A Polícia Civil do Rio iniciou neste sábado a segunda fase de uma operação contra uma quadrilha que “hackeou” agências bancárias para obter dados de clientes e realizar transações fraudulentas. Até o momento, três pessoas foram presas.
Agentes estão nas ruas para cumprir 11 mandados de prisão preventiva e 12 mandados de busca e apreensão. Os alvos são investigados por associação criminosa e invasão de dispositivo eletrônico.
A investigação começou quando uma agência de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, detectou um acesso estranho à rede interna. A polícia analisou imagens de câmeras de segurança e descobriu que um terceirizado instalou um dispositivo nos cabos de internet. O grupo instalou esses dispositivos no cabeamento de dados dos bancos e conseguiu roubar clientes aleatórios, conforme explicou o delegado Moysés Santana.
O modus operandi funciona em três etapas. O primeiro passo é recrutar funcionários, seja para instalar máquinas ou fornecer senhas e credenciais de acesso ao sistema. Eles pagam R$ 10 mil pela instalação da máquina e R$ 100 mil pela credencial de acesso. De posse dessas credenciais e com o dispositivo instalado no banco, eles passam a acessar dados bancários de diversos clientes e substituem os dados cadastrais dos clientes por dados cadastrais de terceiros, biometria, fotos, documentos de pessoas a eles vinculadas.
Na segunda-feira (08), na primeira fase da ação, três pessoas foram presas. Em maio, o eletricista Vinícius de Sousa Santos Tobias foi preso – ele trabalhava em uma empresa que prestava serviços para o banco e admitiu que foi cooptado para instalar o aparelho. Em depoimento, o homem disse que ganhava 10 mil reais por instalação. O delegado afirma que a associação criminosa possui células em outros estados do país
“Esse grupo atua em diversas células, inclusive em outros estados do Brasil, e o Reinaldo é o principal operador no Rio de Janeiro. E identificamos outros integrantes, operadores financeiros, outros recrutadores de funcionários, instaladores de máquinas dentro do banco. uma perda financeira de aproximadamente R$ 40 milhões para o Banco do Brasil”.
A investigação se baseou em relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras, o Coaf, que apontou movimentações financeiras suspeitas nas contas dos investigados. O Banco do Brasil informou que está ajudando nas investigações policiais.
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