A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, afirmou que a ideia de criar um imposto global para tributar grandes fortunas não é oportuna e que cada país deve deliberar sobre o assunto internamente. Yellen fez a afirmação em coletiva de imprensa em um hotel da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, onde acontece a 3ª reunião dos ministros da Fazenda e dos presidentes dos Bancos Centrais do G20.
Tributar grandes fortunas é uma das principais agendas da presidência brasileira do G20, da qual os Estados Unidos discordam. A secretária do Tesouro, Janet Yellen, disse que é difícil chegar a um consenso global sobre a questão.
“Estamos felizes em trabalhar com o Brasil e promulgar ideias no G20, mas a política tributária [de grandes fortunas] É muito difícil coordenar globalmente. Não vemos necessidade nem achamos realmente desejável tentar negociar um acordo global sobre esta questão. Pensamos que todos os países devem garantir que os seus sistemas sejam justos e progressistas”, declarou.
A presidência brasileira defende um imposto mínimo de 2% sobre as grandes fortunas, o que geraria receitas entre 200 mil milhões e 250 mil milhões de dólares por ano. A estimativa consta de um estudo realizado pelo economista francês Gabriel Zucman, professor da Escola de Economia de Paris e da Universidade da Califórnia.
Nesta quarta-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se encontrou com Janet Yellen em um hotel da Zona Sul do Rio. Após o encontro, ele disse que os dois conversaram sobre relações bilaterais entre Brasil e Estados Unidos, mas não sobre tributação de grandes fortunas.
Trilha Financeira do G20
As reuniões desta quinta (25) e sexta-feira (26/07) fazem parte do G20 Finance Track e são lideradas pelos Ministros da Fazenda e Presidentes dos Bancos Centrais dos países membros – no caso do Brasil, o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do BC, Roberto Campos Neto. O objetivo é discutir questões macroeconômicas estratégicas.
A coordenadora da Trilha Financeira é a Secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Embaixadora Tatiana Rosito. Em entrevista coletiva na tarde desta quinta, o economista afirmou que os acordos estão avançados, com discussões sobre a economia global, a desinflação, o emprego e a relação com as desigualdades sociais. Também são abordados temas como regulação do sistema financeiro, reforma dos bancos multilaterais e financiamento de iniciativas sustentáveis.
Rosito confirmou que, ao final da reunião, haverá uma declaração final; uma declaração ministerial sobre a cooperação internacional em questões fiscais; e uma declaração da presidência brasileira do G20 sobre questões geopolíticas, que suspendeu a emissão de documentos ministeriais nos últimos dois anos devido à falta de consenso sobre a guerra entre a Rússia e a Ucrânia e o conflito na Faixa de Gaza, por exemplo.
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