O flebotomíneo identificado no RS é uma espécie transmissora da Febre Oropouche, afirma o CEVS. O estado do Rio Grande do Sul não registrou casos da doença. Flebotomíneo: amostra com insetos coletada no Litoral Norte do RS Reprodução/RBS TV A presença do flebotomíneo tem alertado especialistas, embora a Febre Oropouche, doença transmitida pelo inseto, ainda não tenha sido registrada no Rio Grande do Sul (entenda abaixo o que é a febre de Oropouche). As mulheres grávidas são particularmente vulneráveis, uma vez que a infecção pelo vírus durante a gravidez pode estar associada ao desenvolvimento de microcefalia em bebés. Acesse o canal g1 RS no WhatsApp A microcefalia é uma condição rara em que o bebê nasce com o crânio menor que o normal. Espera-se que os bebês tenham pelo menos 34 cm de perímetro cefálico. A microcefalia é diagnosticada quando o tamanho é igual ou menor que 32 cm. Bebê com microcefalia é levantado pela mãe em Olinda, em foto de 2016 Nacho Doce/Reuters O governo emitiu nota técnica alertando sobre a detecção, no Brasil, de casos de microcefalia em quatro recém-nascidos cuja mãe foi infectada. Segundo o Ministério da Saúde, o país tem 7 mil casos positivos da doença, sendo a maioria na Região Norte. Uma nota do Centro de Vigilância Sanitária do Estado (CEVS), divulgada nesta terça-feira (16), afirma que a espécie de flebotomíneo que prolifera no Litoral Norte do RS é do tipo que transmite a Febre Oropouche. As amostras testadas pelo CEVS identificaram a espécie Culicoides paraensis em Mampituba e Três Forquilhas. Além disso, há registros em cidades como Dom Pedro de Alcântara, Itati, Maquiné e Terra de Areia. Para Aline Campos, chefe da Divisão de Vigilância Ambiental em Saúde (DVAS) do CEVS, os resultados servem de alerta para o estado. “Até então não tínhamos registro da espécie, que é o principal vetor da Febre Oropouche, no Rio Grande do Sul. Isso dá um sinal de alerta, porque agora registramos sua presença. para a possível entrada desse vírus”, afirma. Flebotomíneo: conheça o inseto Microcefalia: saiba o que é, o que causa e como identificá-lo Moradores de cidades gaúchas que relatam a presença do inseto não tiveram febre e relataram, até agora, apenas sintomas cutâneos, como coceira e formação de “pontos” vermelhos. No entanto, os sintomas da febre Oropouche podem se manifestar se o flebotomíneo estiver infectado. Desequilíbrio ambiental pode ter causado proliferação Fiscais investigam proliferação de insetos no RS Nesta reportagem você confere: O que é a Febre Oropouche Como a doença é transmitida Como são os sintomas O que fazer ao sentir os sintomas Como diferenciar a Febre Oropouche da dengue O que é como tratamento Peste do flebotomíneo preocupa municípios do Rio Grande do Sul 1. O que é a Febre Oropouche A infectologista e virologista Cynara Carvalho Nunes explica que a Febre Oropouche “é uma doença causada pela picada de mosquito, um arbovírus” registrada desde a década de 1960 em Brasil. O especialista afirma que, embora a doença seja mais comum no Norte e Nordeste do país, não se pode descartar sua ocorrência no Sul. “É como a dengue. Tinha Aedes aegypti, mas não tinha dengue. Começa assim, chega primeiro o ambiente, que seria o mosquito”, comenta. Larvas de mosquito em folhas de bananeira em Dom Pedro de Alcântara Reprodução/RBS TV 2. Como a doença é transmitida A doença tem dois ciclos de transmissão: Ciclo silvestre: animais como preguiças e macacos são os hospedeiros, enquanto os mosquitos transmitem o vírus Ciclo urbano: humanos são os hospedeiros do vírus, enquanto os mosquitos atuam como o principal vetor. A doença é transmitida principalmente por mosquitos, como o flebotomíneo (Culicoides paraenses). O vírus Orthobunyavirus oropoucheense (OROV) é mantido no sangue desses animais após eles morderem uma pessoa infectada ou outro animal. A transmissão não ocorre entre humanos. A população pode tomar precauções em relação aos mosquitos, como usar roupas compridas e repelente. Sandfly na perna de um homem na RS Reprodução/RBS TV 3. Como são os sintomas? Apresenta sintomas semelhantes aos da dengue e da chikungunya, entre eles: Dor de cabeça Dores musculares Dores nas articulações Náuseas Diarreia Febre Vômitos A semelhança com outras doenças pode dificultar o diagnóstico clínico. Uma das complicações, embora incomum, seria a encefalite (inflamação no cérebro). 4. O que fazer ao apresentar sintomas A médica Cynara Carvalho Nunes afirma que “é sempre importante ter um diagnóstico” e que, por isso, o paciente deve procurar um médico que possa encaminhá-lo para exames. 5. Como diferenciar a febre Oropouche da dengue A única forma de diferenciar as doenças é realizando exames laboratoriais, com PCR, explica Cynara Carvalho Nunes. “A forma de diagnosticar a dengue é com testes rápidos, por exemplo. O Oropouche não tem um teste assim. Tem que coletar o sangue da pessoa e enviar para laboratórios”, explica. Mosquito da dengue no RS Reprodução/RBS TV 6. Como é o tratamento Não existe tratamento específico para a Febre Oropouche. Recomenda-se repouso, tratamento sintomático e acompanhamento médico. Até que o paciente tenha um diagnóstico claro de que não tem dengue, não é recomendado tomar medicamentos como Ibuprofeno, Naproxeno, Varfarina, Cetoprofeno, Indometacina, Dexametasona, Diclofenaco e Prednisolona – os famosos “medicamentos contraindicados em casos de suspeita de dengue” . “Até ter o diagnóstico, dê preferência ao Paracetamol e ao Metamizol (Dipirona)”, alerta Cynara. Flebotomíneos preocupam moradores do Litoral do RS VÍDEOS: tudo sobre o RS
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