Relatos de pacientes indicam que ele operou alcoolizado e falou frases ofensivas e desrespeitosas durante os procedimentos. O Ministério Público de São Sebastião da Boa Vista, em Marapó, recomendou o afastamento de um cirurgião do Hospital Municipal e de qualquer outra unidade de saúde do município. A identidade do médico não foi divulgada e é investigada por violência obstétrica contra três vítimas. A recomendação foi encaminhada à Prefeitura, à Secretaria de Saúde e à direção do Hospital. O g1 solicitou posicionamento e tentou falar ao telefone, mas não obteve resposta até a publicação da reportagem. Segundo o Ministério Público do Pará (MPPA), foram instaurados três procedimentos administrativos – para cada uma das três vítimas. Relataram episódios de violência obstétrica cometidos pelo médico, detalhando e comprovando ocorrências como atendimento a pacientes e realização de procedimentos cirúrgicos em estado de embriaguez. Os relatos também indicam o uso de frases ofensivas e desrespeitosas com os pacientes, como: “se você estava grávida, não sobrou nada aí”; “Nem sei se você estava grávida”; “você terá que retirar o resto do feto”; “não sobrou nada aí, você já perdeu”; “vamos fazer uma curetagem para acabar com isso.” Ainda segundo o MP, os relatos apontaram aplicações inadequadas de raquianestesia, alta médica de pacientes apesar da dor extrema e procedimentos de curetagem realizados de forma forçada e inadequada. Segundo as investigações, as práticas causavam abscessos; vômito; diarréia; necessidade de retirada do útero e das trompas, devido às perfurações; entre outras complicações físicas e psicológicas graves. “As investigações indicam ainda que procedimentos cirúrgicos, injeções e medicamentos foram realizados em desrespeito ao processo de obtenção de consentimento livre e esclarecido dos pacientes em atendimento médico, violando a Recomendação CFM nº 1/2016”, afirma o MP. O médico havia sido afastado de suas atividades, mas foi reintegrado e voltou a tratar pacientes e realizar cirurgias, razão pela qual o MP decidiu emitir recomendação para seu afastamento. O MP destaca na recomendação que as denúncias envolvendo o médico são públicas e notórias e, “apesar disso, a Câmara Municipal voltou a nomear o referido médico para trabalhar no Hospital Municipal e, até o momento, não agiu de forma proativa para investigar os fatos e puni-lo.” Acesse o canal g1 Pará no WhatsApp VÍDEOS: veja todas as novidades do Pará | no g1 Pará
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