A temperatura média para a temporada deste ano é de 23,1°C, empatada com 2015. A marca só fica atrás de 2023, quando o índice atingiu 23,3°C para a temporada, quase 1 grau acima do normal. Termômetro registra 37°C na região do Paraíso, Zona Sul de SP, no início de setembro. RENATO S. CERQUEIRA/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO O atual inverno de 2024 já é o segundo mais quente desde 1961, perdendo apenas para o ano passado, mostram dados inéditos obtidos com exclusividade pelo Jornal Hoje do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A temperatura média no inverno deste ano é de 23,1°C, empatada com 2015. A marca só fica atrás de 2023, quando o índice atingiu 23,3°C para a temporada, quase 1 grau acima do normal. O Inmet começou a fazer medições na década de 60. A primavera, que começa no próximo domingo (22), deverá continuar com temperaturas acima da média, cerca de 2 graus mais quentes. Além disso, a temporada deverá ter menos chuvas que o normal nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Em outubro, as chuvas devem retornar a diversas regiões do Brasil, começando pelo Norte e Centro-Oeste e se espalhando para outras áreas até o final do ano. Fatores como a chegada do La Niña (entenda abaixo), a temperatura dos oceanos e sistemas meteorológicos como frentes frias e rios voadores influenciarão o comportamento das chuvas. Retorno do La Niña A Organização Meteorológica Mundial (OMM) afirmou na semana passada que há 60% de probabilidade de surgimento de condições de La Niña no final deste ano. A estimativa atual indica que houve uma “redução” na probabilidade de ocorrência do fenômeno. Em junho, havia 70% de chance de o La Niña se consolidar entre agosto e novembro, segundo a OMM. La Niña ocorre quando a faixa Equatorial Central e Centro-Leste do Oceano Pacífico esfria. É estabelecido quando há uma diminuição igual ou superior a 0,5°C nas águas oceânicas. O fenômeno acontece a cada 3 a 5 anos. A agência da ONU alertou, porém, que o aquecimento do planeta a longo prazo continua (entenda abaixo). Anomalias na temperatura da superfície do mar em 9 de setembro. NOAA Para o Brasil, os efeitos clássicos do La Niña são: Aumento das chuvas no Norte e Nordeste; Tempo seco no Centro-Sul, com chuvas mais irregulares; Tendência de clima mais seco no Sul; Condição mais favorável à entrada de massas de ar frio no Brasil, gerando maior variação térmica. Ainda segundo a OMM, as condições do fenômeno são atualmente “neutras”. As previsões mais recentes da organização indicam uma probabilidade de 55% de que condições neutras (sem El Niño ou La Niña) transitem para La Niña entre setembro e novembro deste ano, aumentando para 60% de outubro de 2024 a fevereiro de 2025, com poucas chances de um novo El Niño durante este período. Este ano, o El Niño foi um dos mais intensos já registrados, com impactos em todo o país. Alguns especialistas chegaram a considerar o fenômeno um Super El Niño devido à sua intensidade e extensão. “Precisamos ver, na prática, como o La Niña vai se comportar e se será realmente um La Niña. Teoricamente, ele intensifica as chuvas no Norte e Nordeste do Brasil, abrangendo todo o Norte do país e a América do Sul. , o impacto no clima global não é tão simples”, afirma Fábio Luengo, meteorologista da Climatempo. Luengo explica que, ao contrário da OMM, a previsão mais recente da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) indica que o La Niña atingirá o seu pico entre novembro e janeiro, com uma probabilidade de 74% em dezembro. Apesar disso, ele afirma que o fenômeno não deve ser intenso nem prolongado. “Cada parte do mundo sente os efeitos de forma diferente, dependendo da época do ano. Por exemplo, uma La Niña em dezembro tem efeitos diferentes de uma em junho, pois o clima sazonal também muda”, acrescenta. Menos calor apenas no curto prazo La Niña envolve o resfriamento em grande escala das águas superficiais do Oceano Pacífico central e oriental, bem como mudanças na circulação atmosférica tropical, como ventos, pressão e chuvas. Seus efeitos variam dependendo da intensidade, duração, época do ano e interação com outros fatores climáticos, mas geralmente traz impactos opostos aos do El Niño, especialmente nas regiões tropicais, onde está localizada grande parte do Brasil. Portanto, apesar destes acontecimentos climáticos naturais, a OMM afirma que o contexto mais amplo é o das alterações climáticas provocadas pelo homem, que aumentam as temperaturas globais, intensificam os fenómenos meteorológicos extremos e alteram os padrões sazonais de precipitação e temperatura. Um exemplo disso é que os últimos nove anos foram os mais quentes já registrados, mesmo com a influência do resfriamento de um La Niña prolongado entre 2020 e o início de 2023. “Desde junho de 2023, temos visto uma longa sequência de temperaturas globais excepcionais do superfície terrestre e marítima”, disse a argentina Celeste Saulo, secretária-geral da OMM. “Mesmo que surja um evento de resfriamento La Niña de curto prazo, isso não mudará a trajetória de longo prazo do aumento das temperaturas globais devido aos gases de efeito estufa. efeito estufa que retêm o calor na atmosfera”, acrescentou Celeste. El Niño O verão e o inverno são menos severos no Brasil. Isso porque dificulta o avanço das frentes frias no país, tornando as quedas mais sutis e mais curtas Em suma, o fenômeno provoca secas no Norte e Nordeste do país (chuvas abaixo da média), principalmente nas regiões mais equatoriais, e provoca excesso de chuvas no Sul e Sudeste, apesar do fim do fenômeno. ainda foi muito impactado pela influência do El Niño, em grande parte devido à sua forte intensidade ao longo dos meses. Observamos agora um resfriamento mais evidente das águas do Pacífico, com o estabelecimento de La Niña previsto pela OMM e La Niña Arte. g1/Luisa Rivas Previsões para o fim do inverno O último mês de inverno deverá continuar com tempo seco em quase todo o país Depois do final de agosto marcado pelo regresso do calor, a previsão indica que o mês de setembro deverá ter temperaturas abaixo de zero. – precipitação média em grande parte do país e temperaturas elevadas. A previsão é de que as chuvas fiquem acima da média apenas na região Norte do Norte, sul de Mato Grosso do Sul e São Paulo e região Sul. Nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, sul da região Norte, interior do Nordeste e oeste do Paraná, as previsões de chuvas estão muito próximas ou abaixo da média do período. Para as temperaturas, a tendência é de um mês com marcas acima da média em todo o país, com possibilidade de novas ondas de calor – como a prevista para a primeira semana. Em áreas do Pará, Amazonas, Rondônia, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Maranhão e Piauí, as temperaturas médias podem ultrapassar os 30ºC. No Sul, os três estados deverão ter valores acima da média, mas áreas de maior altitude ainda poderão registrar temperaturas abaixo de 12ºC. O mesmo deverá acontecer no Sudeste.
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