Assassino confesso de vereador do PSOL admite que usou munição errada e por isso também matou o motorista Anderson Gomes. “Pelo ângulo que tive que atirar, pensei que estava atirando apenas em Marielle.” Ronnie Lessa em depoimento nesta terça-feira (27) no STF Reprodução O ex-policial Ronnie Lessa disse, na tarde desta quinta-feira (29), que usou munição errada no ataque à vereadora Marielle Franco. Segundo ele, a intenção era apenas matar o vereador do PSOL. “Não tinha intenção de bater no Anderson. O plano era matar Marielle. Anderson morreu após ser baleado pela vereadora. Eu estava usando munição errada”, disse o ex-policial. Marielle Franco e Anderson Gomes foram mortos no dia 14 de março de 2018. A assessora Fernanda Chaves estava no carro, ao lado de Marielle, e sobreviveu. Este é o terceiro dia de depoimento de Ronnie Lessa no Supremo Tribunal Federal (STF). O assassino confesso de Marielle Franco responde a perguntas da defesa dos réus esta tarde. O reconhecimento ocorreu enquanto Lessa respondia a perguntas do advogado Roberto Brzezinski, que defende Domingos Brazão, assessor do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e identificado pelas investigações como mandante do crime junto com o irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão. “Eu deveria ter usado a munição que eles usam para combater terroristas em voo. Com a munição que usei, acertei o alvo, os demais ao redor, a fuselagem e o avião caíram”, comentou. Escrito em código Em seu depoimento, Ronnie Lessa disse que antes de fazer o acordo de delação premiada fez anotações em código. Os nomes foram identificados por pontos e ao lado do que representavam na história. Segundo ele, tinha medo do esquecimento e do papel ser recolhido pelos agentes penitenciários federais. Era uma espécie de jogo da forca criado pelo ex-policial. “A busca era feita diariamente na cela. Eu tinha medo que alguém pegasse e desviasse. Colocava o número de letras dos caracteres em pontos. Tanto que quando fui fazer o depoimento pedi hora, antes de falar, de preencher os nomes das pessoas”, disse Lessa. Segundo o ex-policial, as anotações foram feitas enquanto ele estava na cela. Segundo ele, o presídio federal fornecia 5 folhas de papel por semana para cada preso. Nos dias anteriores, o assassino confesso de Marielle Franco e Anderson Gomes respondeu a perguntas da Procuradoria-Geral da República, dos defensores públicos do RJ e dos subprocuradores da família de Marielle, Monica Benício, companheira da vereadora na época do crime e da assessora Fernanda Chaves, que estava no carro com Marielle. Ronnie Lessa começou a prestar depoimento no STF nesta terça-feira (27). Durante 5 horas, ele respondeu a perguntas do procurador Olavo Pezzotti, representante da PGR, na audiência. No primeiro dia de depoimento, Ronnie Lessa disse que cometeu o crime por ganância e que só pensava na recompensa que seria paga em dois terrenos avaliados em R$ 25 milhões. No segundo dia de depoimento, Lessa disse que a equipe da Delegacia de Homicídios era corrupta na época em que era coordenada pelo delegado Rivaldo Barbosa. Todos os casos, segundo ele, foram motivos para aceitar propina. Defesa de Rivaldo acusa Lessa de proteger alguém A defesa de Rivaldo disse que Lessa faz declarações genéricas sobre o ex-delegado. Os advogados dizem que ele afirma nunca ter testemunhado os atos de corrupção de Rivaldo e, quando é solicitado a nomear pessoas que teriam visto os fatos, cita testemunhas mortas. Por fim, a defesa acusa Lessa de proteger alguém. Nesta quinta-feira (29), Lessa responde perguntas dos advogados dos réus que respondem ao caso no STF e que trata dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco. Respondendo a este caso no STF: Chiquinho Brazão, deputado federal, e seu irmão, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. Ambos são apontados como mandantes do crime. Delegado Rivaldo Barbosa, da Polícia Civil do RJ, é acusado de saber do crime antes da execução do major Marielle Ronald Paulo Alves Pereira, denunciado pela PGR, por monitorar os passos do vereador Robson Calixto Fonseca, conhecido como Peixe, assessor de Domingos Brazão, e apontado por desaparecer com a arma do crime. Depois de Ronnie Lessa, será a vez do ex-policial Élcio de Queiroz prestar depoimento. Ele era o motorista do Cobalt usado no ataque a Marielle. Élcio de Queiroz também teve o acordo de colaboração premiada, que assinou, aprovado pelo Tribunal.
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