Sonia Guajajara (Povos Indígenas) classificou as palavras de Abel como “inadmissíveis”. Técnico português pediu desculpas por usar expressão xenófoba após vitória sobre o Atlético-GO. A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, criticou a expressão usada pelo técnico do Palmeiras, Abel Ferreira Mré Gavião/MPI A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, afirmou que o técnico do Palmeiras, Abel Ferreira, “cometeu um grande erro” ao usar a expressão “ time dos índios” após partida do Brasileirão. O técnico português fez a afirmação durante análise da vitória do Palmeiras por 3 a 1 sobre o Atlético-GO, nesta quinta-feira (11). Abel pediu desculpas pela expressão xenófoba no dia seguinte. “O técnico do Palmeiras cometeu um grande erro em sua afirmação. Gostaria de convidá-lo a conhecer a história dos povos indígenas do Brasil. E também a conhecer a história da colonização de Portugal, seu país de origem, em relação a O Brasil e como estamos trabalhando para rever isso”, declarou Guajajara nas redes sociais nesta sexta-feira (12). O ministro, indígena da etnia Guajajara/Tentehar, lembrou que recentemente o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, reconheceu a responsabilidade do país pelo massacre de indígenas e escravizados no Brasil. Portugal colonizou o Brasil por mais de 300 anos. “Sua posição, naquele momento, trouxe ao debate público a urgente relevância de avançar em uma agenda de igualdade étnico-racial como premissa de cidadania, com o resgate, preservação e valorização da história e do conhecimento da cultura afro-indígena BR”, acrescentou Guajajara, que destacou a importância do combate aos estereótipos que “levam a declarações inaceitáveis como esta de Abel Ferreira”. Pedido de desculpas Criticado por usar o termo “time de índios”, Abel Ferreira publicou um pedido de desculpas nas redes sociais nesta sexta-feira (12). “Repudio toda e qualquer forma de preconceito e discriminação. Infelizmente, há expressões que continuamos a perpetuar sem focar no seu conteúdo. Errei ao usar uma dessas expressões na coletiva de imprensa. Reconheço que as palavras têm poder e impacto , independente da intenção. Todos devemos questionar, pensar e melhorar a cada dia. Peço desculpas a todos e, principalmente, às comunidades indígenas”, afirmou. O técnico português usou a expressão na entrevista coletiva concedida após a vitória do Palmeiras por 3 a 1 sobre o Atlético-GO pelo Campeonato Brasileiro de Futebol. Ele abordou a importância do atleta Aníbal Moreno na seleção paulista. “O Aníbal tem uma dinâmica muito boa e por isso queríamos muito este jogador. A direção não conseguiu trazê-lo quando precisávamos, porque não foi suficiente. trouxe ele. Eu diria que ele é o equilíbrio, o pêndulo da nossa equipe. Dá confiança para aqueles quatro, cinco, seis chegarem na área, e ele, com o Vitor (Reis) hoje e o Gómez, e o Rocha ou o Mayke. , pode equilibrar o time e dar liberdade para os atacantes”, comentou. “Porque isso não é um time de índios. Tem uma organização e dentro dessa organização tem liberdade para eles criarem, se conectarem e tem princípios de jogo que a gente tem, um deles é o equilíbrio, e o Aníbal é um desses pêndulos , aquele motorzinho, cuja função não é só ser a primeira capa, mas também iniciar o jogo e pôr a equipa a jogar”, acrescentou. A Lei Federal 7.716/89, conhecida como Lei do Racismo e que inclui a xenofobia, dispõe que “os crimes decorrentes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou origem nacional serão punidos nos termos desta Lei”.
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