Aos dezessete anos, a estudante brasileira Millena Xavier Martins poderá se tornar a primeira latino-americana a ganhar o Global Student Prize, prêmio internacional denominado “Student Nobel”.
O mineiro de Juiz de Fora é um dos 50 finalistas do concurso que premia aluno com destaque no valor de US$ 100 mil.
Filha de professora, sua trajetória começou aos 10 anos, na escola onde sua mãe ensinava crianças de comunidades carentes.
Decidida a buscar melhores oportunidades, mudou-se para Viçosa, também na Zona da Mata mineira, e passou a participar, por conta própria, de Olimpíadas científicas.
Aos 12 anos, a estudante desenvolveu sua primeira conquista, a Autinose, ferramenta que auxilia no rastreamento do autismo. Millena conta que a ideia surgiu do diagnóstico tardio de uma amiga e foi seu primeiro passo no mundo da Inteligência Artificial.
“Quando mudei para uma escola federal, um amigo havia sido diagnosticado tardiamente com autismo. E pensando no que eu poderia ajudar com meu conhecimento de tecnologia, para tornar o diagnóstico acessível, para ajudar meu amigo e tantas outras pessoas, resolvi criar essa ferramenta. E com isso veio a IA, porque a IA que torna isso possível, especificamente o Machine Learning, e comecei a me interessar mais por essa área, justamente pelo potencial de previsão que ela tem.”
Outra conquista do aluno, que recebeu o título de mais jovem a entrar na lista Forbes Under 30 na categoria Ciência e Educação, é a Prep Olímpicos, organização não governamental que já ajudou mais de 100 mil estudantes nos estudos para o Olimpíadas Científicas. A iniciativa também conta com uma ferramenta de IA que responde dúvidas sobre competições acadêmicas.
No que diz respeito ao futuro, Millena, que está no terceiro ano do ensino médio, garante que continuará trilhando o caminho da tecnologia e da computação, possivelmente cursando engenharia biomédica. Ela também dá dicas para outros estudantes que querem fazer a diferença por meio da educação e da tecnologia.
“Eu diria que o conselho, a primeira coisa, é não se limitar ao que a escola lhe oferece academicamente. Veja se você gosta de Olimpíadas, de simulados da ONU ou de debates e dedique seu tempo livre para se envolver com organizações, fazendo voluntariado que mostrar um pouco mais sobre o que você realmente quer fazer. O Brasil não é só samba e futebol, o Brasil também tem educação e ciência de qualidade.”
Os 10 finalistas do Global Student Prize deverão ser anunciados em setembro e o vencedor será anunciado no final do ano.
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