A demanda dos clientes aumentou nas cafeterias do Rio; variedade de opções, contato com a natureza e vistas desafogadas são atrativos O que era apenas um momento de “pão no prato com pinga” antes de começar o dia ganhou status de programação imperdível no Rio. As fartas e coloridas mesas dos pequenos-almoços e brunches que têm feito sucesso em todo o mundo atraem os cariocas, com uma opção de menu variada, do sumo de laranja ao cappuccino gelado, dos ovos escalfados à quiche, passando por vários tipos de pães e doces. Mas a motivação para deixar a preguiça de lado e sair da cama cedo vai além dos cardápios. É uma forma diferente e mais divertida de curtir a cidade. Zona Norte: Fradinhos para coibir estacionamento ilegal no entorno de São Januário estão quebrados Entenda: Teríamos cancelado show da Taylor Swift’, diz prefeito Eduardo Paes sobre protocolo de calor lançado nesta sexta no Rio Acostumado a fazer uma boa refeição logo no início do mês dia, Aline Braz, 43 anos, conta que não abre mão de ir à Padaria Dianna, na Tijuca, para acordar com o pé direito e pedir seu prato preferido: Tijucroque, sanduíche feito com brioche, queijo mussarela, creme queijo, peito de peru defumado e pesto de manjericão. Para completar, não pode faltar a torta de nozes, campeã de vendas do estabelecimento. As relações públicas dizem que a comida muitas vezes precede outras programações. — Todas as vezes eu tive que passar pelo túnel para ir a um restaurante bacana. Quando descobri a Dianna fiquei encantada porque a qualidade aqui é excelente. Ele é a prova de que pode ser muito bom e estar na Zona Norte. A refeição virou um dos programas preferidos de Aline e do namorado Gui Albuquerque, 35 anos. Apesar de não ser diurno, o humorista admite que se rendeu aos desejos da amante: — Vejo que ela gosta muito, então acabou me influenciando. Até fico mais atento por causa dela, vendo lugares e tudo mais. Assim como saímos para almoçar e jantar, adoramos tomar um café. Proposta diurna Inaugurado durante a pandemia, na Rua Santo Afonso, o restaurante comandado pelas confeiteiras Dianna Macedo e Teca, formada em Direito e barista, cresceu e mudou para um local maior, na Rua Dona Delfina. De carteirinha tijucanas, os dois dizem que nunca pensaram em outro lugar para abrir o negócio. Eles gostam do bairro e não guardam segredo. Em uma das paredes está escrito: “Made in Tijuca”. — Quando começamos, a única exigência do Teca era que abríssemos aqui no bairro. Fomos muito bem recebidos e hoje temos cerca de 7 mil clientes por mês. As cestas também fazem sucesso, principalmente em épocas festivas — afirma Dianna. Além dos momentos de lazer, as cafeterias se tornaram um ambiente confortável para quem quer fugir um pouco da rotina do home office. Pensando nisso, a Dainer, de Botafogo, investiu em recargas de café, de segunda a sexta, das 9h às 12h. A notícia foi comemorada pela arquiteta Gabriela Basílio, 27 anos. — Aqui na Dainer tenho mesa, tomada para trabalhar e ótimo atendimento. Basicamente venho tomar café, mas quando tenho fome acabo almoçando — diz Gabriela. Para quem curte o dia Inspirado nos restaurantes norte-americanos, aqueles com nichos com sofás, mostarda e ketchup na mesa, o Dainer, em Botafogo, oferece café da manhã, almoço e coquetéis. Também no comando de Quartinho e Papa, Edu Araújo explica que a casa fica aberta até as 20h e não surgiu com espírito noturno. — Introduzimos os cocktails às 10h porque há pessoas que gostam de beber cedo e preferem estar a dormir quando chega a noite. O cliente pode aproveitar o brunch, almoçar e depois vir tomar um drink no final do dia — destaca Edu. Com uma média de 15 a 20 mil pessoas por mês, os carros-chefe da Dainer são o Beluga, ovo bento com camarão e ovas de peixe voador, e o trio de pães de queijo no forno a lenha com catupiry e geleia de goiaba. Ter uma alimentação balanceada e estar em contato com a natureza é fundamental para a professora de ioga Adriana Camargo, 53 anos. Moradora de Botafogo, a professora brinca que é patrimônio imaterial do Empório Jardim, na Casa Firjan, no bairro, e não começa o dia antes tomando um suco detox ou comendo um creme de abacate. A paixão pelo lugar contagiou toda a família. — Fazer uma refeição deliciosa logo ao acordar traz um enorme bem-estar, tanto físico quanto emocional. É diferente da experiência de tomar café em casa e depois sair. — diz Adriana. Do simples ao caro Com 112 opções no cardápio e padaria própria, o Empório se destaca pela variedade de produtos, entre vegetarianos, veganos e sem lactose. Em suas três unidades — Botafogo, Jardim Botânico e Ipanema — recebe cerca de 25 mil pessoas por mês. A sócia Branca Lee acredita que se afastar do esporte foi o maior diferencial e, ao mesmo tempo, o maior desafio: — Acho que a diversão é chegar e tomar café da manhã quando for. Os cariocas buscam essa diversidade e no final de semana sempre temos fila. Somos capazes de oferecer um vasto menu que se adapta a todos os orçamentos. Você pode fazer uma refeição mais simples ou comer um item mais caro. Assim como o Empório, o Arp Bar, no Arpoador, investe em aliar um bom café da manhã a uma bela vista, das 7h às 12h, e virou ponto de comemoração. — A procura é muito grande porque somos o único restaurante do Rio com toda essa possibilidade de areia e mar — afirma o chef Lucas Lemos. O presidente do Sindicato dos Bares e Restaurantes do Rio (SindRio), Fernando Blower, afirma que o crescimento do setor é uma tendência no Rio. Blower acredita que o número de estabelecimentos aumentará com a demanda: — É um movimento de mudança contínua de comportamento, tanto do lado da demanda quanto da oferta.
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