Um estudo da Unicamp analisou cérebros de camundongos para entender como a substância contribui no controle de crises convulsivas. Biólogo da Unicamp analisa cérebro de camundongo para avaliar efeitos do CBD Antoninho Perri/SEC-Unicamp O canabidiol (CBD), molécula presente na maconha, pode ser capaz de contribuir para a preservação dos neurônios. É o que mostra uma pesquisa inédita, realizada na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que analisou os efeitos da substância no cérebro de camundongos. Na tentativa de entender como o CBD ajuda a prevenir convulsões em pacientes com epilepsia no seu uso medicinal, o trabalho detectou alterações na função de quase três mil genes, principalmente em estruturas ligadas à produção e economia de energia das células. “Essa questão da economia de energia celular pode até apontar para um efeito positivo em casos de degeneração do sistema nervoso e morte de neurônios. Então, este estudo pode até apontar outras possíveis aplicações.” Participe do canal g1 Campinas no WhatsApp A pesquisa foi idealizada pelo biólogo João Paulo Machado no Laboratório de Eletrofisiologia, Neurobiologia e Comportamento (Lenc) do Instituto de Biologia (IB) e publicada na Acta Neuropsiquiatrica, revista científica editada pela Universidade de Cambridge, na Inglaterra. Segundo o professor e orientador André Vieira, esta é a primeira vez que pesquisadores investigam a ação molecular diretamente no cérebro. Veja abaixo os principais pontos de como foi feito e o que foi descoberto. Como foi realizada a pesquisa Os ratos receberam doses de canabidiol durante sete dias consecutivos. A quantidade escolhida foi considerada compatível com aquela utilizada para conter crises convulsivas; O pesquisador utilizou uma técnica para coletar células do cérebro de camundongos – as células eram de uma parte específica do hipocampo, região mais afetada pelas convulsões; Foi realizado o sequenciamento genético do material, além da identificação e contagem dos genes. Tradução: o biólogo transformou tudo isso em dados que puderam ser avaliados. “Nenhum trabalho fez isso em animais, em ratos. Até então, havia trabalhos realizados em culturas de células. Normalmente administram canabidiol nesses animais, mas as conclusões são baseadas em testes comportamentais”, comentou. “Ninguém tinha olhado a fundo o que acontecia dentro do cérebro, no hipocampo, para entender o que levou a essa redução. Ninguém havia realmente observado o que poderia estar acontecendo ali. Afinal, nosso objetivo era entender quais alterações o canabidiol gera no cérebro.” Biólogo João Paulo Machado, autor do estudo: análise inédita do efeito do canabidiol no cérebro de camundongos Antoninho Perri/SEC-Unicamp O que os pesquisadores notaram Os animais que receberam canabidiol por sete dias tiveram alterações em 2,9 mil genes; Essas modificações focaram nos genes ligados à produção de energia – ajudando a economizar dinheiro –, nas proteínas e na expressão gênica das células – que define como os genes vão agir. Segundo o pesquisador, a principal descoberta está ligada à forma como o CBD atuou no hipocampo dos camundongos. Esta parte do cérebro é essencial para organizar o aprendizado e as experiências diárias do cérebro. Ela fica bastante impactada quando se trata de memórias e convulsões. “Algumas das funções mais alteradas nesses genes estavam relacionadas à função energética da célula. Vimos também alterações em genes envolvidos na plasticidade, que é um processo de formação de conexões entre neurônios”, destaca Vieira. Em resumo, a investigação sugere a existência de uma relação entre a utilização de CBD e uma poupança de energia celular que poderia resultar na proteção do sistema nervoso. “Talvez isto possa até estar envolvido na forma como o CBD reduz o número de crises. Precisamos explorar mais, mas a mudança pode estar justamente nesta função de economia de energia. Isto pode tornar o sistema mais resiliente, resistente e gerar menos crises.” Próximos passos Com as descobertas, que o professor definiu como um marco para a academia, o projeto continua. O objetivo agora é entender: se essas alterações acontecem em todo o cérebro ou apenas em regiões específicas; Se o uso de outras doses menores também trará esses mesmos efeitos, por que houve economia de energia nas células, como isso está acontecendo e como pode ajudar. “Esta pesquisa explora quais mudanças na expressão genética estão acontecendo. Isto é super importante para eu tentar entender melhor como o CBD funciona e exatamente o que ele faz. Entender o que a molécula faz, como ela atua, é o caminho para melhorar seu uso.” MAIS Decisão do STF x PEC das Drogas: o que muda para o usuário Posse de maconha: entenda o que diz a Lei de Drogas de 2006 e qual foi a interpretação do STF Cérebros de ratos são dissecados para análise André Vieira/Arquivo Pessoal Projeto Unicamp cria método para controlar a qualidade dos produtos de maconha medicinal VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e Região Veja mais notícias sobre a região na página do g1 Campinas.
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