O caso foi alvo de críticas e cobranças de organizações de direitos humanos e de defesa dos direitos das mulheres, bem como da família da vítima. A artista venezuelana Julieta Hernández encontrada morta enquanto viajava pela Amazônia. Redes sociais A procuradora do Ministério Público do Amazonas, Fábia Melo Barbosa de Oliveira, responsável pelo caso da venezuelana Julieta Hernandez, ciclista assassinada em Presidente Figueiredo, no Amazonas, pediu demissão do caso alegando ser “suspeita por motivos íntimos”. A manifestação foi somada aos registros no domingo (30). O caso de Julieta Hernandez tem sido alvo de críticas e cobranças de organizações de direitos humanos e de defesa dos direitos das mulheres, bem como da família da vítima e do Ministério da Mulher pela classificação com que o crime foi denunciado. MAIS pedalando pelo Brasil O MP apresentou denúncia contra os réus Thiago Angles da Silva e Deliomara dos Anjos Santos pelos crimes de roubo, estupro e ocultação de cadáver. Mas o pedido é que o crime seja reconhecido como feminicídio, com características de misoginia, xenofobia e crime de ódio contra a artista circense como mulher e como migrante. Mesmo com denúncia feita em janeiro pelo MP, o Tribunal de Justiça do Amazonas ainda não acolheu a denúncia e por isso os acusados, mesmo presos, ainda não se tornaram réus. Thiago Agles da Silva e Deliomara dos Anjos Santos. Casal é suspeito de matar a artista venezuelana Julieta Hernández no Amazonas Divulgação Em nota, o Ministério da Mulher informou que a Ministra da Mulher, Cida Gonçalves, acompanhada da secretária nacional de Combate à Violência contra a Mulher, Denise Motta Dau, recebeu no início de no mês de junho uma delegação que buscou junto à Justiça o reconhecimento do assassinato como feminicídio. “O Ministério da Mulher reconhece a preocupação dos familiares e dos advogados da vítima quanto à falta do devido tratamento jurídico do caso como uma grave violação dos direitos humanos das mulheres e dos migrantes e reforça a crença nas instituições brasileiras de que este caso e o de todos as mulheres que apelam à justiça não ficam impunes, pela sua vida e pelo direito à memória. Acompanharemos e acompanharemos o caso na esfera jurídica e política. Na próxima semana, a secretária Denise Motta Dau estará com familiares e amigos de Julieta. . visita aos órgãos públicos envolvidos no processo, como o Ministério Público do Amazonas, o Tribunal de Justiça e a delegacia do município de Presidente Figueiredo.” Lembre-se do caso da artista venezuelana Julieta Hernández morta no Amazonas. Reprodução/redes sociais Julieta desapareceu no dia 23 de dezembro do ano passado, e o Boletim de Ocorrência (BO) foi registrado no dia 4 de janeiro na Delegacia Virtual do Amazonas (Devir), e encaminhado para a 37ª Delegacia Interativa (DIP) de Presidente Figueiredo, a cidade onde ocorreu o crime, que deu início às investigações. O BO informou que o último contato da vítima com a família teria sido no dia 23 de dezembro, por volta da meia-noite e meia, quando ela teria dito que pernoitaria em Presidente Figueiredo, e seguiria para Rorainópolis, em Roraima. Segundo o delegado Valdinei Silva, no mesmo dia, um morador localizou partes da bicicleta da vítima e chamou a polícia. Quando a equipe chegou ao local, Thiago tentou fugir, mas foi capturado. Ele e sua esposa foram levados à delegacia e contrariaram suas declarações, confirmando assim sua responsabilidade pelo crime. Segundo a polícia, Deliomara confessou que matou a venezuelana, após um ataque de ciúmes. Isso porque ela prenunciou que seu parceiro estupraria a vítima depois que roubaram seus pertences. Thiago contou à polícia uma versão diferente. Segundo o suspeito, a venezuelana e ele usavam drogas, quando o companheiro dela ficou com ciúmes, ela jogou álcool nos dois e ateou fogo. Ele disse ainda que apagou o fogo do corpo e foi ao hospital em busca de ajuda. Entretanto, entretanto, a esposa amarrou uma corda no corpo de Julieta, que estava inconsciente, arrastou a vítima para um local arborizado e a enterrou. Após as contradições apresentadas pelos suspeitos, a polícia chegou a uma conclusão sobre a forma como o artista foi agredido. “A vítima dormia em uma rede na varanda do local, quando Thiago pegou uma faca e foi até ela para roubar seu celular. Eles brigaram fisicamente, ele a sufocou, jogou no chão e pediu para Deliomara amarrar os pés dela. Ele então a arrastou para dentro de casa, pediu à esposa que apagasse as luzes e começou a abusar sexualmente da vítima”, disse o delegado. Depois que a esposa do suspeito testemunhou o incidente, ela jogou álcool nos dois e ateou fogo. Thiago conseguiu apagar o fogo com um pano úmido e foi ao hospital para receber atendimento médico. Já Deliomara pendurou Julieta com uma corda e a enterrou no quintal. Feminicídio da artista circense Julieta Hernández questiona direitos das mulheres Vídeos mais assistidos no Amazonas
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