O ‘substituto de Galvão Bueno’ detalha sua rotina de trabalho, fala sobre sua relação com as redes sociais e revela que sua esposa, estilista, dá brilho ao seu visual: ‘Sou um caipira que adora shorts e sandálias’ Luís Roberto de Múcio parte para Paris no próximo domingo (21), mas ainda está desfazendo as malas para a viagem aos Estados Unidos, de onde voltou mais cedo devido à eliminação precoce da seleção brasileira na Copa América. Assim que chegou ao seu apartamento na Lagoa, na Zona Sul do Rio, se deparou com dois problemas domésticos: uma pia de cozinha entupida e uma máquina de lavar com defeito. Sua esposa, a estilista Jacy Santos, viajou para o Ceará, sua terra natal. Enquanto conversava com o EXTRA por videochamada, na última sexta-feira (12), Luís buscava informações sobre sua amada, cujo voo de volta ao Rio estava atrasado. Presença nas Olimpíadas: Bárbara Coelho conta o que levará na mala para Paris e confessa: ‘Meu negócio é esporte. Eu não sabia dançar, nem gosto disso’ Bom amigos! Luis Roberto, Arnaldo, Parreira, Júnior e Fátima Bernardes relembram momentos com Galvão Bueno Visita à França: Sandra Annenberg apresenta ‘Repórter Globo’ de Paris, iniciando a cobertura dos Jogos Olímpicos Jacy não o acompanhará à capital francesa, onde o jornalista irá ser o principal nome da TV Globo na narração. Organizado e meticuloso, ele afirma que sua atenção estará totalmente voltada para o trabalho nos Jogos Olímpicos, sem chance de relaxar. — Fico recluso, concentrado e quieto. Primeiro, porque é importante preservar a voz. E preciso me dissociar das questões cotidianas para poder estudar. Numa transmissão de TV, uma frase mal colocada tem um impacto enorme. Meus colegas sabem que não adianta contar comigo nos jantares antes dos jogos. Eu me tranco no escritório e minha esposa brinca: “Já virou bicho, né?” — diz ele, bem-humorado, revelando que seu companheiro de vida desde 2007 também olha para suas roupas: — Jacy está sempre criticando, obviamente. Sou um caipira ávido (ele foi criado em São João da Boa Vista, no interior de São Paulo) e há 27 anos me tornei um carioca que adora shorts e sandálias. O Rio é descontraído, né? O Rio é descontraído, né? No Ceará, num restaurante um pouco melhor, os homens só usam calça. O narrador esportivo Luís Roberto de Múcio e sua esposa, a estilista Jacy Santos Reprodução do Instagram Sem filhos, nem equipe para cuidar de suas redes sociais, é com a ajuda da esposa que Luís Roberto conta para produzir as artes para seus postagens no Instagram, no perfil que tem 745 mil seguidores. — Sou um pouco negligente com as redes sociais, não sou influenciador. Acho importante ter um movimento aí, as pessoas prestam atenção naquele veículo de comunicação que você tem em mãos. Mas, editorialmente, meu lugar é a TV Globo. Se eu tiver que fazer algum comentário, ele estará lá. Utilizo a rede para contar um pouco da minha vida, com muita discrição — diz ele, que não costuma ler e muito menos responder aos haters: — No futebol somos absolutamente apaixonados, não tem outro jeito. E o time que está ganhando é sempre o do locutor, certo? Imagine: 45 anos depois, você acha que vou me prestar ao papel de líder de torcida? Não vou responder críticas sem embasamento técnico. Estou bem comigo mesmo nesse aspecto. Mas é fato que o futebol afeta o amor e o ódio dos brasileiros. Saiba mais taboola ‘Substituto de Galvão Bueno’ Deixe que Galvão Bueno, ícone da contação de histórias esportivas no país, o diga. Tão festejado quanto odiado, ele causou alvoroço ao anunciar sua “aposentadoria” da Globo ao final da Copa do Mundo do Catar, em 2022, mas continua bem-vindo na emissora nos grandes eventos esportivos. Tanto que ele comentará, como convidado, a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, no dia 26. Luís Roberto, que assume a narração oficial, fala com cautela sobre o título “substituto do Galvão”: — Acho Galvão insubstituível. Ele é um especialista na história da narração televisiva, deu voz aos acontecimentos de uma forma que há quatro décadas é música para os nossos ouvidos e emoção para os nossos corações. Entendo usar esta expressão, mas não porque alguém vá fazer o mesmo, mas sim no sentido de que esse espaço (do narrador oficial) será inevitavelmente ocupado. Narradores esportivos Luís Roberto de Múcio e Galvão Bueno Helena Barreto/Rede Globo/Divulgação O dono do bordão “O nome da emoção!” admite que a responsabilidade é enorme, e recebe-a de braços abertos, mesmo com todo o peso que traz: — É um desafio garantir que a minha entrega seja serena, leve e de alto nível. Sempre dei o meu melhor, com a mesma dedicação e intensidade, em qualquer trabalho. E agora essa cobrança é mais interna, comigo mesmo, do que externa. É mais pelo cargo que ela ocupa do que propriamente substituir um cara que é referência. E Galvão, você já deu sua bênção ao seu companheiro de profissão como seu sucessor? — Ah, acho que já é… Do jeito dele, né? Ainda durante a Copa do Mundo, ele sempre brincava: “Agora é com você, segura essa onda!” Aliás, na última partida (narrada por ele), fomos juntos ao estádio e, pouco antes de passar pelo raio-x, perguntei: “E aí, Galvão?” Ele disse: “Uau, a moeda não está caindo”. Deve ser difícil… tento amadurecer essa ideia. Porque convivemos com atletas, e eles têm essa dúvida na cabeça o tempo todo na hora (cedo) de parar. A dois anos de completar 65 anos, idade oficial de aposentadoria dos homens no Brasil, Luís Roberto diz que só pensaria em parar de trabalhar por dois motivos: — Ou por algum infortúnio físico, como problema de voz, visão ou agilidade mental, o que me deixou me impediu de continuar dando o meu melhor, ou se deixei de sentir prazer nesta atividade e em toda a preparação para ela. Pior do que decidir parar é ficar parado. Texto inicial do plugin
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