Numa primeira volta de participação histórica dos franceses, o partido de extrema-direita Reunião Nacional saiu na frente, obtendo 34% dos votos, segundo as primeiras estimativas.
A Nova Frente Popular, união de partidos de esquerda, ficou em segundo lugar, com 28,5% dos votos.
O grupo do presidente Emmanuel Macron ficou em terceiro lugar, com 20,05% dos votos. Com isso, a primeira definição é que Gabriel Attal deixará de ser primeiro-ministro e o presidente terá que governar com um adversário político.
O partido conservador Os Republicanos e aliados obtiveram 10,2% dos votos.
A participação dos franceses foi histórica, cerca de 65,5% dos eleitores foram às urnas, a maior dos últimos 40 anos.
Dados os primeiros resultados, as projeções indicam que o Partido da Reunião Nacional poderá obter entre 230 e 280 assentos na Assembleia Nacional. Para ter maioria absoluta, são necessários pelo menos 289 assentos.
A segunda maior força do parlamento, de acordo com os resultados das sondagens, a Nova Frente Popular poderia atingir entre 125 e 165, enquanto Juntos pela República, liderado pelo partido Renascença e outros aliados do Presidente Macron, teria entre 80 e 100 assentos.
Após o anúncio das primeiras estimativas, a líder do partido Reunião Nacional (RN), Marine Le Pen, falou aos apoiantes da sua zona eleitoral, no departamento de Pas-de-Calais (norte de França). Ela agradeceu a participação dos franceses, que, segundo ela, demonstraram “disposição para virar a página”. Porém, ela lembrou que é preciso não antecipar a vitória.
“Nada está ganho e o segundo turno será decisivo”, disse ela, lembrando que a disputa do RN será contra a união da esquerda.
Jean-Luc Mélenchon, líder da França Insubmissa, que faz parte da Nova Frente Popular, disse que o resultado mostra a insatisfação da população com o governo de Emmanuel Macron. Apelou ainda ao centro e à esquerda para se unirem contra a vitória da extrema-direita na segunda volta e lembrou: “O que é certo agora é que Gabriel Attal deixará de ser primeiro-ministro”, destacou.
Os franceses votaram em massa neste domingo. A participação eleitoral foi de 65,5%, num país onde o voto é opcional, mais 20 pontos percentuais do que nas eleições de 2022, segundo o Ministério do Interior. Quase 50 milhões de pessoas foram às urnas, registando a maior participação desde a primeira volta das eleições legislativas de 1981 (70,86%).
A grande participação da população demonstra a polarização política que divide o país e a relevância da disputa, que é o tema mais debatido no país desde a dissolução da Assembleia Nacional pelo presidente Emmanuel Macron, há três semanas.
O resultado das eleições legislativas será divulgado após o segundo turno, marcado para 7 de julho.
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