A chamada economia prateada, destinada a pessoas com mais de 50 anos, está avaliada em 15 biliões de dólares. Na semana passada, assisti ao “State of age tech 2024”, a mais recente avaliação do mercado tecnológico voltada para um envelhecimento de qualidade. Na sétima edição do evento, Keren Etkin, fundadora da The Gerontechnologist e da The Age Tech Academy, apresentou números impressionantes: seu mapeamento mostra cerca de 300 startups em operação, com aporte de capital de cerca de 4 bilhões de dólares (R$ 22 bilhões). “Não é mais um nicho. Embora não seja um mercado tão grande quanto o de saúde ou segurança digital, já se tornou um ecossistema saudável”, analisa. Novos negócios: um empreendedor de 50 anos tem 1,8 mais chances de sucesso do que seu sócio de 30 anos. Se ele tiver 60 anos, as chances triplicam Pexels para Pixabay Em 2022, a chamada economia prateada, voltada ao público acima de 50 anos, foi estimada em 15 trilhões de dólares (quase R$ 83 trilhões). O interessante é que os empreendedores maduros são os que têm maior probabilidade de sucesso: a idade média dos fundadores das startups que mais crescem é de 45 anos. No entanto, um empresário de 50 anos tem 1,8 mais hipóteses de sucesso do que o seu homólogo de 30 anos. Se ele tiver 60 anos, as chances triplicam. Na pesquisa, 30% das empresas que triunfaram foram criadas por pessoas com mais de 50 anos. Nos Estados Unidos, adultos com mais de 50 anos possuem o mesmo número de aparelhos eletrônicos que aqueles entre 18 e 49 anos. é utilizado por 89% das pessoas com mais de 50 anos e por 90% do grupo mais jovem. Os percentuais são iguais para smart TV (75%) e tablet (59%). Porém, a maioria considera que os lançamentos tecnológicos não levam em conta a idade do usuário, o que dificulta sua utilização. Na faixa etária entre 50 e 59 anos, 56% pensam assim; entre 60 e 69 anos, 66%; e, acima de 70, o percentual chega a 70%. Etkin destaca que este é um mercado com enorme potencial, com diversas áreas que necessitarão de tecnologia para enfrentar desafios crescentes. Aqui estão as principais tendências globais: O envelhecimento da população asiática: embora a situação não seja exclusiva do Oriente, o Japão é o laboratório deste novo cenário. O país com maior percentual de idosos investiu no desenvolvimento de robôs, mas isso não é suficiente. Embora o país seja bastante fechado aos imigrantes, um acordo com a Indonésia permitiu vistos de trabalho para 100 mil cuidadores, a fim de reduzir a falta de mão de obra. A China, por sua vez, terá que descobrir como cuidar dos 400 milhões que terão mais de 60 anos até 2040. Fraudes e golpes contra idosos: só nos EUA, o FBI estima que, em 2023, as perdas chegarão a 3,4 bilhões de dólares (R$ 19 bilhões). “Não entendo por que a Apple e o Google ainda não fizeram nada a respeito, porque são plataformas que poderiam ter um sistema de alerta eficiente”, disse Etkin. Idosos em busca de trabalho: a previsão é que o segmento da força de trabalho com mais de 65 anos cresça 34% até 2032, seguido pela faixa etária entre 35 e 44 (10%) e 45 e 54 (8%). Haverá queda nos grupos entre 16 e 24 anos (-8%); 25 e 34 (-2%); e 55 e 64: (-4%). Nos países ricos, existe um potencial para um aumento substancial do PIB através da contratação de trabalhadores seniores. Para ele, as perspectivas também são positivas para os países de baixa renda: “as pessoas têm celular e não se desfazem dele. É um mercado a ser explorado.”
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