Em meio à propagação dos incêndios florestais nas áreas urbanas, moradores de diversas regiões do país têm investido em equipamentos de combate a incêndio para se protegerem ou mesmo atuarem no combate ao fogo. Mangueiras, hidrantes, amortecedores e até sopradores – materiais antes pouco conhecidos se tornaram mais comuns nas casas e fazendas do país. Isso porque são muitos os casos em que o fogo invadiu residências. Devido ao calor extremo e à seca, os bombeiros e bombeiros aconselham os moradores a abandonarem as suas casas, pois, em muitos casos, não há tempo para guardar nada. Mesmo assim, os moradores resistem.
‘Realmente tínhamos um risco iminente’, diz morador
Em Nova Lima, região de Belo Horizonte, moradores do condomínio Ville de Montagne levaram um grande susto: o incêndio provocado pela explosão do transformador margeou o muro de uma das casas e os moradores tiveram que agir antes da chegada dos bombeiros. O vice-presidente da associação de moradores, Alessandro Oliveira, diz nunca ter visto nada parecido. Ele afirma que sair dali não era uma opção e todos reuniram equipamentos para conter a propagação do fogo.
“Foi muito difícil, muito perigoso, assustou muito os moradores. Acho que foi uma das piores situações que Ville de Montagne já viveu, e realmente tínhamos um risco iminente, quase perdemos três ou quatro casas lá, eles ficaram muito ameaçados, os moradores desesperados e assim por diante. Recebemos até um aviso do Tenente dos Bombeiros, o policial que estava lá, dizendo: ‘Por enquanto a situação está controlada, mas aquela história ameaçou as residências, saiam de casa, vão embora. um kit com documentos e vá embora.’ O fogo chegou mesmo a lamber a parede e pensei que esta casa ia desaparecer, mas os moradores mobilizaram-se.”
Para evitar casos como esse, o superintendente do condomínio Veredas das Geraes, também em Nova Lima, investiu em mais equipamentos e até treinamento de brigada para os seguranças que ali trabalham. Wagner Cordeiro explica que seguiu a recomendação dos brigadistas da cidade e, toda semana, eles combatem algum surto próximo:
“Normalmente, um dos nossos seguranças vai até o local e fica lá observando. Mesmo com aceiro, se o fogo acender, a gente atua no primeiro foco. pelo pessoal do Corpo de Bombeiros, temos tudo lá para o combate”.
‘Parecia que o mundo ia acabar em fogo’, diz agricultor
Mas nem todos têm a mesma sorte e são duramente atingidos pelos incêndios. É o caso do agricultor Silvio Roberto Gomes. A fazenda onde ele mora, em Guatapará, São Paulo, foi invadida por um incêndio que começou na mata. Os 40 minutos de chamas destruíram plantações de soja e milho e também mataram galinhas e porcos, causando prejuízos de R$ 50 mil. Esse era o sustento da família de Silvio, que agora terá que recomeçar.
“Estava devorando tudo e, quando começou, chegou na nossa oficina, a gente já tentou fazer a manutenção da casa, né? Joga água daqui, água dali, mangueira para todo lado, os vizinhos chegaram, ajudaram a gente e a partir daí a gente só via fogo e fumaça, parecia que o mundo ia acabar em fogo. Morávamos na fazenda, vendíamos os porcos, vendíamos as galinhas, algumas verduras, entendeu? ?”
Em 2022, o PNUMA já alertava para a propagação de incêndios florestais. A organização prevê um aumento de incêndios extremos de 14% até 2030 e 30% até o final de 2050. O estudo apelou à necessidade de mudanças nas despesas públicas e de uma reacção mais eficaz visando a prevenção.
‘É isso que acontece’, diz morador sobre combate na zona rural
No Lago Oeste, região rural do Distrito Federal, um incêndio no mês passado destruiu fazendas e plantações. Alguns moradores foram até convidados a sair, mas continuam relutantes. Alguns deles vivem na região há mais de 30 anos. Aline Nolasco viu o fogo atingir menos de cinco metros da varanda de sua casa e contou com a ajuda de vizinhos com amortecedores para controlar o incêndio:
“Infelizmente todos os anos temos esse tipo de problema. Não entrou na minha fazenda, não pegava fogo lá há mais de 10 anos”, diz. “Principalmente por irresponsabilidade dos vizinhos que têm o hábito de limpar o terreno com fogo ou queimar restos de poda. Tentamos fazer aceiros todos os anos para evitar que o fogo passe com tanta facilidade, mas, no meu vizinho, o fogo saltou seis corta-fogo de metros por causa do vento Tentamos investir em uma bomba de mochila, por exemplo, para ter mais amortecedores, mas é o que podemos fazer”.
O analista ambiental e coordenador do Manejo Integrado de Incêndios do ICMBio, João Paulo Morita, explica que não apenas o agravamento das emergências climáticas, mas a expansão urbana tem favorecido a ocorrência de incêndios cada vez mais próximos das residências:
“Principalmente depois de 2020, na época da pandemia, com essa história de home office, trabalho de casa, as pessoas começaram a procurar lugares mais agradáveis para morar e esses lugares mais agradáveis são casas mais próximas da natureza, e claro, propensas ao ocorrência de Há, de facto, uma tendência destes incêndios estarem mais próximos destas residências e também por causa das alterações climáticas, alteração e ocupação do solo.”
Número de cidades em situação de emergência por incêndio é o triplo de 2023
A propagação dos incêndios florestais preocupa especialistas e autoridades públicas. Somente no início de setembro, o governo federal declarou situação de emergência em 35 municípios por causa do incêndio. O número já é três vezes superior ao registrado em todo o ano de 2023 e um recorde dos últimos quatro anos.
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