Segundo o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf), foram aplicadas 200 multas por queimadas irregulares entre 2020 e julho de 2024. Por outro lado, no mesmo período, foram pagas 92 multas. Fogo atinge morro onde fica o maior circuito de tirolesa da América Latina, em Pancas, no Espírito Santo. Reprodução TV Gazeta 4 Entre janeiro e julho de 2024, o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf) aplicou multas por queimadas irregulares que totalizaram quase R$ 900 mil. O valor é 4.786% superior ao aplicado no mesmo período de quatro anos atrás, em 2020. Os dados foram obtidos e analisados pelo g1. Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Telegram Segundo o instituto, foram aplicadas 12 multas por queimadas irregulares nos primeiros sete meses de 2024, totalizando R$ 889.294,53. Este é o segundo maior número dos últimos quatro anos. No mesmo período do ano passado, foram 20 multas e o valor foi ainda maior: R$ 1,3 milhão. Valor das multas aplicadas no ES Em 2020 foram aplicadas 22 multas totalizando R$ 80.408,34; Em 2021, foram 54 multas, totalizando R$ 461.681,03; em 2022, foram 48 multas, totalizando R$ 58.762,11; em 2023, foram 64 multas, totalizando R$ 1.486.903,30. As queimadas irregulares, segundo o Idaf, são caracterizadas pela ocorrência de queimadas em áreas de vegetação nativa, como matas, e também quando não há cumprimento de um período específico de proibições e das regras estabelecidas pelo estado. Clique aqui para acompanhar o canal do g1 ES no WhatsApp Segundo o gerente de controle florestal do Idaf, Jésus Fernando Miranda, as autorizações para queimadas só são permitidas entre os meses de novembro e abril. “Nos restantes meses, entre Maio e Novembro, as queimadas são proibidas por se tratar de um período seco e com condições climatéricas desfavoráveis”, explicou. Além das multas, outro dado preocupante. Os incêndios registrados em áreas de vegetação no Espírito Santo aumentaram 73% em um ano. De janeiro a 25 de agosto, o estado teve 310 focos de incêndio. No mesmo período do ano passado, ocorreram 179 incêndios. Em apenas uma semana de agosto, foram registrados 44 incidentes. Os dados são do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Espaciais (Inpe). Aumento progressivo Segundo dados obtidos pelo g1, houve um aumento de 190% no número de multas aplicadas pelo órgão entre 2020 e 2023. Os dados mostram que foram aplicadas 188 multas ao longo desses anos. Ao considerar também as penalidades aplicadas nos primeiros sete meses de 2024, o número salta para 200. Confira no gráfico o total de multas por ano. Multas aplicadas pelo Idaf entre 2020 e 2023 f O gestor de controle florestal atribui o aumento no número de multas aplicadas à maior fiscalização do governo do estado, que utiliza até drones para coibir queimadas irregulares. “Nos últimos três anos, adquirimos mais tecnologias e fizemos convênios com instituições como a Polícia Militar Ambiental, o que nos ajudou a aumentar a fiscalização. Com a ajuda de 50 drones, também conseguimos ampliar a área de cobertura ambiental inspecionados”, comentou. LEIA TAMBÉM: ‘Paisagem cinzenta’ na Grande Vitória é reflexo de queimadas na Amazônia e situação no ES pode piorar; entenda O fogo atinge o morro onde está localizado o maior circuito de tirolesa da América Latina, no ES O fogo atinge o morro onde está localizado o maior circuito de tirolesa da América Latina, em Pancas, no Espírito Santo. Reprodução Apesar do aumento na aplicação de multas, o pagamento dessas sanções não seguiu o mesmo ritmo. Segundo o Idaf, entre janeiro de 2020 e julho de 2024, foram pagas apenas 92 multas. Mas o pagamento pode envolver penalidades que não foram necessariamente aplicadas no mesmo período. Ou seja, a execução destas sanções pode referir-se a multas sofridas antes de 2020. Isto também significa que muitas das multas não são pagas. O gerente de controle ambiental explicou que, mesmo que a multa não seja paga, o responsável é responsável pelos seus atos. “Cerca de 75% das multas são pagas. As que não são pagas, na maioria das vezes, são valores muito elevados. Mas isso não quer dizer que o responsável não será punido, porque a área está embargada, ele entra no cadastro de inadimplentes , o muta vai para o Ministério Público do Espírito Santo e ele também responde criminalmente”, comentou Jésus. “Falta de pagamento é uma vergonha”, diz médico O mestre e doutor em Ciências Florestais, Luiz Fernando Schettino, disse que a impunidade em relação ao pagamento de impostos ambientais torna as queimadas irregulares ainda mais comuns. “Essas multas não surtem efeito porque, apesar de ter muita gente trabalhando e fiscalizando, são poucas pessoas fazendo um trabalho de conscientização em relação às queimadas, orientando empresas e produtores rurais sobre o impacto ambiental que elas trazem”, comentou. Incêndio no Parque Mata das Flores, em Castelo, sul do Espírito Santo Mário Louzada Para Schettino, uma das soluções, além da educação ambiental, seria tratar as multas ambientais da mesma forma que são tratadas as multas de trânsito. “Tem que ser algo que a pessoa tenha o direito de defender, mas tem que ter prazo para pagar. Quando é cometida uma infração, a pessoa tem prazo para pagar a multa. penalizada por isso. Uma multa ambiental por queima irregular não pode ser objeto de diversos recursos que aumentam o sentimento de impunidade quando se trata de degradação ambiental”, explicou o doutor em Ciências Florestais. Segundo incêndio em sete dias é registrado no Parque Estadual da Mata das Flores, no Sul do Espírito Santo Iema O especialista citou os incêndios registrados em agosto de 2024 no Parque Estadual da Mata das Flores, em Castelo, no Sul do Espírito Santo. Para ele, o custo da recuperação da área também deve ser analisado na aplicação de multa. “Para controlar um incêndio ou queimada, o gasto é muito grande. Além dos danos ambientais, quantos helicópteros foram utilizados para monitorar o incêndio, quantos litros de água foram utilizados, além do custo com equipes especializadas. isso deve ser imputado ao valor da multa final para que o responsável suporte todos os danos”, finalizou. A Polícia Militar Ambiental flagrou a ação de uma pessoa ateando fogo em vegetação de taboa, em área alagada, no município de Marataízes, nesta quarta-feira (22). O incidente foi possível devido a denúncias anônimas. Cidadão foi levado para De Divulgação/Polícia Militar Ambiental Vídeos: tudo sobre o Espírito Santo Veja a última programação de notícias do g1 Espírito Santo
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