Segundo um vizinho do mesmo prédio da Rua Marco Polo, na Vila da Penha, Zona Norte do Rio, os responsáveis pelo prédio chegaram a pedir ajuda de unidades públicas pedindo apoio psicológico para a mulher. Dia após dia e durante toda a noite, moradores de um prédio de quatro andares, com onze apartamentos, na Rua Marco Polo, na Vila da Penha, Zona Norte do Rio, ouviram uma mulher que chorava alto desde julho deste ano. ano. Uma oração com palavras desconexas, “mas intensas e em alto e bom som”. Os gritos continham frases confusas e deixavam claro que naquele apartamento térreo havia uma mulher que parecia estar vivendo dias conturbados. Saiba mais sobre o caso: Filha de idosa encontrada morta em casa após seis meses disse que a mãe foi enterrada, dizem vizinhos Veja também: Menino que teve o braço decepado em acidente de ônibus agora respira sem ajuda de equipamentos Diante da situação, o responsável pelo prédio chegou a pedir ajuda às unidades públicas para saber se a mulher precisava de apoio psicológico. As orações incessantes foram feitas por Lucimar, filha da mulher de 75 anos cujo corpo foi encontrado no último sábado, já em avançado estado de composição. O cadáver ficou trancado em um quarto do apartamento onde os dois moraram por seis meses. — No começo era de manhã cedo, ouvimos ela rezando em voz alta. Com o passar dos dias, tanto a frequência como o volume dos seus choros aumentaram. Até que, no final de julho, ela gritou orações confusas, de modo que não conseguia entender exatamente o que estava sendo dito, durante toda a manhã. Nosso prédio tem apenas onze apartamentos e a maioria dos moradores é idosa, então acabou virando um problema e até uma preocupação — conta uma moradora do prédio que preferiu manter o anonimato. Segundo a vizinha, o responsável pelo prédio chegou a fazer solicitações às unidades públicas de saúde para tentar uma avaliação psicológica. — A ideia era tentar assistência social ou apoio psicológico, mas o pedido não estava sendo feito por ninguém da família e foi necessário levar a mulher para avaliação na unidade. A situação acabou não se resolvendo e meio que tivemos que aprender a conviver com todo aquele clamor conturbado — lembra o morador do prédio. O apartamento em que Maria Auxiliadora de Andrade Santos, de 75 anos, morava com a filha fica no térreo do prédio. Antes de passarem por períodos de doença, a moradora conta que os dois sempre foram vistos juntos. — Eles pareciam ter um bom relacionamento, muitas vezes eu via os dois andando juntos pelo bairro. Teve um período que a Maria Auxiliadora ficou doente, vimos a Lucimar levando ela na cadeira de rodas, mas desde o início do ano ela desapareceu. Simplesmente não imaginávamos que algo assim tivesse acontecido. Ninguém cheirou nada ou suspeitou de nada. Ainda segundo a reportagem, o irmão de Lucimar, já falecido há alguns anos, era soldado aposentado por motivos de saúde. — Superficialmente, ouvimos e percebemos que ele tinha algum tipo de doença psiquiátrica, mas não tínhamos intimidade suficiente para saber mais a fundo. E, com essa situação de orações, chegamos a pensar que ela também poderia estar iniciando algo nesse sentido. Ao GLOBO, o vizinho disse ainda que não sentiu nem ouviu nenhum outro morador falar sobre mau cheiro. A única coisa que teriam notado é que o apartamento, sendo a residência principal em frente ao corredor de entrada do prédio, estava sempre fechado. Quem entra no prédio vê logo no final do corredor, em direção aos demais andares, a porta branca do apartamento estampada com a imagem de três cachorros. — Também ficou cada vez mais raro ver Lucimar, ela já não andava tanto pelo prédio e nem a encontrava na rua. Nós apenas ouvimos. Mas as contas do condomínio, por exemplo, estavam em dia e nunca soubemos de nenhum relato ou problema desse tipo que ela devesse alguma coisa. No último domingo, um dia após seu corpo ser encontrado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Lucimar teria intensificado a altura e o tempo das orações, mais do que estava acostumada. Segundo a vizinha, sua voz podia ser ouvida até na calçada. — Ela gritou, mas ao mesmo tempo, eu não sabia dizer exatamente o que ela estava dizendo. Ela ficou o domingo todo, dia e noite, fazendo orações sem parar. Para nós, vizinhos, foi um dia tenso porque o som que vinha do apartamento dela nos lembrou do caos e do susto que tivemos no sábado, quando encontraram o corpo já na composição. Foi tudo muito triste de testemunhar. Mas então, na segunda-feira, tudo ficou em silêncio e as luzes do apartamento foram apagadas. E logo depois descobrimos que ela não está mais aqui no prédio. A filha a levou, mas não sabemos para onde, mas ela garantiu que a mãe está bem. Relembre o caso Segundo o RJTV, quando os socorristas entraram no apartamento, encontraram a filha da idosa deitada no sofá. Após análise clínica, constataram que ela estava bem, mas sentiram um cheiro forte. A mulher teria tentado conversar e dispensar os médicos. Um deles insistiu e decidiu arrombar a porta do quarto e descobriu o corpo. O corpo da idosa foi removido para o Instituto Centro Médico-Legal. O caso é investigado pela 27ª DP (Vicente de Carvalho), as causas e circunstâncias da morte ainda são investigadas. Um exame foi realizado no cadáver. A filha foi entrevistada e liberada. Outras testemunhas, como moradores do prédio e a neta da idosa, também foram entrevistadas.
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