Marina Silva admite que esforços não estão sendo suficientes para conter focos de incêndios | Brasil

As declarações foram feitas após reunião com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e a ministra da Saúde, Nísia Trindade. Os três discutiram alternativas para a crise, que já atinge mais de dez milhões de pessoas no país.

Dados da Confederação Nacional dos Municípios indicam que 111 cidades paulistas declararam situação de emergência desde agosto. O estado fica atrás apenas de Mato Grosso, com 141, e Tocantins, com 138.

Em entrevista coletiva, Marina reforçou que o governo estuda medidas para punir os responsáveis ​​pelo incêndio criminoso, incluindo multas e prisão. Ela garantiu ainda que as áreas que forem incendiadas deliberadamente poderão estar sujeitas a sanções, como a perda do direito de uso do terreno.

Marina destacou ainda que a gestão de desastres é fundamental para evitar a propagação de incêndios e outros impactos climáticos. Aproximadamente 80% dos incêndios espalhados pelo país estão concentrados em regiões do interior, no Acre, Rondônia, Amazonas, Pará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Maranhão e Tocantins. Os dados fazem parte de levantamento da Sala de Situação, montada pelo Ibama, para monitorar o cenário de incêndio.

Em entrevista à CBN, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, disse que foram contratados 13 aviões lança-água, além de helicópteros e veículos para auxiliar os brigadistas no trabalho. O quadro de funcionários é formado por 2,2 mil profissionais do Ibama e mais de mil do Instituto Chico Mendes.

Na avaliação de Agostinho, a maior parte dos incêndios é causada pela ação humana, concentrando-se em áreas desmatadas. Só nesta semana, a Polícia Federal instaurou mais de 50 inquéritos para apurar focos de incêndio criminoso.

O diretor de Amazônia e Meio Ambiente da PF, Humberto Freire, disse em entrevista à Globonews que as investigações buscam saber se há uma ação coordenada ligada às queimadas.

Dados do Inpe mostram que os incêndios mais que dobraram em 11 estados e no Distrito Federal entre janeiro e setembro, em relação ao mesmo período do ano passado. Em São Paulo, houve um aumento de 400% nas queimadas.

Nesta sexta-feira (13), a secretária de Estado do Meio Ambiente de São Paulo, Natália Resende, explicou que o governo paulista vem monitorando diariamente a crise. Os surtos estão mais concentrados nas propriedades produtivas e afetam diretamente o agronegócio.