Morte é ‘única certeza’ para 2,4 milhões de habitantes em Gaza, diz porta-voz de agência da ONU

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Louise Wateridge, que está no território palestino há duas semanas, disse que “não há lugar seguro”. Desde outubro do ano passado, mais de 40 mil pessoas morreram. Palestinos deixam suas casas após bombardeios na Cidade de Gaza em 30 de outubro de 2023 Abed Khaled/AP A porta-voz da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA), Louise Wateridge, que está há duas semanas em território palestino, afirmou em entrevista com a Agence France-Presse (AFP), nesta terça-feira (20), que “a morte parece ser a única certeza” para os 2,4 milhões de habitantes da Faixa de Gaza; “Não há lugar seguro, isto é absolutamente lamentável”, comentou ela em videoconferência. Segundo a agência, ela está em um local onde nenhum jornalista internacional pode entrar através de Israel. Desde o ataque sem precedentes do Hamas, em 7 de Outubro do ano passado, o Exército israelita tem atacado incessantemente a pequena faixa de terra densamente povoada, onde há falta de água e alimentos, por via aérea, terrestre e marítima. Mais de 40 mil pessoas já morreram, segundo o Ministério da Saúde do governo do Hamas. Clique aqui para acompanhar o canal de notícias internacional g1 no WhatsApp Quase todos os palestinos na Faixa de Gaza tiveram que se mudar pelo menos uma vez, seguindo ordens de evacuação de Israel e fugindo de bombardeios. Muitos encontraram refúgio em escolas que se tornaram campos improvisados. “Temos a impressão de que as pessoas aguardam a morte, o que parece ser a única certeza nesta situação”, disse Luísa, destacando que “até as escolas já não são um local seguro”. A Defesa Civil da Faixa de Gaza anunciou esta terça-feira a morte de 12 pessoas num novo ataque israelita a uma instituição de ensino. “Agora sempre parece que você está a poucos quarteirões da frente de batalha”, comentou a porta-voz. ” Segundo ela, as ordens de deslocamento são permanentes. “As pessoas me dizem que sentem que estão andando em círculos”, disse ela. “É preciso toda uma organização para trocar de lugar no calor, com crianças, idosos e pessoas com deficiências. deficiência”, explicou Louise. Leia também: A retaliação do Irã contra Israel pode levar tempo para acontecer, diz o porta-voz da Guarda Revolucionária Blinken diz que Netanyahu aceitou a proposta de cessar-fogo e pede ao Hamas que faça o mesmo Israel recupera corpos de seis reféns no sul de Gaza Segundo a AFP, relatos de moradores da Faixa de Gaza dizem que eles estão exaustos e não querem mais se mudar com a família e os poucos pertences que lhes restam. Outros denunciam a falta de clareza nos mapas israelenses que contêm as ordens de evacuação, alguns lançados a partir de aviões. ou acessíveis através de ligações à Internet, num território sem eletricidade há mais de dez meses e onde as redes de telecomunicações falharam, retiraram o corpo de um familiar morto num bombardeamento israelita da morgue do Hospital Al Shifa, em Gaza, em 15 de março de 2024. AFP Animais e doenças Onde quer que vão, “há ratos, escorpiões, baratas, todos os tipos de insetos, que transmitem doenças de um abrigo para outro”, destacou o porta-voz. Além disso, o vírus da poliomielite ressurgiu no território, 25 anos depois de ter sido erradicado. A ONU aguarda a autorização de Israel “para ir de tenda em tenda para garantir que as crianças menores de dez anos sejam vacinadas”. Louise destacou que existem “desafios terríveis e sem precedentes em termos de propagação de doenças e higiene, devido em parte ao cerco imposto por Israel”. Apesar de tudo, a porta-voz afirmou que os habitantes da Faixa de Gaza “continuam à espera de um cessar-fogo” e estão cientes “das negociações e dos acontecimentos atuais”. Os Estados Unidos, o Catar, o Egito e Israel mantêm novas negociações esta semana para tentar chegar a uma trégua com o movimento islâmico palestino, um processo que parece estar paralisado.



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