Você já passou pela Rua General Câmara, no centro do Rio? E a Rua Senador Eusébio ou o Largo de São Domingos?
Talvez não, e há uma razão para isso: esses locais desapareceram em 1941, quando as primeiras demolições começaram a dar lugar à Avenida Presidente Vargas, novo marco da cidade, inaugurada três anos depois dessas demolições. Este foi um projeto ambicioso, em pleno Estado Novo, de modernização da então capital federal.
Presidente Vargas tem 80 metros de largura e quatro quilômetros de extensão, ligando o Largo da Candelária à Praça da Bandeira em linha reta.
A obra foi concluída em três anos e é considerada uma das maiores “quedas” da cidade – mais de 500 imóveis foram desapropriados e demolidos para dar lugar ao principal corredor de transporte da região central. E assim, em 1944, foi inaugurado, conforme noticiou a Rádio Nacional.
Avenida Presidente Vargas, Centro do Rio. — Foto: Reprodução/ Arquivo Nacional
Em oito décadas, a avenida – concebida como símbolo de poder e progresso – acompanhou as transformações da sociedade. Além de ser palco de marchas militares, como as do 7 de Setembro, tornou-se também espaço de manifestações decisivas que definiram a política do país, como explicou o historiador Rafael Mattoso:
“Antes do golpe acontecia a manifestação pelas reformas de base do presidente João Goulart, assim como em 68, houve a marcha de 100 mil pessoas em oposição à ditadura militar, o que mostra, de certa forma, a importância simbólica desta avenida como ponto de encontro palco de manifestações Essas manifestações, por exemplo, como a campanha das Diretas Já, o grito dos excluídos, manifestações como as de 2015, que acabaram levando ao impeachment da presidente Dilma. Temos que lembrar que também é um palco fundamental para. decisões políticas e culturais.
Com o passar dos anos, Presidente Vargas também se tornou sede de hotéis, prédios de escritórios, shopping centers, instituições públicas – e até de vendedores ambulantes e ambulantes. É uma das principais vias de circulação de pessoas na cidade – e quem por lá passa lembra que hoje também enfrenta uma série de problemas.
Avenida Presidente Vargas, Centro do Rio. — Foto: Reprodução/ Arquivo Nacional
Desde o seu planejamento inicial, a Presidente Vargas enfrentou grandes desafios. E para que o projeto saísse do papel, grande parte da história do Rio precisaria simplesmente ser apagada.
Roberto Cury, presidente da Sociedade dos Amigos da Rua da Carioca e Adjacências, disse à CBN que era criança quando a avenida foi inaugurada. Ele lembrou que até o local onde morava, a icônica Praça Onze, desapareceu completamente.
“Eu tinha seis anos quando abriu a Avenida Presidente Vargas, mas andava muito pelo centro da cidade. Eu morava aqui na Praça 11, meus pais moravam lá e hoje não existe mais. tanto que a igreja da Candelária está de costas, justamente porque havia várias ruas que davam para a catedral que hoje é a Candelária”.
Nem mesmo as igrejas escaparam. O historiador Rafael Mattoso destacou que, no plano de modernização liderado por Getúlio Vargas, até a Igreja da Candelária estava ameaçada, seja de demolição, ou mesmo de ser drasticamente alterada, para resolver essa questão citada por Roberto Cury, de ficar de costas para o nova avenida:
“Foi considerada uma obra faraônica. Na época, foi considerada um absurdo. Demoliu uma série de igrejas tradicionais do centro histórico, como a igreja de São Pedro, construída pelo Mestre Valentim, que foi considerada patrimônio. O órgão criada pelo próprio Vargas, que é o Iphan, ficou muito reticente com a demolição de algumas igrejas assim, como a igreja de Nossa Senhora da Conceição, a igreja do Bom Jesus do Calvário… sem contar que essa obra quase destruiu a Candelária também houve um estudo muito interessante para decidir se iriam demolir ou não a Candelária. E até contrataram equipes de geólogos para estudar a possibilidade de virar a frente da Candelária para a Avenida Presidente Vargas, para simbolizar esse eixo de modernização.”
Avenida Presidente Vargas, Centro do Rio. — Foto: Reprodução/ Arquivo Nacional
Um ano depois da inauguração da estrada, um conjunto habitacional começou a ser construído e recebeu parte dos moradores que foram despejados de suas casas e indenizados – o empreendimento, inaugurado em 1948, ficou popularmente conhecido como “Balança Mas Não Cai”, porque na época, corria o boato de que, por ter sido construído muito rapidamente, havia o risco
A professora Andréa Borde, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFRJ, pesquisou as demolições realizadas para a construção de Presidente Vargas.
“Essa questão do progresso associado à demolição, eu acho muito complicado. Mas você sabe que quando fizemos a pesquisa sobre o presidente Vargas, teve alguém que comentou lá: – É, eu morava aqui em General Pedra, que é um dos ruas lá. E eu perdi minha casa quando abriram a avenida, mas mudei para Balança Mas Não Cai Então eu olho a avenida de cima agora.
Em nota à CBN, a Polícia Militar informou que os casos citados podem ser considerados crimes de oportunidade, em que o criminoso espera uma oportunidade para agir após observar a vítima.
Os Comandos do 5º BPM (Praça da Harmonia) e do 4º BPM (São Cristóvão), que atuam ao longo da Avenida Presidente Vargas, têm trabalhado para reduzir os índices de criminalidade em toda a sua região de atuação e também atuam em conjunto com as delegacias do Centro de a Capital para identificar e prender esses criminosos.
A Secretaria de Ordem Pública do Rio informou que, em conjunto com a Guarda Municipal, realiza diariamente ações de ordenação no centro da cidade, inclusive no entorno da Central do Brasil e do Campo de Santana.
Desde o início deste ano, os agentes apreenderam milhares de produtos como bebidas, alimentos, roupas, armas brancas, eletrônicos, bugigangas, entre outros itens. As ações de fiscalização continuarão sendo realizadas de forma constante.
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