Ex-diretor de cadeia alvo de operação é indiciado por receber propina de presos em troca de trabalhos em MT

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O suspeito também ‘investiu’ noutros negócios para branquear o dinheiro, como uma loja de materiais de construção, comprou gado e construiu casas. Operação ‘La Catedral’ indiciou ex-diretor penitenciário e outros 18 suspeitos na Polícia Civil de MT Dezenove pessoas foram indiciadas pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf) por envolvimento em suposto esquema de corrupção na venda de benefícios dentro da Cadeia Pública de Primavera do Leste, a 239 km de Cuiabá. Entre os investigados na Operação ‘La Catedral’ está o ex-diretor da unidade prisional da cidade, Janderson dos Santos Lopes, que teria recebido cerca de R$ 20 mil em propina de presidiários, para autorizar trabalhos externos e hospedagem privilegiada no local. Clique aqui para acompanhar o canal do g1 MT no WhatsApp Segundo a Polícia Civil, o inquérito policial identificou 58 veículos, entre caminhões baú, reboques e semirreboques, picapes e automóveis de passageiros em nome do ex-diretor. Além da frota de veículos, o investigado também ‘investiu’ em outros negócios para lavagem de dinheiro, como loja de materiais de construção, comprou gado e construiu casas. Mesmo preso em regime fechado, Janderson conduzia sua vida privada como se fosse totalmente livre, administrando empresas abertas em nome de ‘laranjas’. Segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT), as medidas cabíveis já foram tomadas em relação ao ex-diretor. Segundo o órgão, um novo funcionário está sendo nomeado para administrar a unidade prisional. LEIA MAIS: Diretor de penitenciária que recebeu propina de presos em troca de trabalho é alvo de operação que cumpre mais de 130 mandados em MT, PA, GO e MG Investigação Segundo a Polícia Civil, líder do grupo pagou propina em troca por trabalho externo Policial Civil Janderson é um dos principais alvos da investigação e está preso em regime fechado na unidade prisional de Primavera do Leste, após ser condenado a 39 anos de prisão. Mesmo preso, a Polícia Civil identificou que ele estava livre para continuar com suas atividades criminosas, liderando de dentro do presídio. O cacique já foi alvo de duas operações da Polícia Civil – Três Estados e Red Money – que investigaram crimes de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Ele e a esposa tiveram seus bens confiscados e apreendidos em operações, que é quando a Justiça apreende um bem para garantir o futuro pagamento da dívida. Porém, um ano após a transferência de Janderson para a rede Primavera do Leste, adquiriu ativos consideráveis, incluindo abertura de empresas, compra de frota de caminhões com reboques e semirreboques; imóveis em Cuiabá, Primavera do Leste e Poxoréu; e veículos de luxo para ele e sua esposa, que também foi presa. Segundo a polícia, o condenado também ostenta alto padrão de vida nas redes sociais, compartilhando imagens de caminhões, carros, imóveis e gado. A equipe constatou que Janderson tinha autorização judicial para trabalhar externamente e cursar faculdade em Primavera do Leste. Porém, durante o período de investigação, a polícia constatou que ele não frequentava trabalhos ou cursos. No ano passado, a Polícia Civil de Primavera do Leste abriu inquérito para apurar supostas irregularidades na cadeia pública. Na investigação foi denunciada a existência de esquema de corrupção na venda de benefícios dentro da unidade, que incluía autorização para trabalho externo e acomodação privilegiada no presídio. Entre os pagamentos de propina ao diretor, foi constatado que Janderson havia repassado R$ 20 mil, por meio de outras pessoas, para conseguir trabalho externo. Além dele, outros presos também teriam feito pagamentos por trabalhos extramuros. Nome da operação Refere-se a La Catedral, prisão onde estava detido o narcotraficante Pablo Escobar, na Colômbia. A unidade era vigiada pelos próprios homens de confiança do traficante, que fizeram do local uma extensão de seus negócios ilícitos e da prisão continuaram a comandar o tráfico de drogas e outras ações, até ser extraditado para os Estados Unidos. A prisão contava com comodidades como salas de jogos, academia e campo de futebol. Em La Catedral, Escobar fazia festas com bebidas, drogas e mulheres. Clique aqui para acompanhar o canal g1 MT no WhatsApp



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