Diferentes cidades do país acordaram neste domingo cobertas de fumaça densa, como Brasília, Uberlândia (MG) e Ribeirão Preto (SP). Ministra do Meio Ambiente relembrou ‘dia do fogo’, que devastou o Pará em 2019 Marina Silva: “Há forte suspeita de um novo ‘dia do fogo’” A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou neste domingo (25) que os incêndios responsáveis por cobrir de fumaça diversas cidades do país, como Brasília, Uberlândia (MG) e Ribeirão Preto (SP), são atípicos e precisam ser investigados. “É uma situação atípica. Você passa a ter em uma semana, praticamente em dois dias, vários municípios pegando fogo ao mesmo tempo. Isso não faz parte da nossa curva de experiência na nossa trajetória de tantos anos de aproximação do fogo”, disse Marina . “Da mesma forma que tivemos o ‘dia do fogo’, há uma forte suspeita de que agora esteja acontecendo novamente”, disse ela, acrescentando que há incêndios no Pantanal, na Amazônia e no interior de São Paulo. O “dia do incêndio”, mencionado pelo ministro, foi marcado por uma série de incêndios criminosos registrados em agosto de 2019 no Pará (veja detalhes abaixo). “Em São Paulo não é natural, em hipótese alguma, que em poucos dias você tenha tantas frentes de incêndio envolvendo vários municípios simultaneamente. Mas obviamente é isso que dirão as investigações”, afirmou o ministro. A Polícia Federal abriu duas investigações para apurar as causas dos incêndios no interior do estado de São Paulo. A competência federal para investigar esses incêndios foi justificada pelos prejuízos causados à operação dos aeroportos de Ribeirão Preto e São José do Rio Preto. “Só a investigação poderá identificar o que está por trás dessas ações”, afirmou o diretor-geral da PF, Andrei Passos Rodrigues. Segundo o delegado, imagens de satélite serão utilizadas para identificar os pontos de partida dos incêndios. A PF mobilizou 14 delegacias localizadas no estado de São Paulo e a Secretaria de Meio Ambiente para monitorar a situação dos incêndios no interior de São Paulo. As declarações das autoridades foram feitas esta tarde em Brasília, depois de o ministro do Meio Ambiente e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitarem o centro de monitoramento de incêndios florestais localizado na sede do Ibama, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. ‘Dia do fogo’ O “dia do fogo” a que Marina Silva se referiu foi registrado em agosto de 2019, no Pará. A PF descobriu posteriormente que houve combinação, por meio das redes sociais, para incêndios florestais concomitantes nos municípios de Altamira e Novo Progresso, sudoeste do Pará. Em grupos de mensagens, agricultores, empresários e produtores rurais concordaram em realizar queimadas, segundo a investigação. Para a ação criminosa, alguns teriam contribuído com dinheiro para compra de óleo diesel e gasolina, enquanto outros teriam participado da execução. Houve um aumento de 300% nos focos de incêndio em Altamira e Novo Progresso no dia 10 de agosto de 2019. Na ocasião, os efeitos do incêndio foram sentidos em vários pontos do país, como está acontecendo neste domingo. Hoje, a capital federal amanheceu coberta por uma densa fumaça. As autoridades recomendaram que os residentes tomassem precauções de saúde. O clima seco nesta época do ano e os ventos fortes ajudam a espalhar o fogo e a fumaça.
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