Nas eleições de 2024, 215 municípios brasileiros têm um único candidato concorrendo a prefeito. O número é mais que o dobro do registrado nas últimas eleições, quando 106 cidades passaram pela mesma situação.
A eleição com um único candidato é permitida pela legislação eleitoral. Pela lei, será considerado prefeito eleito o candidato que obtiver a maioria dos votos, excluídos os votos em branco e nulos. Ou seja, no caso de candidatura única, o candidato simplesmente vota em si para ser eleito.
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Os estados brasileiros com maior número de cidades com um único candidato, segundo dados do TSE, são Rio Grande do Sul, com 43 municípios; Minas Gerais, com 41; e São Paulo, com 26. Em sua maioria, essas cidades têm baixo número de habitantes. Em Minas Gerais, a cidade de Pedro Teixeira, por exemplo, tem apenas 1.810 moradores, segundo o IBGE. No Rio Grande do Sul, um exemplo é Alto Feliz, com pouco mais de 3 mil habitantes.
O doutor em direito e membro da Academia Brasileira de Direito Eleitoral, Ary Jorge, explica que, nesses casos, a eleição funciona como uma espécie de “referendo”, mas que há ritos a serem seguidos.
“Não se pode dizer que a eleição está decidida porque há situações que podem ocorrer ao longo do ciclo eleitoral que podem resultar no afastamento daquele candidato. Portanto, se ele cometer alguma irregularidade, seja uma irregularidade no âmbito do registo da sua candidatura, ou uma irregularidade ao longo da campanha, ele poderá ter seu histórico de candidatura, seu diploma, ou mesmo seu mandato cassado. É um ‘já ganho’, entre aspas, porque ele realmente não tem concorrente, e basta que ele o faça. tem voto. Mas também não é cem por cento, porque se ele cometer alguma irregularidade corre o risco de ser afastado”, explica.
A situação é mais comum do que se imagina. Em Presidente Juscelino, por exemplo, município mineiro com cerca de 3,5 mil habitantes, é a segunda vez consecutiva que apenas um candidato concorre a prefeito. Este ano, apenas Breno Correa Castro, do MDB, se candidatou. Ele já é vice-prefeito da cidade. O atual gestor, Ricardo de Castro Machado, do PSDB, havia sido reeleito em 2020 e, portanto, não pode concorrer ao terceiro mandato consecutivo.
Num clima de “já ganho”, carrinhos, pedidos de voto e outras propagandas perdem força nessas regiões. Enquanto a capital paulista vive uma corrida eleitoral acirrada e repleta de discussões e debates entre os candidatos mais bem cotados, no interior do estado o município de Santa Lúcia vive uma campanha bem mais tranquila: apenas Junior da Farmácia, do PT, concorrerá ao cargo de prefeito.
Ary Jorge explica que a chave para esta situação é precisamente o número de habitantes destas cidades e que, também por isso, as dinâmicas políticas são diferentes.
“A maioria são municípios com menos de 20 mil habitantes. Portanto, é uma dinâmica política diferente. Ela é uma política mais próxima do dia a dia das pessoas. Então, acaba que as demandas políticas sejam resolvidas talvez antes das próprias eleições. Aquele que já é o mais forte politicamente acaba se impondo à realidade local. Não creio que seja uma questão de desinteresse político, mas sim uma dinâmica muito relacionada com o aspecto populacional”, afirma.
Para especialistas ouvidos pela CBN, é importante que a sociedade civil se mobilize nesses casos, estando disposta a competir, filiando-se a partidos e participando de forma mais efetiva do processo eleitoral. Além disso, mesmo em cidades com menos habitantes e eleitores, onde um único voto pode decidir a eleição, a participação no processo democrático torna-se ainda mais necessária.
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