Governo de São Paulo publicou no Diário Oficial orientação para suspensão do comércio e consumo de moluscos bivalves (amêijoas, mexilhões e ostras) devido à possibilidade de contaminação. Organismo causador da chamada ‘maré vermelha’ já foi registrado na Baixada Santista; foto ilustrativa Gisela Bello/Arquivo Pessoal Técnicos do Governo de São Paulo constataram a presença da microalga Dinophysis acuminata, causadora do fenômeno conhecido como Maré Vermelha, em praias do litoral paulista. Conforme apurado pelo g1, as análises detectaram altas concentrações potencialmente tóxicas em Cananeia, Peruíbe e Praia Grande (SP). Clique aqui para acompanhar o novo canal do g1 Santos no WhatsApp. O estado publicou, no Diário Oficial, nota técnica com a recomendação de suspensão do comércio e consumo de moluscos bivalves (amêijoas, mexilhões e ostras) do litoral paulista. Segundo o texto, as microalgas podem produzir uma toxina diarreica, que tende a se acumular em organismos marinhos filtradores, como mexilhões e ostras, podendo causar intoxicação alimentar quando consumida. A medida, segundo o estado, é preventiva e deve ser seguida até a divulgação de novos resultados de análises que atestem a segurança dos animais para consumo. Maré vermelha O biólogo Eric Comin explicou que a maré vermelha é um fenômeno natural que causa manchas escuras no mar, geralmente avermelhadas ou alaranjadas. “Essas manchas são causadas pelo crescimento excessivo de algas, que são microscópicas, presentes no plâncton marinho, processo chamado de florescimento”. Segundo Comin, essas florações serão caracterizadas pelo crescimento abrupto de algumas espécies de ambientes aquáticos, formando essas manchas com cores variadas. Segundo o biólogo, o fenómeno altera as condições ambientais, pois reduz o oxigénio na água, o que pode causar a mortalidade dos peixes, além de representar riscos para a saúde humana e ameaçar as condições balneares. [qualidade das águas destinadas à recreação de contato primário]. Assim, segundo Comin, há um acúmulo de toxinas por conta dessas algas que são prejudiciais à saúde humana e às espécies marinhas, como peixes e outros organismos que se alimentam do fitoplâncton, que podem morrer por contaminação – afetando a cadeia alimentar e causando desequilíbrio nos ecossistemas. Posicionamentos Em nota, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) informou que o Plano de Contingência para possível contaminação de moluscos pela microalga Dinophysis acuminata é monitorado de forma intersecretaria pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA) e Secretaria do Meio Ambiente (Semil). Equipes da Coordenadoria de Defesa Agropecuária do SAA realizarão, nesta terça (13) e quarta (14), coletas de amostras em fazendas marinhas do litoral do estado. O material será enviado para análise laboratorial ainda esta semana. Segundo a Cetesb, o objetivo é determinar se a toxina produzida pelas microalgas detectadas está acima dos limites máximos na parte comestível dos moluscos bivalves, que incluem ostras, mexilhões, vieiras e berbigões. Procurado, o estado informou que a Cetesb continua monitorando o movimento da proliferação de microalgas por meio da coleta de água do mar. As amostras estão sendo analisadas e os resultados serão encaminhados às autoridades competentes para que tomem as providências cabíveis. O governo afirmou que, até à data, não existem casos de intoxicações ligadas à ingestão de mariscos desta região. A SES orienta os municípios sobre a importância do monitoramento e notificação desses casos, mesmo que suspeitos, para acompanhamento. Ainda segundo a SES, em caso de contaminação, a doença pode causar sintomas gastrointestinais nas primeiras 24 horas, como diarreia, dores abdominais, entre outros. VÍDEOS: g1 em 1 Minuto Santos
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