Flávio Nascimento Graça, acusado de matar três pessoas em Santos (SP), foi condenado a dois anos por uso de documento falso na capital paulista. Na época, ele era procurado pela Justiça pelos crimes. Flávio Nascimento Graça, conhecido como ‘Maníaco das Perucas’, foi condenado a 56 anos de prisão em regime fechado Reprodução O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) condenou o ex-dentista Flávio Nascimento Graça, conhecido como ‘Maníaco da Peruca’ e acusado de matar três pessoas em Santos (SP), a dois anos de prisão, num primeiro regime fechado, por falsidade ideológica. O advogado de defesa, Eugênio Malavasi, disse ao g1 que já interpôs recurso, mas que o recurso não foi julgado. Clique aqui para acompanhar o novo canal do g1 Santos no WhatsApp. Flávio ficou conhecido como ‘Maníaco das Perucas’ em 2014. Na época, usando o adereço, atirou nos donos e em uma funcionária de uma clínica odontológica concorrente. Ele está preso na Penitenciária José AC Salgado, P-II de Tremembé, no Vale do Paraíba. Antes de ser detido em 2018, ele passou quatro anos foragido. De acordo com a sentença, o réu estava foragido da Justiça desde 29 de novembro de 2016, quando foi colocado em prisão preventiva pela Comarca de Santos, na qual foi acusado de homicídio triplamente qualificado e dupla tentativa de homicídio qualificado. Dois anos depois, cumprindo mandado de prisão e busca e apreensão, policiais civis encontraram Flávio na residência de sua irmã em São Paulo e, entre os pertences, foi encontrado o documento de identidade falsificado em nome de ‘Arsênio Martins Neto’. Nas duas ocasiões em que foi ouvido, tanto na fase policial como em tribunal, o arguido confirmou a aquisição do documento, na Praça da Sé, entregando ao falsificador uma fotografia do mesmo para produção. Para a juíza Erika Fernandes, o objetivo do acusado era claro. “Flávio mudou-se para São Paulo, onde havia fixado residência e, para evitar a prisão, caso fosse encontrado ou identificado, auxiliou na falsificação de identidade, entregando sua fotografia ao agente para execução da falsificação”, disse o juiz . Segundo Erika, o réu respondia a um processo criminal em Santos, tinha conhecimento de sua condição de ‘procurado’, se escondeu na casa da irmã, em outra cidade, e participou de falsificação de documentos. “Sua conduta revela sua personalidade evidentemente criminosa, ligada à delinquência. Não reflete o comportamento de quem, licitamente, age contra a lei, para atingir um fim permitido ou, pelo menos, aceito. evitar a pena que lhe foi imposta: mudou de endereço, adquiriu e falsificou documento de identidade”, acrescentou. Condenação por homicídio Wig Maniac Matheus Croce/g1 Conforme apurado pelo g1, Flávio havia sido inicialmente condenado a 60 anos de prisão em regime fechado. Em janeiro, o TJ-SP anulou o julgamento por entender que o Tribunal do Júri não deliberou de acordo com as provas apresentadas no caso. No dia 1º de abril, o TJ-SP ‘retomou’ a condenação, porém, reduzindo a pena em quatro anos. Agora, ele deverá cumprir 56 anos em regime fechado. A TV Tribuna, emissora afiliada à Globo, apurou que o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e o advogado que atua como auxiliar de acusação recorreram à Justiça após a anulação da condenação em janeiro. Ainda de acordo com a apuração da equipe de reportagem, o recurso apontou que houve um erro de digitação do redator. O TJ-SP optou então pela condenação novamente, mas reduziu a pena. Julgamento ‘Maníaco de Perucas’ é condenado a 60 anos de prisão O julgamento do dentista acusado de matar três pessoas ligadas a uma clínica odontológica em Santos, no litoral de São Paulo, começou na manhã do dia 10 de maio de 2022 no Fórum de Santos e só terminou às 22h do dia 12. O júri estava previsto para ocorrer em abril passado, mas foi adiado porque um perito estadual não foi localizado pela Justiça. O réu ficou conhecido como ‘Maníaco das Perucas’ após cometer uma série de crimes entre 2014 e 2015 usando o acessório como disfarce. (leia mais abaixo) Familiares das vítimas e do réu em frente ao Fórum Matheus Tagé/g1 Santos Motivação Flávio é apontado como autor de três homicídios dolosos (com intenção de matar) e duas tentativas de homicídio contra os proprietários e um ex-funcionário da Clínica Americana, rede de clínicas odontológicas que possuía unidades na Baixada Santista. A rede seria concorrente do escritório ‘Wig Maniac’. Após analisar imagens de vigilância, a polícia descobriu que Flávio monitorava os passos das vítimas e, segundo a investigação, cometeu os crimes por vingança. O dentista declarou falência e atribuiu isso à concorrência. O réu foi preso quatro anos após o primeiro crime. Decisão do júri popular O pedido para Flávio integrar o júri popular foi analisado e deferido pelo juiz responsável pelo Tribunal do Júri e Execuções do Fórum de Santos, Alexandre Betini, após dois laudos de saúde mental do réu apresentarem resultados diferentes . Os exames foram solicitados depois de o autor dos crimes ter afirmado, em declarações ao Tribunal, que não se lembrava do sucedido. Diante disso, a defesa do réu solicitou exame de saúde mental por acreditar que ele tinha problemas psiquiátricos. O laudo solicitado foi assinado por dois psiquiatras e juristas e atestou que Flávio tem esquizofrenia (transtorno psiquiátrico). Porém, durante os exames, um perito do Centro de Apoio Operacional à Execução acompanhou os arguidos e, em consequência, emitiu novo laudo. O documento pericial do Ministério Público concluiu que o arguido tem plenas condições de compreender o que fez e afirma não preencher os critérios para o diagnóstico de qualquer perturbação mental, incluindo esquizofrenia. A divergência dos resultados apresentados nos relatórios motivou o juiz a ordenar a participação de Flávio no júri popular. A decisão foi publicada no Diário da Justiça Eletrônica do dia 22 de junho de 2020. Vítima foi baleada em um prédio no bairro Gonzaga, em Santos Adriana Cutino/G1 Mortes em série No dia 23 de dezembro de 2014, o empresário Agilson Corrêa de Carvalho, 54 anos, ele foi morto com um tiro na cabeça ao sair da clínica odontológica onde trabalhava. Segundo testemunhas, o criminoso agiu sozinho e a rua onde ocorreu o tiroteio era movimentada. No dia 15 de julho de 2015, Aldacy Correa de Carvalho, de 56 anos, também foi assassinada ao sair de uma das unidades da clínica, no centro de Santos. Ela estava acompanhada de outras duas pessoas que também foram visadas. Um deles, Arnaldo Correa de Carvalho, de 54 anos, morreu após quatro meses de internação. Outro alvo do ‘Maníaco das Perucas’ foi o sobrinho de Agilson, um jovem de 21 anos, que foi atingido pelos tiros, mas sobreviveu. Os tiros atingiram de raspão o nariz e a nuca da vítima, que também precisou ser internada. A segunda sobrevivente foi uma mulher, de 40 anos, baleada no dia 23 de setembro de 2015, no bairro Gonzaga. Flávio foi preso em novembro de 2018, quatro anos após o primeiro crime. Na época, o juiz alegou que o homem representava risco à sociedade e, por isso, determinou sua prisão preventiva até julgamento. Polícia divulgou novas imagens de crime em Santos Reprodução/TV Tribuna VÍDEOS: g1 em 1 Minuto Santos
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