As cunhãs-porangas Marciele Albuquerque, do Boi Caprichoso, e a ex-BBB Isabelle Nogueira, do Garantido, foram transformadas em animais durante as apresentações da 57ª edição do Festival Folclórico. Os vídeos viralizaram nas redes sociais. Morcego, gavião, cobra, onça: as impressionantes transformações do Festival de Parintins. Mulheres que se transformam em águias, cobras, morcegos e falcões com roupas ricas e evoluções perfeitas. Foi assim que os itens, itens que compõem a apresentação dos bois Caprichoso e Garantido, conquistaram o público no bumbódromo de Parintins durante a 57ª edição do Festival de Folclore. O Festival Folclórico de Parintins é conhecido por ser o maior espetáculo ao ar livre do mundo. Os bois Caprichoso (azul) e Garantido (vermelho) participam de três noites de batalha. Ao som de toadas, música típica da cultura bovina, cada bumbá tem até 2h30 para apresentar um conjunto de 21 itens, em uma arena em forma de cabeça de boi. O festival reúne mais de 100 mil pessoas todos os anos. Na edição deste ano, os dois bois investiram ainda mais na transformação das peças. As cunhãs-porangas Marciele Albuquerque, do Boi Caprichoso, e a ex-BBB Isabelle Nogueira, do Garantido, viralizaram nas redes sociais neste final de semana com vídeos em que aparecem se transformando em diversos animais durante as perguntas (veja o vídeo acima). Essas transformações ajudam os itens a explicar o tema que cada boi escolheu, e que se desenvolve ao longo das três noites de apresentação, além de somar pontos no cálculo. LEIA TAMBÉM: Caprichoso abre segunda noite do 57º Festival de Parintins celebrando ‘Tradições: A Chama da Resistência Popular’ Com David Assayag, Garantido fecha a segunda noite do Festival de Parintins exaltando ancestralidade amazônica Caprichoso Marciele Albuquerque transformada em grande cobra. Divulgação/Boi Caprichoso Na primeira noite do festival, durante sua evolução, Marciele Albuquerque se transformou em cobra. O traje se transformava na cabeça de uma serpente, enquanto dançarinos de boi ajudavam a formar a cauda da majestosa serpente. Ela era a “Dona da Noite”, lenda indígena trazida pelo bumbá no primeiro dia de apresentação. Na segunda noite, a cunhada de Caprichoso virou águia. Os movimentos idênticos aos do pássaro e a perfeição do focinho do animal chamaram a atenção do público e das redes sociais. A “turma”, como são conhecidos os torcedores de cada boi, enlouqueceu. Marciele se transformou em águia durante apresentação de Caprichoso. Reprodução/Rede Amazônica Também pelo Caprichoso, a Rainha do Folclore, Cleise Simas, apareceu como morcego na segunda noite do festival. Ao descer da alegoria, ela retirou a parte fantasiosa para evoluir na arena do bumbódromo. A iluminação da arena fazia com que o figurino mudasse de cor a cada música feita por ele. Cleise Simas apareceu como morcego durante a evolução em Boi Caprichoso. Divulgação/Governo do Amazonas Mas não são só as peças femininas do lado azul que estão comprometidas com a transformação, não. O xamã Erick Beltrão virou “jacaré” no meio do bumbódromo, durante sua evolução na noite de sábado (29). Ele interpretou o xamã durante o ritual místico Marubo. Erick Beltrão virou jacaré na segunda noite do boi Caprichoso. Pedro Coelho/Boi Caprichoso LEIA TAMBÉM: Tradição que divide a cidade: como a rivalidade entre Caprichoso e Garantido mudou a paisagem de Parintins Conheça os 21 itens de Caprichoso e Garantido concorrendo no Festival de Parintins Garantido Isabelle Nogueira se transforma em onça durante a evolução em Garantido . Patrick Marques/g1 A ex-BBB Isabelle Nogueira virou onça na primeira noite de apresentação do boi vermelho e branco. Ela apareceu em uma alegoria chamada “Noçokem” e ao descer se transformou no felino. Os LEDs nos olhos do animal ajudaram a dar o tom perfeito para a apresentação. Na segunda noite, Isa apareceu montando animais das matas e do fundo do rio, numa alegoria que representava a “Lenda das Amazonas”. Uma vez na arena, ela se transformou em uma harpia durante sua evolução. Isabelle Nogueira se transformou em falcão durante apresentação do boi Garantido. Divulgação/Governo do Amazonas O xamã Adriano Paketá se transformou em uma sucuri gigante durante o chamado ritual indígena, encerrando a segunda noite de apresentação do bumbá vermelho e branco. Adriano Paketá virou uma sucuri durante a apresentação. Divulgação/Governo do Amazonas Como é a disputa O espetáculo de cada boi no Bumbódromo é complexo e envolve 21 questões, chamadas de ‘itens’. Os itens são divididos em blocos, de acordo com suas características. O “Bloco A” compreende questões comuns e musicais; “Bloco B”, itens relacionados à cenografia e coreografia; e o “Bloco C” reúne a parte artística do evento. A decisão da disputa está nas mãos dos jurados, entre os quais: um é o presidente da comissão julgadora; três juízes do Bloco A (os sete itens nele presentes); três juízes do Bloco B (os sete itens nele presentes); e os outros três, Bloco C (os sete itens nele presentes). Cada noite é avaliada separadamente. A apuração ocorre sempre na segunda-feira, à tarde, após o último dia do festival. Das três notas atribuídas a cada item, a menor é descartada. O boi que acumular mais pontos na soma de todos os blocos de cada noite ganha o festival. No total, os jurados julgam os 21 itens, sendo individuais e coletivos. Confira: Apresentador; Levantador de toada; Batucada ou Marujada; Ritual indígena; Porta-estandarte; Eu amo o boi; A pequena Sinhá da fazenda; Rainha do folclore; Cunhã-poranga; Boi bumbá (evolução); Toada (letra e música); Pajé; Tribos indígenas; Tuxauas; Figura típica regional, Alegorias; Lenda amazônica; Vaqueira; Multidão; Coreografia; e Organização do conjunto folclórico.
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