A reportagem afirma que obteve acesso a seis gigabytes de mensagens e arquivos trocados via WhatsApp por auxiliares de Moraes por meio de pessoas que tiveram acesso ao conteúdo.
A denúncia mostra que, a partir de pedidos informais, o TSE teria sido utilizado como braço investigativo do gabinete de Moraes. Em algumas conversas, além de pedidos de reportagens sobre ações de apoiadores de Bolsonaro, especialmente nas redes sociais, assessores relatam irritação com o ministro pela demora no cumprimento de suas ordens.
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O maior volume de mensagens com solicitações informais envolveu o juiz instrutor Airton Vieira, assessor mais próximo de Moraes no STF, e Eduardo Tagliaferro, perito criminal que na época chefiava a Assessoria Especial de Combate à Desinformação do TSE.
Tagliaferro deixou o cargo no TSE em maio do ano passado, após ser preso por suspeita de violência doméstica contra a esposa.
O que dizem as conversas?
Entre as conversas envolvendo o juiz instrutor de Moraes e o ex-perito criminal do TSE, estavam pedidos de reportagens sobre postagens dos jornalistas Rodrigo Constantino e Paulo Figueiredo, ex-apresentador da Jovem Pan. Os dois chegaram a atacar o sistema eleitoral, desacreditaram as urnas eletrônicas e insultaram ministros do Supremo.
Em um dos diálogos entre Airton Vieira e Tagliaferro, publicado pela Folha de S.Paulo, o juiz que instruiu Moraes deixa claro que os pedidos partiram do ministro e ainda diz que quando Moraes “discute” alguma coisa, é uma tragédia.
“Talvez fosse mais interessante colocar isso, Eduardo, mudando para o seguinte: quem mandou isso exatamente agora foi o ministro. E ele mandou dizendo: ‘ah, você quer que eu faça o relatório?’ .Ele pensou aí. Como ele está nesses dias sem sessões, ele tem tempo para pesquisar, né?”
Tagliaferro respondeu que o volume de pedidos era grande, mas que incluiria novas informações, conforme solicitado pelo juiz instrutor Airton Vieira.
“Mas, tem coisas que fundamentam isso. Ele quer que você acrescente ainda mais? Na verdade, ele quer que você acrescente o que ele pensa, né? Vou mudar. O que você tem é mais que essencial para isso. Eu vou mudar isso aqui rapidamente”
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O juiz instrutor de Moraes também indica que tinha conhecimento da irregularidade dos pedidos diretos que fez a Tagliaferro para que enviasse os relatórios posteriormente utilizados para embasar medidas cautelares contra apoiadores de Bolsonaro. Airton também pediu que “em vez de usar o STF”, “use o TSE”.
“Pensei até em colocar meu nome: ‘por ordem do juiz Airton Vieira, etc, etc’. Mas, pensando melhor, parece estranho, porque não posso enviar a você, que é lotado no TSE, uma carta ou pedir alguma coisa e você me responder, sem mais nem menos eu teria que mandar uma carta para o presidente do TSE, pedindo para ele repassar e depois passar essa ordem para você, para que você possa me responder. são muito mais fáceis, justamente porque temos o mínimo múltiplo comum na pessoa do ministro, mas não tenho como, formalmente… se alguém questionasse, seria muito flagrante, por assim dizer.”
Pelo menos parte desses documentos foi usada pelo ministro para apoiar medidas criminais contra apoiadores de Bolsonarocomo cancelamento de passaportes, bloqueio de redes sociais e intimações para depoimento à Polícia Federal.
Aliados de Bolsonaro reagem
Após a publicação do relatório, houve reação de parlamentares alinhados ao ex-presidente.
O vice-líder da oposição no Senado, Eduardo Girão (Novo), disse que conversou com outros senadores e promete formular um pedido coletivo de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes. As postagens também cobram reação do presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco.
O ex-procurador da Lava-jato, Deltan Dallagnol, disse que o caso é “mil vezes pior” do que o da Vaza Jato, em que vazaram mensagens entre integrantes da Operação Lava-jato, demonstrando suposto conluio entre procuradores e o ex-juiz Sergio Moro.
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O ministro do STF, Alexandre de Moraes, divulgou nota sobre o caso:
O gabinete do ministro Alexandre de Moraes esclarece que, no decorrer das investigações sobre o Inq 4781 (Fake News) e o Inq 4878 (milícias digitais), de acordo com a regulamentação, foram feitas diversas determinações, requerimentos e solicitações a diversos órgãos, inclusive o Tribunal Superior Eleitoral, que, no exercício do poder de polícia, tem competência para realizar denúncias sobre atividades ilícitas, como desinformação, discurso de ódio eleitoral, tentativa de golpe de Estado e ataques à Democracia e às Instituições.
Os relatórios simplesmente descreviam as postagens ilícitas feitas nas redes sociais, de forma objetiva, pois estavam diretamente ligadas às investigações sobre milícias digitais.
Vários desses relatórios foram reunidos nessas e em outras investigações relacionadas e encaminhados à Polícia Federal para dar continuidade às diligências necessárias, sempre com a Procuradoria-Geral da República informada.
Todos os procedimentos foram oficiais, regulares e estão devidamente documentados nos inquéritos e investigações em curso no STF, com plena participação da Procuradoria-Geral da República.
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