O ministro Alexandre de Moraes determinou que X designasse um representante legal no Brasil e pagasse multas, caso contrário poderia ser expulso do país. A intimação a Musk, dono da rede, foi feita através do próprio X. A intimação a Elon Musk pelo Supremo Tribunal Federal (STF) feita por meio de postagem da X — rede social própria de Musk — é inédita no século, segundo o próprio tribunal. Pelo menos desde 2000 —quando chegam os autos que o STF tem em mãos—ninguém foi convocado pelo tribunal via redes sociais. Antes do ano 2000, o conceito de redes sociais ainda não fazia parte do cotidiano da sociedade brasileira. Nesta quarta-feira (28), o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou que X designe o representante legal da empresa aqui no Brasil no prazo de 24 horas e também pague multas que deve à Justiça. Caso X não cumpra a decisão, poderá ser banido do país, segundo o ministro. Esta intimação foi publicada no X, e Musk foi marcado na postagem. Segundo o STF, isso ocorreu porque X não possui representantes legais no país. O STF informou ainda que o ex-advogado de X no Brasil também foi notificado. Leia também: ‘Adeus, Twitter’: ameaça de suspensão de repercussão “O ministro Alexandre de Moraes, relator, em conformidade com a decisão proferida no referido caso, ordena à Secretaria do Judiciário deste Supremo Tribunal Federal que proceda à intimação, por meio eletrônico, de Elon Musk, da decisão proferida no referido caso em 18/08/2024, que determinou a designação, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, do nome e qualificação do novo representante legal de X Brasil em território nacional, devidamente comprovado junto à JUCESP, sob pena de suspensão imediata das atividades da rede social ‘X’ (antigo Twitter) até que sejam efetivamente cumpridas ordens judiciais”, diz a decisão do STF publicada nesta quarta-feira. Por que X levou representantes do Brasil? A rede social X anunciou neste sábado (17), em postagem na própria rede, que iria “encerrar operações” no Brasil. Apesar do escritório estar encerrado, o serviço prestado pela X continuou disponível para os utilizadores do país. A mensagem diz que a medida foi tomada em razão de decisões judiciais do ministro Moraes – que, em despacho, teria falado em multar e prender a responsável pelo escritório X no Brasil, Rachel de Oliveira Villa Nova Conceição, por não -cumprimento de decisões judiciais. Na postagem publicada na ocasião, o perfil publicou uma cópia digital da suposta decisão de Moraes. O documento está tramitando em sigilo e ainda não foi divulgado. O documento atribuído a Moraes traz um trecho que diz: “Multa diária de R$ 20 mil à administradora da empresa, Rachel de Oliveira Villa Nova Conceição, cumulativa à imposta à empresa, bem como decretação de prisão por desobediência à ordem judicial”. Segundo X, foi publicada cópia do mandado de Moraes para “expor suas ações”. “Apesar de nossos inúmeros recursos ao Supremo Tribunal Federal não terem sido ouvidos, de o público brasileiro não ter sido informado sobre essas ordens e de nossa equipe brasileira não ter responsabilidade ou controle sobre o bloqueio de conteúdo em nossa plataforma, Moraes optou por ameaçar nossa equipe no Brasil em vez de respeitar a lei ou o devido processo legal”, disse X na época. “Como resultado, para proteger a segurança de nossa equipe, tomamos a decisão de encerrar nossas operações no Brasil, com efeito imediato. O Serviço X continua disponível para a população do Brasil”, continuou.
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