O fundador do WikiLeaks pode ser condenado a até 175 anos de prisão se for enviado para os EUA. Assange é acusado de vazar 700 mil documentos confidenciais desde 2010 sobre atividades militares e diplomáticas americanas, principalmente no Iraque e no Afeganistão. Justiça do Reino Unido autoriza Julian Assange a recorrer de pedido de extradição para os EUA O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, chegou a acordo com a Justiça dos Estados Unidos nesta segunda-feira (24) para se declarar culpado de espionagem Clique aqui para acompanhar o canal internacional de notícias g1 no WhatsApp Recurso contra extradição O Supremo Tribunal de Justiça de Londres autorizou nesta segunda-feira (20) que o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, recorresse do pedido de extradição para os Estados Unidos. Assange poderá ser condenado a 175 anos de prisão nos Estados Unidos se for enviado para o país de que é cidadão. Os tribunais dos EUA querem julgá-lo por ter vazado 700 mil documentos confidenciais desde 2010 sobre atividades militares e diplomáticas americanas, principalmente no Iraque e no Afeganistão. A decisão desta segunda-feira surge semanas depois de juízes britânicos terem pedido mais informações ao governo dos EUA sobre o caso — e é considerada uma nova vitória para Assange. Agora, sua defesa deverá apresentar recurso pedindo que ele não seja enviado aos EUA e que o julgamento ocorra no Reino Unido. O julgamento deste recurso é a sua última oportunidade de evitar a extradição. Vazamento Um dos materiais vazados por Assange foi um vídeo que mostrava soldados norte-americanos executando 18 civis de um helicóptero no Iraque. Outros mostraram assassinatos de civis, incluindo jornalistas, bem como abusos cometidos por autoridades dos EUA e de outros países. À medida que as identidades das pessoas que cooperaram com os militares no Médio Oriente foram reveladas, as autoridades norte-americanas afirmaram que a fuga de informação colocou vidas em risco. Em 2019, o Departamento de Justiça dos EUA descreveu os vazamentos do WikiLeaks como “um dos maiores vazamentos de informações confidenciais na história dos Estados Unidos”. “O meu cliente está a ser processado por levar a cabo uma prática jornalística comum de obter e publicar informações confidenciais, informações verdadeiras e informações de interesse público claro e importante”, disse no tribunal o advogado de Assange, Edward Fitzgerald. Clair Dobbin, advogado que representa os Estados Unidos, por sua vez, disse que Assange publicou os nomes de pessoas que “atuaram como fontes de informação para os Estados Unidos”. Em janeiro de 2021, um tribunal britânico rejeitou inicialmente o pedido de extradição para os Estados Unidos. No entanto, um recurso americano fez com que, em dezembro de 2021, o tribunal britânico anulasse a primeira decisão e abrisse caminho à extradição – até ao julgamento desta semana. No início de 2022, os EUA tiveram um novo pedido de extradição negado pelo sistema de justiça do Reino Unido, que alegou haver risco de suicídio de Assange. Preso na Inglaterra O ativista e jornalista australiano Julian Assange, fundador do WikiLeaks Pandora/Disclosure O fundador do WikiLeaks está preso na Inglaterra desde 2019, depois de passar sete anos confinado na embaixada do Equador em Londres, onde buscou refúgio para evitar a extradição sob a acusação de agressão sexual na Suécia, que foram posteriormente retiradas. Antes do julgamento, a esposa de Assange alertou sobre a frágil saúde do australiano de 52 anos. “A sua saúde está a deteriorar-se, física e mentalmente. A sua vida corre perigo todos os dias em que ele permanece na prisão e, se for extraditado, morrerá”, disse Stella Assange na semana passada. Descubra quem é Julian Assange, fundador do WikiLeaks
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