O primeiro mês de campanha eleitoral para prefeito do Rio de Janeiro foi marcado por embates políticos que envolveram, além dos candidatos mais populares, o governador Cláudio Castro e a questão da segurança pública. O foco principal dos estrategistas foi a publicidade em Rádio e TV, que começou no dia 30 de agosto.
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A primeira pesquisa Datafolha após o início do horário eleitoral livre mostrou Eduardo Paes (PSD) liderando com folga. O candidato à reeleição tem atualmente 59% das intenções de voto. Nas últimas semanas, Paes tem investido na valorização das obras realizadas no atual mandato e focado em agendas da Zona Oeste, da região Portuária e do Centro.
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Internamente, a ideia é que “o time que está ganhando não se mexe”. Paes deve manter a linha de dar a conhecer seus projetos e há possibilidade de o presidente Lula aparecer mais ao lado dele. Recentemente, Lula gravou com o candidato conversando sobre a coordenação dos aeroportos do Rio, vídeo que já está em campanha.
Josué Medeiros, Cientista Político, professor da UFRJ e coordenador do Observatório Político Eleitoral, acredita que um dos méritos de Paes foi conseguir quebrar a polarização Lula x Bolsonaro na campanha do Rio.
“É mérito de Paes, que uniu a esquerda com o apoio do próprio Lula, com setores da direita, como Otoni de Paula, que estava com Bolsonaro. Então, quando Paes quebra essa unidade do bolsonarismo, ele desfaz o que pode ser uma polarização, enquanto em vários outros municípios aqui do Estado, na Baixada, principalmente em Caxias, Nova Iguaçu, estamos vendo uma polarização Então, o Paes conseguiu criar uma frente ampla em torno dele”.
Alexandre Ramagem (PL) é o segundo colocado nas pesquisas. Ele tem 11% das intenções de voto e ainda tenta se apresentar aos cariocas. O principal desafio da campanha, inicialmente, foi o índice de conscientização. Enquanto o principal adversário, Eduardo Paes, é conhecido por 99% dos entrevistados, a Ramagem hoje só chega a 54%. O cenário melhorou no último mês, mas ainda está longe do ideal.
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Nesse primeiro mês, Ramagem tentou nacionalizar a campanha e também trouxe para a discussão o tema da segurança pública, tentando associar Paes aos problemas de violência no Rio de Janeiro. O governador Cláudio Castro, também do PL, entrou nas discussões e acabou trocando farpas com o atual prefeito.
Uma aposta ousada de Ramagem na campanha foi classificar os eleitores como “estúpidos” e “otários”, que estavam sendo enganados pelos políticos tradicionais e retratar Paes como um canalha. Josué Medeiros acredita que se trata de uma manobra arriscada e destaca que faltou carisma a Ramagem nesta primeira fase da campanha.
“Na verdade, a malandragem tem uma dimensão negativa no imaginário popular, mas no Rio tem muito mais uma dimensão positiva do que negativa, com a qual Paes consegue se conectar. . presente, para cuidar da segurança. Mas a segurança não é o tema principal de uma campanha municipal, há outras preocupações que a Ramagem pôde discutir, como os serviços de saúde e de zeladoria”, aponta.
Na reta final, a principal estratégia de Ramagem ainda é associar-se como candidato do ex-presidente Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro. Isto foi reforçado na propaganda eleitoral e nas agendas públicas. Ramagem apareceu com Michele Bolsonaro em evento do PL na sexta-feira e no fim de semana esteve ao lado de Flávio e Carlos Bolsonaro em um passeio. Ele acaba de gravar com o ex-presidente em Brasília e espera que aparecer ao lado de Bolsonaro nos próximos dias de campanha o ajude a se recuperar.
Tarcísio Motta (PSOL) é o terceiro colocado nas pesquisas, com 6%. Manteve agendas públicas nas ruas, mas investiu em redutos tradicionais da esquerda, como o Armazém do Campo, do MST.
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Para os especialistas ouvidos pelo CBN, Com a ascensão de Eduardo Paes nas pesquisas, os objetivos dos candidatos mudaram. Fazendo uma analogia com o futebol, é como se um time subisse na tabela do Brasileirão e os outros, agora, lutassem por pelo menos uma vaga na Libertadores. Ramagem poderá, mesmo sem vencer as eleições, conseguir chegar perto de 30% dos votos, o que seria um importante capital político para ele. Tarcísio Motta, por sua vez, pode ter dificuldades para ultrapassar os 10%.
A expectativa é que o debate da TV Globo, no dia 3 de outubro, apenas três dias antes da votação, ajude os candidatos a angariar mais votos. A meta recai, sobretudo, sobre os indecisos, que atualmente representam 7%, e sobre os brancos ou nulos, que foram estimados em 11%.
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