O que é educação positiva e por que esse conjunto de práticas tem gerado discussões? | Brasil

Como a internet não perde tempo, a metodologia virou tendência no TikTok, sendo usada também com namorados:

A tendência também foi utilizada na obra:

Com isso, a educação passou a gerar polêmica na internet porque, segundo críticos da linha docente, tornou-se uma educação permissiva e sem limites. Mas afinal, O que é educação positiva?

A proposta se baseia principalmente no respeito à criança – por isso também é chamada de educação respeitosa, como explica a educadora parental Priscilla Montes. A ideia, segundo ela, é estabelecer uma comunicação aberta.

“A ideia central é que a educação respeitosa/positiva é uma relação de igualdade entre adulto e criança. Então, nessa perspectiva, o adulto leva em conta que a criança depende dele e a disponibiliza, com base na experiência, maturidade e na sua idade, cuidar da criança, respeitando sua integridade, isso, obviamente, afastando punições, chantagens, violências e ameaças”, afirmou.

A ideia é dar às crianças a oportunidade de tomar decisões dentro de limites seguros, para estimular a autonomia e o pensamento crítico. Então, em vez de dizer: “Faça isso agora”os pais apresentam uma opção, como: “Você prefere fazer isso sozinho ou quer minha ajuda?”.

Thaiana Gama é educadora infantil e diz que os alunos se sentem mais seguro recorrer a ela diante de situações adversas:

“Quando acontece alguma coisa, como um conflito, uma briga por espaço, uma briga por um brinquedo, sinto muito que eles venham até mim, me peçam ajuda quando ainda não conseguem ter aquela ‘organização’ para fazer isso sozinhos. É um lugar de segurança com o adulto, dele saber que estou ali e que vou ajudar”, relata.

Educação positiva x educação mais tradicional

Roberta Vieira é mãe de Jasmim, de cinco anos. Ela afirma que tenta adaptar a educação que teve – mais tradicional – para uma mais positiva, principalmente na hora das refeições e na hora de dormir.

“Utilizo a educação positiva quando minha filha tem relutância em relação à alimentação, pois ela é um pouco seletiva quando se trata de alimentos muito moles. , atividades para fazer durante os dias…”, disse.

Por outro lado, há quem prefira fazer “à moda antiga”. Elysa Ribeiro, mãe de três filhos, de cinco, 11 e 13 anos, diz que reconhece a necessidade de ouvir os filhos, mas prefere dar a palavra final:

“Eu pergunto: ‘Você já fez sua tarefa escolar de hoje?’ Eles têm que falar: ‘Mãe, está tudo bem’, ‘Sim, senhora’… Tem que chegar da escola, pegar as meias, colocar na máquina de lavar, enfim, mais sobre essa parte do resposta, o comportamento não está no lugar deles e mostrar que é preciso seguir as regras”, explica.

Educação positiva significa deixar as pessoas fazerem o que quiserem?

Uma das principais críticas à educação positiva é a sensação de que o método é permissivo e sem limites. Contudo, a educadora parental Priscilla Montes considera que, nesta forma de educar, também existem limites – mas eles são estabelecidos através do diálogo, e não de punições:

“Da mesma forma que há irresponsabilidade numa educação excessivamente autoritária e violenta, na educação permissiva o adulto negligencia a responsabilidade de cuidar daquela criança. Esse mito de que a educação positiva é uma educação sem regras nem limites é o mais clássico “, ele declarou .

Além disso, a pedagoga e educadora parental Maya Eigenmann, mãe de dois filhos, reforça que, na educação positiva, é preciso respeite as reações da criançamas sem se render aos seus desejos:

“Comecei a explicar para eles que o tempo de tela faz mal, assim como o excesso de açúcar. Eles podem assistir, mas não a tarde toda. Aqui em casa o limite é uma hora por dia, mas eu falo mesmo desse lugar de explicação. Às vezes , eles não vão concordar, mas eu sou o guardião deles, da saúde deles… Preciso sempre manter esse limite com muito amor e respeitar a reação que eles possam ter”, detalha.