Carolina Arruda, 27 anos, tem neuralgia do trigêmeo e está internada em Alfenas para tentar um novo tratamento. O caso dela é visto pela medicina como atípico. Carolina Arruda tem neuralgia do trigêmeo Carolina Arruda/Arquivo pessoal O diagnóstico de Carolina Arruda, de 27 anos, que tem neuralgia do trigêmeo – a doença com “as piores dores do mundo”, é considerado raro em adultos jovens. Carolina começou a sentir dores ainda adolescente. Desde então, ela não respondeu a tratamentos medicamentosos e cirurgias. Por isso, os médicos classificaram o caso dela como refratário e atípico. Cadastre-se no canal g1 Sul de Minas no WhatsApp Atualmente, Carolina Arruda está internada na Clínica da Dor, na Santa Casa de Alfenas, para um processo gradual de tratamento. Ela deve implantar dispositivos para bloquear a passagem da “pior dor do mundo” para o cérebro. O neurocirurgião Marcelo Senna Xavier de Lima, médico que diagnosticou o estudante há 7 anos, disse que a doença atinge principalmente adultos e idosos com idade entre 50 e 80 anos. “É muito raro em jovens com menos de 30 anos, há vários estudos, mas varia entre 0,5% e 1,5% [dos casos], não mais do que isso. A média é de 1%, então é uma situação muito rara”, disse ao g1. O médico ressalta que a resposta aos medicamentos também é incomum. “O que aconteceu com Carolina já é raro pela idade e mais raro ainda ela não responder ao tratamento medicamentoso e depois ela passou por procedimentos invasivos. […] Então, não obter resposta com tudo isso é realmente uma situação muito incomum”, afirmou. 27 neurologistas, procedimentos e exames Até receber o diagnóstico, Carolina Arruda consultou pelo menos 27 neurologistas, fez exames e tentou diversos procedimentos para aliviar a dor. A lista de procedimentos inclui descompressão microvascular, rizotomia com balão e duas neurólises de fenolização. No entanto, nenhum deles aliviou sua dor. Como a neuralgia do trigêmeo não é detectável por exames de imagem, o diagnóstico é baseado na história e nos sintomas do paciente. Ela disse que em algumas situações não se sentia ouvida pelos profissionais que procurava para aliviar sua dor. “O diagnóstico dela foi muito difícil. Outros colegas [médicos] Não fizeram isso pela raridade, justamente por ser uma doença muito incomum na idade dela. Ninguém presta atenção à neuralgia do trigêmeo. A primeira coisa é ouvir a história do paciente, ver o que ele tem para te contar. […] O diagnóstico é pela história. A história dela era bem típica de neuralgia do trigêmeo, embora rara”, explicou o médico. Segundo o neurocirurgião, os fatores investigados para diagnosticar a neuralgia do trigêmeo são os mesmos para pacientes jovens e idosos. Após o diagnóstico, os medicamentos são a primeira alternativa de tratamento. Carolina Arruda foi internada no dia 8 de julho na Clínica da Dor da Santa Casa de Alfenas, no sul de Minas Gerais. Carolina Arruda/Arquivo Pessoal A médica afirma que mais de 90% das neuralgias do trigêmeo respondem ao tratamento clínico e medicamentoso. Porém, se o paciente não tolerar os medicamentos, geralmente são propostos procedimentos cirúrgicos. Contudo, no caso de Carolina, nenhuma das alternativas testadas até agora obteve sucesso contínuo. Por se tratar de um caso refratário, a dor intensa e debilitante não responde adequadamente aos tratamentos convencionais. A natureza bilateral da condição acrescenta complexidade, pois a dor ocorre em ambos os lados da face, tornando-a ainda mais desafiadora. MAIS a pior dor do mundo relata rotina Carolina Arruda, 27 anos, é natural de São Lourenço, no Sul de Minas, e mora em Bambuí, no Centro-Oeste. Ela é estudante de medicina veterinária, casada há três anos e mãe de uma menina de 10 anos. A jovem começou a sentir dores aos 16 anos, quando estava grávida e se recuperando da dengue. A dor e o esgotamento de Carolina com a doença são tão intensos que a fizeram tomar a decisão de acabar com seu sofrimento. Ela iniciou uma campanha na internet para conseguir recursos financeiros e se submeter ao suicídio assistido na Suíça. Com a repercussão do caso, ela foi convidada pelo médico Carlos Marcelo de Barros, diretor clínico da Santa Casa de Alfenas e presidente da Sociedade Brasileira de Estudos da Dor (SBED), para se submeter ao tratamento na Clínica da Dor, ligada ao hospital. . Carolina Arruda deu entrada no hospital no dia 8 de julho para tratamento gradual. A clínica é especializada em dores crônicas – dores que persistem por mais de três meses sem resolução. Carolina Arruda tem 27 anos e quer ser sacrificada na Suíça Carolina Arruda/Divulgação Segundo o médico Carlos Marcelo de Barros, casos como o de Carolina devem ser tratados em centros especializados para que a possibilidade de alívio da dor seja maior, mesmo que seja parcial forma. No dia 10 de julho, Carolina Arruda foi encaminhada à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para receber medicação que exige, em protocolo, que o paciente seja internado nesse tipo de leito. Após cinco dias sedada, ela acordou na segunda-feira (15) e voltou para seu quarto, onde relatou um alívio da dor que lhe proporcionou uma “experiência inédita” em mais de uma década de vida. O que é neuralgia do trigêmeo? Neuralgia do trigêmeo, também conhecida como “doença do suicídio”, e comparada a choques elétricos e até facadas. O trigêmeo é um dos maiores nervos do corpo humano. Leva esse nome porque é dividido em três ramos: o ramo oftálmico; o ramo maxilar, que acompanha a mandíbula superior; o ramo mandibular, que acompanha a mandíbula ou maxilar inferior. É um nervo sensorial, ou seja, controla as sensações que se espalham pelo rosto. Permite, por exemplo, que as pessoas sintam toque, picada e dor no rosto. A doença geralmente afeta um lado do rosto. Em casos mais raros, pode afetar ambos — como é o caso do estudante de veterinária. Segundo especialistas, as dores causadas pela doença são uma das piores do mundo. Não é constante fora das crises, mas é desencadeada por alguns gatilhos que, na verdade, fazem parte do dia a dia, como falar, mastigar, tocar ao escovar ou fazer a barba e até a brisa no rosto. A dor é incapacitante. Ou seja, impede que a pessoa consiga realizar atividades simples do dia a dia. Veja mais notícias da região no g1 Sul de Minas
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