Neste sábado (27), Carolina Arruda, que tem neuralgia do trigêmeo, será submetida a uma cirurgia para implante de neuroestimuladores que devem bloquear a passagem da dor para o cérebro. Pedro Leite e Carolina Arruda Pedro Leite/Arquivo Pessoal Carolina Arruda, que tem neuralgia do trigêmeo, será operada neste sábado (27) para implante de eletrodos que devem estimular os nervos e bloquear a transmissão da “pior dor do mundo” ao cérebro . A cirurgia faz parte do novo tratamento realizado na Clínica da Dor da Santa Casa de Alfenas, na zona sul de MG. Casado com Carolina há mais de três anos, Pedro Leite convive de perto com as limitações causadas pela doença que causa as piores dores do mundo. É ele quem acompanha a esposa nos procedimentos e consultas médicas. Ele e sua família estão confiantes e esperançosos com as novas chances de vida que o novo tratamento pode proporcionar à jovem. “Das opções apresentadas pela Santa Casa de Alfenas, havia esperança de que a dor pudesse diminuir e, quem sabe, chegar a um nível em que ela pudesse levar uma vida minimamente normal. Receba notícias do Centro-Oeste de MG no WhatsApp Pedro Leite e Carolina Arruda Pedro Leite/Arquivo Pessoal Convivendo com as piores dores do mundo Pedro e Carolina se conheceram na faculdade Antes de namorarem, eram amigos, e Pedro já sabia das dificuldades imposta por neuralgia do trigêmeo Em diversas ocasiões, ele a viu sendo levada direto da sala de aula para o hospital em momentos agudos de dor. Após diversas tentativas, incluindo consultas com mais de 50 médicos e quatro cirurgias, Carolina começou a considerar a possibilidade. suicídio assistido no exterior. A ideia inicialmente assustou Pedro e sua família. Porém, depois de presenciar todas as crises de dor de Carolina, eles começaram a aceitar a possibilidade. Agora, a esperança é que o tratamento funcione e diminua a dor de Carolina. eutanásia. “Aceitei a ideia da eutanásia porque a doença limita muito a vida dela. As expectativas em relação aos tratamentos eram baixas e seria uma forma de não vê-la sofrer mais. A nevralgia transformou quem ela era, afetando sua qualidade de vida e fazendo com que ela perdesse muitos de seus sonhos. Ela sempre quis ir mais longe, mas a dor constante muitas vezes a deixava acamada.” “Ela vive com medo de fazer qualquer coisa, pois qualquer esforço pode desencadear uma dor que a deixa deitada na cama por dois ou três dias. Tenho esperança de que este tratamento seja a resposta que procurávamos, para que ela possa voltar a viver sem as limitações impostas pela dor”, concluiu Pedro. Como era a vida de Carolina Arruda antes de se tornar a jovem com a ‘pior dor do mundo’ Carolina Arruda Jovem que tem a doença com as piores dores do mundo relata sua rotina Carolina Arruda, 27 anos, é natural de São Lourenço, no Sul de Minas, e mora em Bambuí, no Centro-Oeste Ela é estudante de medicina veterinária, casada há três anos e mãe de uma menina de 10 anos. A jovem começou a sentir dores aos 16 anos, quando estava grávida e se recuperando da dengue. As dores e o esgotamento de Carolina com a doença são tão intensos que a fizeram tomar a decisão de acabar com seu sofrimento. Neste mês, ela iniciou uma campanha na internet para conseguir recursos financeiros e se submeter ao suicídio assistido na Suíça. Carolina foi internada na Santa Casa. de Alfenas no dia 8 de julho. Nesta primeira internação, o estudante ficou duas semanas internado. Após receber alta temporária, relatou notar redução na frequência e duração das crises de dor. ‘Na idade dela é extremamente raro’, diz médico que descobriu a doença ‘pior dor do mundo’ em jovem que buscava eutanásia no exterior ‘Senti uma centelha de esperança’, diz jovem com a doença ‘pior dor do mundo’ momentos antes iniciar tratamento que possa reduzir os sintomas Entenda ponto a ponto como será oferecido o tratamento à jovem portadora da doença que causa a ‘pior dor do mundo’ O que é neuralgia do trigêmeo? Neuralgia do trigêmeo, também conhecida como “doença do suicídio”, e comparada a choques elétricos e até facadas. O trigêmeo é um dos maiores nervos do corpo humano. Leva esse nome porque é dividido em três ramos: o ramo oftálmico; o ramo maxilar, que acompanha a mandíbula superior; o ramo mandibular, que acompanha a mandíbula ou maxilar inferior. É um nervo sensorial, ou seja, controla as sensações que se espalham pelo rosto. Permite, por exemplo, que as pessoas sintam toque, picada e dor no rosto. A doença geralmente afeta um lado do rosto. Em casos mais raros, pode afetar ambos — como é o caso do estudante de veterinária. Segundo especialistas, as dores causadas pela doença são uma das piores do mundo. Não é constante fora das crises, mas é desencadeada por alguns gatilhos que, na verdade, fazem parte do dia a dia, como falar, mastigar, tocar ao escovar ou fazer a barba e até mesmo a brisa no rosto. A dor é incapacitante. Ou seja, impede que a pessoa consiga realizar atividades simples do dia a dia. Carolina Arruda tem neuralgia do trigêmeo Carolina Arruda/Arquivo pessoal Acompanhe o g1 Centro-Oeste MG nas redes sociais: Instagram, Facebook e Twitter Receba novidades do g1 Centro-Oeste MG no WhatsApp VÍDEOS: veja tudo sobre Centro-Oeste de Minas
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