Depois dos constantes incêndios registrados nos últimos dias, em diversas regiões do Brasil, produtores e agricultores tentam recomeçar. No estado de São Paulo, em cada dez, oito surtos atingiram áreas ocupadas pela agricultura. Nessa lista está Ribeirão Preto, onde os incêndios causaram danos às lavouras de um centro de pesquisa.
O IAC, Instituto Agronômico, confirmou que cerca de 80% da área destinada ao cultivo e estudos de plantio de cana-de-açúcar foi consumida pelas chamas. O diretor do IAC, Marcos Landell, afirma que as informações dos projetos de 10 anos foram prejudicadas. O trabalho agora é tentar avaliar o que pode ser recuperado.
“Acabamos perdendo informações. São projetos que estão em desenvolvimento há muito tempo, com duração superior a dez anos. Eles estão prejudicados. São projetos que lançaríamos as tecnologias que estão sendo finalizadas este ano e agora teremos que esperar pelo próximo ano. O que vamos fazer agora é tentar recuperar, tentar aproveitar o material que sobrou para fazer alguma biometria, mas é muito frustrante”, lamenta.
Plantações afetadas — Foto: Eliane Maria Fernandes
A mil quilômetros desta região de São Paulo, no município de São Sebastião, próximo ao Distrito Federal, Eliane Maria Fernandes possui uma fazenda que produz árvores frutíferas, madeira, criação de animais e pastagens. Ela conta que os incêndios na região são constantes e, apesar dos esforços para conter o fogo, os danos ao solo e os prejuízos financeiros têm aumentado ano a ano. Portanto, recomeçar é sempre um desafio.
“Temos uma pipa aquática pequena e velha que meu marido usa para apagar o fogo. E sempre temos medo que o fogo se aproxime. Então, recomeçar é difícil. Ontem, por exemplo, saí coletando sementes para tentar recomeçar. Temos que ter coragem de recomeçar. Mas fica cada vez mais difícil. Porque o solo também é degradado pelas queimadas”, comentou.
Alexandre Cavalcanti tem uma fazenda em Uberaba, no Triângulo Mineiro. Lá, ele também contabiliza perdas por incêndios. A cidade foi a que mais registrou incêndios em agosto, em Minas Gerais, segundo o Inpe, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.
Alexandre conta que nos últimos anos, por causa dos incêndios, sempre nos meses de agosto e setembro, a vegetação se perde. O produtor estima que o prejuízo deste ano só poderá ser calculado mais de 100 dias depois. Para manter a produtividade, ele precisará alugar novas terras.
“É um enorme desastre ambiental para o produtor. Perdemos o animal, perdemos o tempo do funcionário para combater o incêndio. Perdemos cercas, arames, estradas, camiões, colheitas e insumos. Sem falar que é preciso ter outro local para alugar e emprestar. Após o incêndio, é preciso retirar tudo do imóvel e depois entrar com uma equipe para fazer os reparos e gerenciamento. Temos prejuízos na pecuária, mas com o gado, a princípio, não podemos fazer nada. É preciso esperar pelo menos 100 dias para a vegetação voltar e o gado voltar a comer”, relata.
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Queimadas em Minas — Foto: Corpo de Bombeiros de Minas Gerais
A recuperação do solo após um incêndio é um processo demorado e caro. O engenheiro agrônomo e presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais, Antônio de Salvo, explica que as perdas nesses casos serão calculadas ao longo dos próximos meses. Ele acrescenta ainda que os prejuízos causados podem impactar no bolso do consumidor final.
“Um incêndio é uma coisa terrível com perdas que a princípio nem dá para mensurar. Você vai ter que analisar o tamanho do dano para ver o que vai recuperar naquela área queimada. Essas queimadas atingem a todos, não só o proprietário rural, mas a todos. Isso vai levar à redução da produção e, eventualmente, ao aumento do preço dos produtos e isso não beneficia ninguém”, explica.
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Manchas queimadas — Foto: Corpo de Bombeiros de Minas Gerais
Segundo especialistas, os incêndios causam problemas até na camada mais superficial do solo. Um incêndio pode impactar os nutrientes e as características da composição do solo. Por conta disso, mesmo com todo o trabalho de recuperação, os prejuízos podem ser irreparáveis.
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