João Couto foi indiciado no ano passado. A RBS TV apurou que um médico foi preso em Novo Hamburgo, por descumprimento de medidas cautelares estabelecidas pela Justiça. Médico João Couto Neto, investigado pela polícia no RS Reprodução O médico João Batista do Couto Neto, investigado por mortes e ferimentos em pacientes, foi preso novamente nesta terça-feira (10) em Novo Hamburgo, na Região Metropolitana de Porto Alegre, segundo investigação da RBSTV. Ele é suspeito de causar a morte de 42 pacientes e ferimentos em outros 114, e foi indiciado em pelo menos três investigações. Clique aqui para acompanhar o canal do g1 RS no WhatsApp A prisão preventiva foi realizada por ele estar descumprindo medidas cautelares impostas pelo Poder Judiciário. O g1 entrou em contato com a defesa de João Couto, e ainda não havia recebido retorno sobre o posicionamento até a atualização mais recente desta reportagem. João Couto foi investigado e indiciado por homicídio doloso (quando há intenção de matar) em pelo menos três inquéritos, concluídos no ano passado. Segundo informações da Polícia Civil da época, os indiciamentos decorrem de investigações envolvendo as mortes de dois homens e uma mulher. Pacientes e pessoas que trabalharam com ele relataram excesso de cirurgias por dia, procedimentos desnecessários e até falsos diagnósticos de câncer raro, entre outros. Veja os relatórios dos pacientes abaixo. No ano passado, João Couto foi preso no interior de São Paulo, enquanto frequentava um hospital, após obter registro no Cremesp. No entanto, ele obteve liberdade provisória. Relatos de ex-pacientes “Ele engoliu um palito” Um paciente de 52 anos, que prefere não se identificar, afirma que um pequeno desconforto no umbigo o levou ao consultório de João Couto Neto, em um hospital de Novo Hamburgo. O tratamento da hérnia umbilical incluiu a remoção de cálculos biliares. O homem foi solto no mesmo dia. Porém, em casa, ele disse que a recuperação foi um dos piores momentos de sua vida. “Fiquei muito mal, uns dois dias, muito mal. Foi vômito, vômito. Dor, muita dor. Dor que eu não desejaria para ninguém”, diz. Ele voltou ao hospital e foi submetido a nova cirurgia pelo médico. O companheiro do paciente desconfiou da justificativa dada por Couto. O cirurgião teria sugerido que um palito engolido poderia ter causado o ferimento. “Ele me perguntou se ele tinha o hábito de mastigar palito, que poderia ter engolido um palito e ficado preso. Eu disse que ele não tinha esse hábito”, conta. Foi então que decidiram mudar de médico e de hospital. “Me desesperei, perdi total confiança, principalmente porque já ouvia funcionários lá dentro me incentivando a mudar, porque a reputação dele dentro do hospital não era boa”, conta o companheiro do paciente. Médico João Couto é preso enquanto trabalhava em hospital do interior de São Paulo “Ele tinha um câncer raríssimo” A motorista Simone Ferreira Campos afirma que foi operada há 11 anos pelo médico para retirar um caroço no intestino. “Ele retirou do meu intestino, pelo que me contou quando voltei da anestesia, 10 centímetros acima do nódulo e 10 centímetros abaixo do nódulo no meu intestino, pois eu tinha um câncer raríssimo que ele não saberia como para tratar”, diz ela. . Porém, após uma biópsia, foi comprovado que o paciente não tinha câncer. “Veio como endometriose. Então, eu não tive nenhum tipo de câncer, nenhum problema de intestino”, diz ela. Ele fazia quase 30 cirurgias por manhã Um técnico de enfermagem que trabalhava no mesmo hospital de João Couto conta que a quantidade de cirurgias diárias que o médico fazia chamou a atenção da equipe. “Ele fez 27 cirurgias em uma manhã, apenas uma manhã. Não é possível, porque ele teria que ficar parado e esperar um paciente atrás do outro na mesma mesa. a instrumentação não é suficiente para isso”, afirma o profissional, que prefere não se identificar. Paciente do médico João Couto Neto no RS Reprodução/RBS TV Pacientes e familiares protestam contra o cirurgião João Couto Neto, em Novo Hamburgo VÍDEOS: Tudo sobre o RS
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