Neste sábado (31), Susane Paula Muratoni Geremia, 64 anos, foi transferida para o Presídio Público José Frederico Marques, em Benfica, Zona Norte. Mulheres que moram no McDonald’s do Leblon são presas “firmes, robustas e coesas”. Foi assim que a delegada Maira Rodrigues, do 14º DP (Leblon), classificou os depoimentos de testemunhas que afirmaram que Susane Paula Muratoni Geremia, de 64 anos, uma das mulheres que mora no McDonald’s do Leblon, na Zona Sul do Rio, cometeu ofensas de cunho racista contra um grupo de adolescentes negros que ali estavam. Por causa disso, ela foi presa por racismo. Neste sábado (31), Susane foi transferida para o Presídio Público José Frederico Marques, em Benfica, Zona Norte. Não é a primeira vez que Susane e Bruna Muratoni Geremia, mãe e filha que moram na loja há meses, se envolvem em um caso de racismo. A defesa deles recorre de condenação, no Rio Grande do Sul, por mais um episódio. Em setembro de 2017, Susane e Bruna teriam chamado a auxiliar de serviços gerais do condomínio onde moravam mãe e filha de “empregadazinha inútil, preta e suja”, segundo denúncia do Ministério Público do Rio Grande do Sul. Incomodadas com fotos Testemunhas disseram que Susane e a filha, nesta sexta-feira, ficaram incomodadas quando as jovens tiraram fotos das duas. Houve confusão e todos foram para o 14º DP (Leblon). Susane foi presa em flagrante por insultos raciais – sua filha foi libertada porque nenhuma das testemunhas relatou ter ouvido os insultos racistas dela. Mulher com sacolas na porta do McDonald’s g1 Rio Na decisão da prisão, o delegado afirmou que “pessoas isentas, que não conhecem os envolvidos” afirmaram que Susane “falou insultos raciais à adolescente”. Ainda segundo o delegado, todas as declarações “são suficientemente firmes, robustas e coesas, permitindo-nos ter uma visão geral do facto criminoso e provas suficientes de autoria (do crime de injúria racial)”. Pereira também finaliza afirmando que o caso não seria passível de fiança e por isso prendeu a mulher em flagrante. Mulher nega crime Por sua vez, a gaúcha afirmou que os adolescentes a chamavam de “velha bandida”, “que não tinha casa para morar” e que ela era “moradora de favela”. Susana afirmou ainda que “em nenhum momento proferiu ofensas raciais contra os adolescentes”. Segundo policiais do 14º DP, nesta sexta-feira, ao ser levada pelos agentes para uma cela onde ficaria detida, Susane alegou estar passando mal. Ela reclamou que o local estava fechado, abafado e que estava passando por uma crise de “claustrofobia”. Os agentes então a levaram para uma cela da Delegacia de Atendimento ao Turismo (Deat), que fica ao lado do 14º DP. O espaço teria uma janela, o que teria diminuído a suposta angústia de Susane. O McDonald’s afirmou que, assim que for notificado, irá cooperar com as autoridades. A empresa destacou que mantém iniciativas que incentivam a diversidade.
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