontos percentuais para Trump. O Silver Bulletin e o FiveThirtyEight colocaram Harris à frente. Economia e inflação estão entre as principais preocupações dos eleitores do estado. Wisconsin – 10 votos Em 2016, Trump foi o primeiro candidato republicano desde Ronald Reagan a vencer em Wisconsin. O estado faz parte da chamada “Muralha Azul”, que é uma referência à cor atribuída aos democratas e inclui também Michigan e Pensilvânia. Estes são estados industriais que historicamente votam no candidato democrata. Após a derrota do partido em 2016, Biden conseguiu conquistar esses estados em 2020. Este ano, eles são novamente cruciais para a conquista da Casa Branca. Em julho, os republicanos realizaram sua convenção nacional em Milwaukee, a maior cidade de Wisconsin, que também foi palco do primeiro comício de Harris após entrar na corrida. Segundo o RCP, Haris tem 48,6% das intenções de voto no estado, um pouco à frente dos 47,6% de Trump. O Silver Bulletin e o FiveThirtyEight também dão vantagem a Harris. Flórida e Ohio Como acontece com cada eleição, a lista de estados decisivos deste ano traz mudanças em comparação com as eleições anteriores. Dois exemplos são Flórida e Ohio, que durante décadas foram considerados importantes estados indecisos. Em ambas, o candidato presidencial democrata venceu em 1996. Nas duas eleições seguintes, o republicano saiu vitorioso. Em 2008 e 2012, novamente o Democrata. E em 2016 e 2020, o Republicano novamente. Mas as mudanças demográficas fizeram com que a Florida, com 30 votos no Colégio Eleitoral, e o Ohio, com 17, saíssem da lista dos estados mais competitivos. As pesquisas deste ano indicam uma vantagem confortável para Trump em ambos.
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