Mais de um terço dos prefeitos de todo o país mudaram de partido para concorrer nas eleições municipais deste ano. É o que mostra um levantamento da Confederação Nacional de Municípios divulgado nesta quinta-feira (15), que apresenta um raio X das disputas municipais em 2024. O Partido Social Democrata (PSD) foi o que registrou mais novas filiações. Mesmo com 63 saídas, aderiram 189 prefeitos reeleitos. O partido cresceu nos estados de São PauloParaná, Minas Gerais e Bahia.
Em segundo lugar está o MDB, com saldo de 53 novas filiações, Republicanos com 40 e União Brasil, com 30.
O PT aparece em quinto lugar. O partido do presidente Lula perdeu nove prefeitos que disputam a reeleição e ganhou 28. Em seguida vem o PL, liderado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. O partido perdeu 57 prefeitos reeleitos e ganhou 70.
A pesquisa mostra ainda que quase 80% dos prefeitos disseram que pretendem buscar a reeleição, o que equivale a 2,4 mil gestores. A região Norte do país teve 98% dos prefeitos que manifestaram interesse em serem candidatos. O Sul do país registrou o menor interesse entre os prefeitos pela reeleição, mas mesmo assim a taxa permaneceu em 80%. As justificativas mais comuns dadas por quem decidiu não se reeleger são: desinteresse; problemas pessoais; acordo político-partidário; impedimento por motivos legais; dificuldade de gestão; e correr ou assumir outra posição.
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O cientista político, Nauê Bernardoavalia que a busca por outro partido está relacionada a afinidades ideológicas e a uma tentativa do gestor de alcançar novos eleitores.
“Há também questões ideológicas, afinidades ideológicas que nunca podemos esquecer, pois ultimamente têm ganhado muito espaço dentro do nosso debate político. Muitas vezes as pessoas acabam migrando para outros partidos com os quais têm maior afinidade ideológica e com os quais alcançarão outros segmentos da população que acabarão votando neles”, explicou.
Ao divulgar os dados nesta quinta-feira, a CNM fez um balanço dos desafios enfrentados pelos prefeitos no período de 2021 a 2024. O presidente da Confederação, Paulo Ziulkoskisalientou que a pandemia e os acontecimentos climáticos, como as cheias que afectaram o sul do país, tiveram impacto nos mandatos.
“Dois grandes acontecimentos que ocorreram nesse mandato dos atuais prefeitos, que foi a pandemia que praticamente os prefeitos tomaram em 2021, praticamente no auge da pandemia. A gestão municipal também foi afetada por vários desastres ambientais que também causaram enormes prejuízos às regiões com secas gigantescas, incêndios, vendavais, tudo isso também afetou muito a gestão dos atuais prefeitos. caso do Rio Grande do Sul, declarou.
A pesquisa foi realizada com 2,7 mil prefeitos que poderiam ser reeleitos e mostrou que 33,5% do total de entrevistados relataram mudar de partido em busca da disputa eleitoral. O número corresponde a 819 gestores.
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