Operação Fundo no Poço investiga desvio de mais de R$ 36 milhões. Os acusados serão indiciados por crimes como organização criminosa e falsidade ideológica. A Justiça Eleitoral do Distrito Federal fez réu e manteve a prisão do ex-presidente dos partidos PROS e Solidariedade, Eurípedes Gomes de Macedo Júnior. A decisão foi tomada nesta sexta-feira (28) pelo desembargador Lizando Gomes Filho, da 1ª Zona Eleitoral. Eurípides e outras nove pessoas serão indiciadas por crimes como organização criminosa, falsificação eleitoral, peculato e peculato. O juiz acatou a acusação apresentada pelo Ministério Público Eleitoral. O grupo é suspeito de ter atuado para desviar mais de R$ 36 milhões de verbas partidárias e eleitorais do antigo PROS, incorporado ao Solidariedade em 2023. Os réus foram alvos da Operação Fundo no Poço. Eurípedes está preso desde o dia 15. Segundo a denúncia, os 10 envolvidos no suposto esquema “atuaram de forma concertada e com unidade de desígnio, com vontade livre e consciente, associando-se, intencional e conscientemente, na forma de uma organização criminosa estável, estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com o objectivo de obter, directa ou indirectamente, vantagem ilícita, especialmente através da prática de crimes que visam o desvio e apropriação de recursos dos Fundos Partidário e Eleitoral”. Na decisão, o juiz afirmou que a “denúncia cumpre o disposto no artigo 41.º do Código de Processo Penal, com a adequada apresentação do facto criminoso, suas circunstâncias, qualificação dos arguidos, classificação dos crimes e lista de testemunhas”. “. Gomes Filho disse ainda que a acusação está de acordo com os indícios e provas da investigação e, portanto, reúne os requisitos para instauração de processo criminal. Contas no exterior O Ministério Público Eleitoral solicitou a manutenção da prisão diante do risco de Eurípedes voltar a cometer crimes e “principalmente pelo fato de terem sido encontrados recibos de uma conta no exterior que não foram revelados às autoridades brasileiras”. As autoridades encontraram apenas R$ 12 nas contas de Eurípedes no Brasil. Para o MP, em liberdade o político pode “proceder à movimentação de valores, denotando obstrução à justiça, nos termos da Lei da Organização Criminosa”, sendo que outras medidas que não a prisão não seriam adequadas ao caso. O Ministério Público apontou que há indícios de que planeava fugir para o estrangeiro ou “pelo menos para salvaguardar os seus bens pessoais, como a chamada holding familiar cujos elementos recolhidos demonstram a vontade de escapar à indemnização pelos danos causados ao Partido Fundo.”
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