Você já imaginou utilizar uma arte marcial japonesa para treinar um candidato à Presidência da República? Foi o que Olga Curado fez com Lula, que se preparava para um debate com Geraldo Alckmin, muito antes de sonhar com uma aliança com o ex-tucano.
Às vésperas do segundo turno, em 2006, o jornalista, escritor e consultor de comunicação foi ao tatame com o petista e, com um armlock, ‘desbloqueou’ o então candidato à reeleição. O método pouco convencional deu resultado: Lula venceu o debate e acabou vencendo as eleições daquele ano. Olga conta que, no início de 2024, a tática voltou a ser utilizada com o candidato a primeiro-ministro de Portugal, Luís Montenegro – que também venceu as eleições.
“O corpo precisa vivenciar uma situação real, concreta, para poder percebê-la, para iluminar esse entendimento. Termo que usamos no Aikido, fazemos um tsuki, fazemos um ataque como se fosse um soco, quando a pessoa menos espera, e aí a pessoa tem um tipo de reação. Como você lida com o ataque quando uma pessoa vem em sua direção, te confrontando. Então fizemos uma dinâmica rápida que estruturou toda a forma como ela se apresentou no debate. que bom que ele ganhou o debate”, relatou o especialista.
Com a aproximação da disputa municipal em outubro, os candidatos a prefeito vão se dedicar à formação especializada para participar dos debates. As estratégias incluem o que vestir, o que dizer, o que comer, onde ir, que gestos fazer. Tudo isso é meticulosamente calculado. A equipe é multidisciplinar: há jornalista, publicitário, marqueteiro, fonoaudiólogo, advogado, preparador físico, especialista em vistos e cabeleireiro.
Analisar casos de sucesso também faz parte do processo. Um dos mais citados é o do ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama. Foi o professor de políticas públicas da Harvard Kennedy School, Steve Jardining, quem desenvolveu o método utilizado na campanha de Obama: foi professor de Cody Keenan, um media trainer que trabalhou na campanha e na Casa Branca. Para Jardining, o segredo de Obama era ser capaz de trabalhar as suas emoções. Mas isso exigiu muito treinamento.
“Obama tinha uma habilidade maravilhosa, era muito bom, mas entendia que precisava melhorar. Parece algo científico, Pedro, e é mesmo. A comunidade científica afirmou, com base em estudos massivos, que todo ser humano pode expressar e identificar as mesmas 21 expressões faciais. Então se você consegue dar respostas com paixão, se você sabe se comunicar com paixão, você vai se conectar muito bem, e por isso ele foi considerado um dos grandes comunicadores da história americana”, explicou.
Outra estratégia é participar de confrontos simulados. Tudo é idêntico ao que será feito no dia do debate: se estiver concorrendo, o candidato fica na mesma posição, para se acostumar. Se tiver duas horas de duração, a simulação também terá. Até as situações mais adversas são ensaiadas. Os candidatos contratam uma equipe para atacá-los constantemente e treinar reações e encontrar a melhor forma de lidar com temas delicados.
Os recém-chegados à política costumam passar por um trabalho personalizado e conseguem transformar sua imagem, tom de fala, tempo de fala, linguagem corporal e até mesmo a própria voz. Para conseguir um bom resultado, até a alimentação precisa ser controlada. É uma boa ideia evitar leite e derivados, que podem aumentar a produção de muco no corpo e causar aquele incômodo pigarro no meio da fala.
A articulação também é importante: movimentar os lábios de maneira adequada e usar as expressões faciais corretas. O vice-presidente Geraldo Alckmin, por exemplo, é conhecido por falar assim, bem devagar e com gestos, fruto de muito treino.
“Um grande problema dos políticos é que as campanhas são longas, com muitas entrevistas, debates, carreatas, o que pode causar desgastes, rouquidão e até perda temporária da voz. treino de força vocal diariamente, com exercícios personalizados”
Outro ponto importante é a hidratação. Mas beber água com frequência pode criar outro problema: a vontade de ir ao banheiro. Especialistas ouvidos pela CBN contaram um segredo: muitas vezes os candidatos, em vez de beber água, usam soro fisiológico diretamente na narina para hidratar apenas as pregas vocais.
Nos cursos de oratória, três regras se destacam: falar em pé para ser visto, alto para ser ouvido e pouco para ser aplaudido. A consultora em gestão de crises e professora da Faculdade Cásper Líbero, Tânia Teixeira Pinto, também lembra da preocupação com as redes sociais. Ela explica que é preciso gerar bons trechos para os cortes que serão publicados na internet.
“Ultimamente estamos vendo um aumento enorme nos chamados cortes nas redes sociais. Então você não pode ser prolixo, tem que ser assertivo, porque o que você disser, seja positivo para você ou atacando seu candidato, vai se transformar em E as novas gerações, infelizmente, estão consumindo mais cortes do que a própria informação. Hoje, quando fazemos media training, estamos mais preocupados com os cortes futuros, até do que com o plano do governo”, afirmou.
Candidatos a cargos municipais no Brasil já começaram a participar de debates. A primeira foi a Banda. TV Cultura, Rede TV e Uol, Folha de São Paulo também têm datas agendadas. Mantendo a tradição, a TV Globo fecha com o último confronto antes da votação. Nos Estados Unidos, Donald Trump e Kamala Harris estarão frente a frente nas próximas semanas. Não se pode ter muito cuidado e o menor erro pode custar toda a corrida eleitoral. Tal como as Olimpíadas, outra oportunidade, espero, apenas dentro de quatro anos.
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